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PLANEJAMENTO FAMILIAR
PLANEJAMENTO FAMILIAR

 

De graça no SUS, vasectomia custa até R$ 3 mil na rede particular

 

 

 

Candidatos devem ter, no mínimo, 25 anos e dois filhos. 
Cirurgia é tão simples que o homem volta ao trabalho no mesmo dia.

 

Renata GranchiDo G1, no Rio

 

Nem camisinha, nem anticoncepcional feminino. O método contraceptivo que vem chamando mais atenção no último ano é a vasectomia. Um procedimento cirúrgico que esteriliza o homem.

 

 

 

Somente em junho deste ano, o Sistema Único de Saúde registrou aumento de 58,18% na aplicação do método nos hospitais federais de sete estados do Brasil. Cerca de 22 mil cirurgias foram realizadas em 2006. A expectativa é que este número dobre em 2007.

 

 

 

Quem não quer encarar o hospital público, vai para a rede privada, que já nota o aumento na procura pelo método. É a simplicidade da cirurgia que motiva grande parte dos homens, segundo o membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Urologia, André Cavalcanti. A cirurgia sem internação leva cerca de vinte minutos e não causa impotência. A média de preços praticada no mercado é de R$ 1 mil a R$ 3 mil. O valor vai depender do médico e do hospital escolhido.

 

 

 

“Se não ocorrer edemas, o paciente pode retornar às atividades sexuais uma semana depois”, diz Cavalcanti, que faz uma ressalva. “Apesar do paciente poder praticar sexo, é aconselhável que ele espere o resultado do espermograma, 20 dias depois, para ter certeza que ficou estéril.”

 

 

 

Para o Ministério da Saúde o grande responsável pelo aumento no número de vasectomias realizadas são a Política Nacional de Planejamento Familiar, instituída em maio deste ano, e o estímulo financeiro dado aos hospitais. Segundo o SUS, o interessado pode até voltar para o trabalho depois da cirurgia. A tabela de pagamento para os hospitais também aumentou, de R$ 20 para R$ 108.

 

 

 

O ministro da saúde, José Gomes Temporão, ressalta a importância do papel dos homens no controle da natalidade. “O homem precisa ter consciência de sua responsabilidade no planejamento familiar e deixar de lado o medo de fazer vasectomia. O procedimento dura 15 minutos e, no mesmo dia, ele já volta para casa.”

Esta visão é compartilhada pelo diretor do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde, Adson França. Ele diz que o planejamento familiar não deve ser de responsabilidade exclusiva das mulheres. “O homem está sendo conclamado a participar de importante decisão que é da sociedade, da família, e sobre a qual ele esteve historicamente ausente”, explicou. 
 

 

 Quem pode fazer

 

Para ser aceito no SUS o homem que deseja fazer a vasectomia deve ter, no mínimo, 25 anos e, pelo menos, dois filhos vivos. Não há limites de cirurgia por estado. Por enquanto, a maior parte dos homens que tem procurado o SUS tem entre 30 e 35 anos. Antes da cirurgia é necessário fazer exame de coagulação, além de um hemograma completo.

 

 

 

A rede particular também costuma seguir essas regras. Algumas exceções, no entanto, são aceitas. É o caso de risco alto de gravidez para a parceira, questão social da família ou ainda casais com altas chances de ter filhos com doenças congênitas.  

 

 

 

 Vasectomia na rede estadual

 

Os hospitais da rede estadual de saúde não estão realizando a cirurgia, mas o secretário de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, anunciou esta semana que um programa semelhante ao do SUS está sendo formulado para atender às famílias que optarem por este método. Ele deve começar em novembro deste ano no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, Zona Oeste. Uma curiosidade: tanto Côrtes quanto o governador Sérgio Cabral fizeram a vasectomia.

 

  

 

 Como é a cirurgia

 

 

 

Uma anestesia local é dada na bolsa escrotal, onde será feita uma pequena incisão. O médico urologista localiza os ductos deferentes bilateralmente, que é um conduto que transporta o espermatozóide do testículo para se juntar ao sêmen.

 

 

 

Esses ductos são ligados e seccionados. “Ele têm a ejaculação, têm o orgasmo, sai o sêmen, porém ele não tem espermatozóide”, explica o urologista e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Urologia, André Cavalcanti.

 

 

 

As taxas de insucesso são muito pequenas. Menos de 5%, segundo o médico. “A chance de recanalização é muito baixa. A gente orienta que o paciente faça um espermograma uns 20 dias após a cirurgia. Isso é feito para ter certeza de que não há mais espermatozóide. Antes disso não aconselhamos relação sexual, porque o paciente ainda pode estar fértil. Somente depois desse resultado que ele é liberado para as atividades sexuais”, esclarece. 

 

 

 

 É preciso ter certeza antes de fazer

 

Apesar de reversível, Cavalcanti explica que a cirurgia deve ser considerada como um caminho sem volta. Segundo ele, o custo para voltar atrás é muito alto, nem todas as unidades do SUS estão habilitadas e as chances de conseguir bons resultados diminuem com o tempo.

 

 

 

“Nos primeiros cinco anos as chances de sucesso são de aproximadamente 80%. Com o passar dos anos essa taxa diminui. Daí não tem sentido fazer a vasectomia num paciente que vai revertê-la cinco anos depois”.

 

 

 

Para não correr o risco de se arrepender, a orientação é que os casais procurem um ambulatório de planejamento familiar para saber as diversas formas de prevenção existentes. “A vasectomia deve ser visto como um método definitivo. Como mais uma opção, junto com outras como camisinha e a pílula anticoncepcional. Se o casal decidir que quer um método definitivo a vasectomia deve ser feita sim.”

 

Fonte: https://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL99991-5606,00.html

 

 

SUS no planejamento familiar

 

A população brasileira, especialmente os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), não tem acesso regular a métodos contraceptivos, muito menos a tratamentos de fertilização. Lançado em março, um programa do Ministério da Saúde sinaliza com mudanças nessa realidade: uma série de ações de planejamento familiar estará disponível na rede pública de saúde.

Preservativos masculinos e femininos e pílulas anticoncepcionais, hoje já disponíveis, serão comprados em maior quantidade pelo MS para que a distribuição atinja mais pessoas. Métodos reversíveis como o dispositivo intra-uterino (DIU) e o diafragma, contraceptivos injetáveis e o de emergência (a pílula do dia seguinte) farão parte desse rol. Da lista de serviços constam métodos de fertilização.

Mas, falar em planejamento familiar patrocinado pelo poder público acende logo um sinal de alerta: por trás da medida estaria camuflada uma política de controle de natalidade? Em entrevista à Radis em Brasília, o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Jorge Solla, nega. “Está totalmente fora de cogitação, até porque a Constituição Federal não permite”, diz. “A decisão de ter filhos e de quantos filhos se quer é algo livre por parte do casal, e qualquer medida coercitiva nesse aspecto é ilegal”. Para ele, já está superada a noção de melhorias socioeconômicas de um país pelo controle da natalidade.

Debate ultrapassado

O direito ao planejamento familiar está previsto na Constituição de 1988, e foi regulamentado pela Lei 9.263, de 1996. Por ela, mulheres e homens têm o direito de decidir livremente sobre o número de filhos, e devem ter acesso aos meios para regular sua fecundidade — que abrangem a educação sexual, o acesso aos serviços de saúde, ao uso de contraceptivos e à esterilização voluntária. O que o governo está propondo, portanto, é simplesmente o cumprimento da lei.

Para a antropóloga feminista Sonia Corrêa, o grande problema dessa discussão é o desconhecimento da mídia e dos próprios políticos sobre o que já existe. Em janeiro de 2004, por exemplo, a então ministra Emília Fernandes, petista gaúcha que comandava a Secretaria de Políticas para as Mulheres, propôs contrapartida ao Bolsa-Família: só receberia quem aceitasse informações sobre planejamento familiar.

As feministas protestaram: a proposta lembrava controle de natalidade. As igrejas contribuíram para a confusão (no Rio, a prefeitura suspendeu a distribuição da pílula do dia seguinte a pedido do arcebispo católico), porque misturam questões de foro íntimo com moral religiosa. A imprensa, que repercutiu por meses a polêmica, nada esclareceu, pois historicamente associa pobreza e fecundidade. Embora esteja provado que essa relação é equivocada — países que forçaram a redução da taxa de fertilidade continuam pobres —, esse debate ultrapassado chega sempre aos jornais.

Ultimamente, até se atribui a violência ao “alto índice de fecundidade dos pobres”, desconsiderando as raízes da exclusão social.

Assim, para dar certo, qualquer programa nesta área exige ações educativas e campanhas de esclarecimento.

 

DIREITOS HUMANOS

Jorge Solla lembra que a taxa de natalidade já vem decrescendo no Brasil desde meados dos anos 1980: em 1960, a média de filhos era de 6,2 por mulher. Hoje, está na casa dos 2,3.

Mas o Estado tem obrigação de assegurar os direitos humanos, que englobam os direitos sexuais e repro-dutivos, ressalta. Hoje, o atendimento é muito centrado nas vítimas de violência sexual. E o que se quer, segundo ele, é ampliar esse leque. “Precisamos dar assistência também às mulheres que, por uma razão ou outra, tenham se descuidado no uso correto de seu anticoncepcional”, defende o secretário.

A pílula do dia seguinte, por exemplo, pode reduzir os casos de aborto clandestino. E o programa também prevê assistência às mulheres que sofrem complicações pós-aborto. “Essas complicações estão entre as três ou quatro maiores causas de mortalidade materna no Brasil”, diz. Em março de 2004 o presidente Lula assinou pacto pela redução da mortalidade materna neonatal.

Coordenadora da ONG Sempreviva Organização Feminista (SOF), com sede em São Paulo, a psicóloga Nalu Faria opina que não deve haver imposição de método à mulher. Mas considera a proposta do governo um avanço, por oferecer à população, além de preservativos, outros métodos contraceptivos, respeitando o livre-arbítrio da mulher quanto a querer ou não engravidar.

Dados do MS mostram que há no Brasil 58 milhões de mulheres na faixa etária de 10 a 45 anos, 74% delas, usuárias do SUS, e 70% usando métodos contraceptivos. O programa atenderia, portanto, em torno de 30 milhões de mulheres. “Estamos trabalhando com a Agência Nacional de Saúde Suplementar para que as seguradoras de saúde passem a incorporar medidas de planejamento familiar”, informa Jorge Solla.

O MS já começou a capacitar profissionais para atender à demanda e lançará, ainda este ano, sete cadernos especiais sobre direitos sexuais e reprodutivos e métodos contracep-tivos, destinados aos profissionais de saúde. Há, ainda, um conjunto de ações na área da educação para em 482 escolas de 281 municípios. As populações carcerárias também serão atendidas pelo projeto. (W. V.)  

 

 

 

Planejamento familiar

 

Conjunto de ações que auxiliam as pessoas que pretendem ter filhos e também quem prefere adiar o crescimento da família

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por Portal Brasil

Publicado: 06/09/2011 15h27

Última modificação: 28/07/2014 12h56

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Controlar a fertilidade é o primeiro passo para planejar o momento mais adequado para ter filhos

Controlar a fertilidade é o primeiro passo para planejar o momento mais adequado para ter filhos

Assegurado pela Constituição Federal e também pela Lei n° 9.263, de 1996, o planejamento familiar é um conjunto de ações que auxiliam as pessoas que pretendem ter filhos e também quem prefere adiar o crescimento da família.

 

“Além de prevenir a gravidez não planejada, as gestações de alto risco e a promoção de maior intervalo entre os partos, o planejamento familiar proporciona maior qualidade de vida ao casal, que tem somente o número de filhos que planejou”, ressalta Patrícia Albuquerque, enfermeira obstetra do setor de planejamento familiar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

 

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), os programas de planejamento familiar foram responsáveis pela diminuição de um terço da fecundidade mundial, entre os anos de 1972 e 1994.

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que 120 milhões de mulheres no mundo desejam evitar a gravidez. Apesar disso, nem elas nem seus parceiros usam métodos contraceptivos.

 

No Brasil, a Política Nacional de Planejamento Familiar foi criada em 2007.  Ela inclui oferta de oito métodos contraceptivos gratuitos e também a venda de anticoncepcionais a preços reduzidos na rede Farmácia Popular.

 

Toda mulher em idade fértil (de 10 a 49 anos de idade) tem acesso aos anticoncepcionais nas Unidades Básicas de Saúde, mas em muitos casos precisa comparecer a uma consulta prévia com profissionais de saúde. A escolha da metodologia mais adequada deverá ser feita pela paciente, após entender os prós e contras de cada um dos métodos.

 

Em 2008, o Ministério da Saúde alcançou a marca histórica de distribuir esses dispositivos em todos os municípios do território nacional. No ano seguinte, a política foi ampliada e houve maior acesso a vasectomias e laqueaduras, métodos definitivos de contracepção, bem como a preservativos e outros tipos de anticoncepcionais.

 

Controlar a fertilidade é o primeiro passo para planejar o momento mais adequado para ter filhos. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), feita em 2006, financiada pelo Ministério da Saúde, revelou que 46% das gravidezes não são planejadas.

 

A PNDS mostrou também que 80% das mulheres usam de algum método para evitar a gravidez. A pílula anticoncepcional e o Dispositivo Intrauterino (DIU) são os mais usados pelas brasileiras.

 

Graças à política de distribuição de meios anticonceptivos, houve diminuição no número de gravidezes indesejadas. Esse fator pode ter contribuído com a queda nos índices de abortos inseguros e, consequentemente, na mortalidade materna, indica estudo do Ministério da Saúde.

 

A ampliação do acesso aos métodos contraceptivos na rede pública e nas drogarias conveniadas do programa “Aqui Tem Farmácia Popular” trouxe outro resultado positivo: a incidência de gravidez na adolescência (de 10 a 19 anos de idade) diminuiu 20% entre 2003 e 2009.

 

As ações educativas do Programa Saúde na Escola (PSE), criado em 2008, também apoiou a redução no número de adolescentes grávidas. Entre outras atividades, o programa distribuiu preservativos para cerca de dez mil instituições de ensino, beneficiando 8,4 milhões de alunos de 608 municípios.

 

Infertilidade

 

Estima-se que, no Brasil, mais de 278 mil casais em idade fértil tenham dificuldade para conceber um filho. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e sociedades científicas, entre 8% e 15% dos casais têm algum problema de infertilidade. Esta deficiência é definida como a incapacidade de um casal alcançar a concepção após 12 meses de relações sexuais regulares sem uso de contracepção.

 

A Política Nacional de Atenção Integral em Reprodução Humana Assistida prevê o apoio do Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da infertilidade.

 

Esse serviço normalmente é oferecido em hospitais universitários e também em hospitais conveniados ao SUS. O Ministério da Saúde coordena as políticas de assistência à população e define suas diretrizes, mas são as secretarias estaduais e municipais os órgãos responsáveis por sua execução.

 

Entre as instituições que oferecem o tratamento da infertilidade, estão:

 

1- Centro de Reprodução Assistida do Hospital Regional da Asa Sul (HRAS), antigo HMIB, em Brasília, vinculado à Secretaria de Saúde do Distrito Federal;

 

2- Centro de Referência em Saúde da Mulher, antigo Hospital Pérola Byington, em São Paulo, vinculado à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo;

 

3- Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIPE), em Recife, uma instituição filantrópica de caráter público;

 

4- Hospital Universitário de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP);

 

5- Hospital Universitário da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

 

Para saber mais acesse a importância de se planejar

 

 

Fontes:

Portaria nº 426

Setor de Planejamento Familiar - Unifesp

 

 

 

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CC BY ND 3.0 Brasil  CC BY ND 3.0 Brasil

 

 

 

SUS oferece gratuitamente cirurgias de laqueadura e vasectomia

 

   Planejamento familiar é um dos temas mais polêmicos na sociedade e na saúde pública, principalmente quando o assunto é a opção por não ter mais filhos. Para essas pessoas existem os métodos contraceptivos, e a laqueadura é o caso mais extremos, por isso deve ser muito bem pensada. Caracterizada como meio definitivo, a cirurgia é feita na mulher que não deseja ter mais filhos e, o que poucos sabem, é que o Sistema Único de Saúde (SUS), através da Maternidade Nascer Cidadão, oferece 120 vagas por mês destinadas a essas mulheres e apenas 50 são preenchidas.

   O médico e diretor da Maternidade Nascer Cidadão, Sebastião Moreira, atribui esse não preenchimento à falta de informação da usuária e ao processo burocrático que a pessoa tem que passar para conseguir operar.

   A laqueadura é uma cirurgia considerada simples, que consiste na ligadura das tubas uterinas, parte do sistema reprodutor feminino. O ato cirúrgico pode ser feito por via abdominal ou vaginal (a depender da análise de cada caso, feita pelo médico) e impede a descida do óvulo e a subida do espermatozóide para o útero, o que consequentemente impede a gravidez.

Planejamento

   A laqueadura é assegurada pela Lei Federal 9.263, que trata do Planejamento Familiar, e compete ao SUS garantir um programa de atenção integral à saúde que inclua assistência à concepção e contracepção - seja pela distribuição gratuita dos métodos anticoncepcionais ou por meio de cirurgia. Sendo assim, a lei prevê que algumas etapas sejam concluídas antes de efetuar o procedimento.

   É preciso que a mulher tenha 25 anos ou mais e/ou dois filhos. Além disso, ela tem que manifestar sua vontade em realizar o procedimento em um documento escrito. Depois de assinar o documento, a mulher e o marido devem ir à uma reunião (obrigatória em todas as Unidades de Saúde do país) onde são expostos todos os métodos anticoncepcionais, indicações da cirurgia e outros temas ligados ao planejamento familiar. Esse é um momento oportuno para profissionais da saúde fazerem exposições sobre doenças sexualmente transmissíveis e alertar a usuária sobre outros métodos anticoncepcionais não definitivos, mas eficazes também.

   A Maternidade Nascer Cidadão reúne 20 casais e “sem essa reunião é impossível operar”, como afirma Sebastião Moreira. Feito o documento e a reunião com profissionais sobre a cirurgia, a usuária ainda precisa passar por mais uma etapa burocrática. Caso a mulher continue demonstrando desejo em fazer a cirurgia, é preciso que se passe 60 dias para que ela possa repensar sobre o assunto ao lado do marido.

   A tomada da decisão consciente é necessária para evitar arrependimentos. A laqueadura é tratada como meio definitivo, porém depois de passar pela cirurgia muitas mulheres se arrependem e querem engravidar. A reversão é possível, mas nem todos os serviços do SUS oferecem esse serviço, que necessita de mais técnica, aparelhagem e médicos capacitados. É bom lembrar que a reversão não garante 100% de certeza de que a usuária vá engravidar, sem contar que as chances de que a gravidez chegue até o fim diminuem. De acordo com Sebastião Moreira, “na maternidade não fazemos a reversão, tem que ter aparelhagem específica. E mesmo você fazendo com a melhor técnica possível, com todos os cuidados a chance de engravidar é de 40%”. Caso a cirurgia de reversão não dê certo é preciso encaminhar a usuária a programas de fertilização in vitro.

   O Brasil é um país com alto índice de laqueadura e Sebastião afirma ser um processo de mudança de cultura. Segundo ele, a população está envelhecendo e os novos casais não estão mais querendo ter filhos. “É a tendência”, explica. Ter um filho hoje é sinônimo de gasto para muitas famílias e realmente é preciso disposição e dinheiro para arcar com altos custos com educação, saúde, lazer e outras questões relacionadas à família. Esse é um dos motivos maiores que levam mulheres e seus maridos a procurar a Maternidade Nascer Cidadão.

   Para Sebastião, a laqueadura é um avanço do ponto de vista de oferta para o serviço público, que foi crescendo gradativamente. Aconteceram muitas mudanças, já que há uns 15 anos você só tinha acesso à cirurgia pagando, pois era algo proibido pela saúde pública. Hoje qualquer pessoa tem acesso gratuito, por meio do SUS, a todos os métodos anticoncepcionais disponíveis no mercado: DIU, camisinha (masculina e feminina), pílula, vasectomia e ligadura de trompa.

Nova mentalidade

   A Maternidade Nascer Cidadão não opera só mulheres. A unidade possui médicos urologistas responsáveis por aproximadamente 10 cirurgias de vasectomia por semana.

   Laqueadura e vasectomia são procedimentos com o mesmo fim, porém muito diferentes. O procedimento feito em mulheres é um processo cirúrgico mais oneroso que precisa de anestesia e internação hospitalar. Já a cirurgia de vasectomia dura em torno de 30 minutos e o pós-operatório geralmente é tranqüilo, porque se usa uma anestesia raquidiana, afeta do umbigo pra baixo e o usuário recebe alta com 24h.

   Vasectomias são cirurgias simples feitas na bolsa escrotal do homem, onde passa o canal deferente, responsável pela condução de espermatozóides para fora dos testículos. A produção dos espermatozóides continua normalmente, mas eles são absorvidos pelo corpo já que o canal por onde são expelidos foi rompido. A cirurgia é mais tranqüila em todos os sentidos, não pede internação, a anestesia é local e o usuário depois de operado já pode sair do hospital.

   Por muito tempo a vasectomia era rodeada por uma forte cultura machista e muitos homens se recusavam a passar pelo processo com medo de ficarem impotentes. De acordo com Sebastião Moreira, isso acontecia devido à comparação que o ser humano fazia com os animais. “No reino animal toda vez que você castra um macho ele perde o interesse sexual, porque todos os animais usam o sexo somente para reprodução, instintivamente”, afirmou. O importante é que essa mentalidade está mudando e os homens estão procurando esse método contraceptivo com mais frequência.

 

Texto: Thamara Fagury

https://www.saude.goiania.go.gov.br/html/noticia/2011/09/22-09-2011_laqueadura.shtml