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VACINAS
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VACINAS | CALENDÁRIO, EFEITOS COLATERAIS E CONTRA-INDICAÇÕES

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 

 

Saiba tudo sobre as vacinas: Calendário de vacinação brasileiro, efeitos colaterais, contra indicações e imunizações em casos especiais.

 

 

A imunização através da vacinação é uma das formas mais efetivas de se prevenir doenças infecciosas graves e interromper epidemias. Graças a campanhas de vacinação bem sucedidas nas últimas décadas, doenças como poliomielite, varíola e sarampo praticamente não existem mais em diversos países.

 

Se você quiser saber como funcionam as vacinas, leia: COMO FUNCIONAM AS VACINAS

Para saber as vacinas na gravidez, leia:VACINAS NA GRAVIDEZ

 

Antes de falarmos com mais detalhes sobre vacinas, vamos ao calendário básico de vacinação.

 

* As informações abaixo se referem ao calendário brasileiro vacinação do ano de 2011.

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AO NASCER

 

BCG – Vacina contra a tuberculose

VHB – Vacina contra a hepatite B – 1ª dose

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1 MÊS

 

VHB – Vacina contra a hepatite B – 2ª dose

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2 MESES

 

Vacina tetravalente (DTP + Hib) – Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b – 1ª dose

VOP (vacina oral contra pólio) – Poliomielite (paralisia infantil) – 1ª dose

VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano) – Diarréia por Rotavírus –1ª dose

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4 MESES

 

Vacina tetravalente (DTP + Hib) – Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b – 2ª dose

VOP (vacina oral contra pólio) – Poliomielite (paralisia infantil) – 2ª dose

VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano) – Diarréia por Rotavírus –2ª dose

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6 MESES

 

Vacina tetravalente (DTP + Hib) – Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b – 3ª dose

VOP (vacina oral contra pólio) – Poliomielite (paralisia infantil) – 3ª dose

VHB – Vacina contra a hepatite B – 3ª dose

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9 MESES

 

Vacina contra febre amarela

A vacina contra febre amarela está indicada para crianças a partir dos 09 meses de idade, que residam ou que irão viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Se viajar para áreas de risco, vacinar contra Febre Amarela 10 (dez) dias antes da viagem.

 

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12 MESES

 

MMR ou SRC (tríplice viral) – Sarampo, rubéola e caxumba

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15 MESES

 

VOP (vacina oral contra pólio)- Poliomielite (paralisia infantil) – reforço (4ª dose)

DTP (tríplice bacteriana) – Difteria, tétano e coqueluche ( sem Haemophilus influenzae tipo b) – 1º reforço (4ª dose)

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4 a 6 ANOS

 

DTP (tríplice bacteriana – Difteria, tétano e coqueluche – 2º reforço (5ª dose)

SRC (tríplice viral) – Sarampo, rubéola e caxumba – reforço (2ª dose)

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10 ANOS

 

Vacina contra febre amarela – reforço (2ª dose)

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Vacinas não oferecidas gratuitamente na rede pública de saúde

 

1.) Antimeningocócica tipo C – Meningite meningocócica – Doses aos 3, 5 e 12 meses

2.) PCV7 heptavalente – Infecções pelo pneumococo – Doses aos 2, 4, 6 e 15 meses

3.) Influenza – Gripe – Doses aos 6 e 12 meses

4.) Varicela – Catapora – Dose única aos 12 meses

5.) Anti-Hepatite A – Hepatite A – Dose aos 12 e 18 meses

6.) Papilomavírus – HPV – doses ao 12 anos com reforços após 2 e 6 meses

 

Vacinação de adultos e idosos

 

1.) dT (Dupla tipo adulto) – Contra Difteria e Tétano – Reforço a cada 10 anos

2.) Vacina contra febre amarela – Reforço a cada 10 anos se morar em área de risco. Se viajar para áreas de risco, vacinar contra Febre Amarela 10 (dez) dias antes da viagem.

3.) Vacina Contra Hepatite B (em não imunizados durante a infância) – 3 doses (2ª dose 2 meses depois e 3ª dose 6 meses após a primeira)

4.) Influenza – Antigripe – Anualmente após 60 anos

5.) Anti-Pneumococo (23 sorotipos) – pneumonia – Dose única em maiores de 60 anos. Reforço após 5 anos.

 

Efeitos colaterais e contraindicações

 

As vacinas produzidas com vírus ou bactérias atenuados não devem, ser administrados em gestantes ou imunossuprimidos como pacientes portadores de SIDA (AIDS), em quimioterapia, transplantados etc…

 

Vacinas com germes vivos atenuados:

– BCG – Vacina contra a tuberculose

– MMR ou SRC (tríplice viral) – Sarampo, rubéola e caxumba

– Varicela – Catapora

– Vacina contra febre amarela

 

Todas as outras vacinas não contém organismos vivos, e por isso, não são capazes de induzir doença vacinal.

 

Algumas pessoas têm alergia à alguns componentes das principais vacinas. É importante realçar que pequenas reações como dor, febre baixa e mal estar após as vacinas, não são consideradas graves e não contraindicam posteriores reforços vacinais.

 

Casos especiais que devem ser consultados por alergologista antes das vacinações par se avaliar a gravidade da reação alérgica. São eles:

 

a.) Pessoas com alergia grave a ovo no caso das seguintes vacinas

– Influenza

– Febre amarela

– MMR ou SRC (tríplice viral) – Sarampo, rubéola e caxumba

 

b.) Pessoas com alergia a gelatina podem apresentar reações à vacina contra:

– Influenza

– Febre amarela

– MMR ou SRC (tríplice viral) – Sarampo, rubéola e caxumba

– Raiva

– Varicela

– DTP (tríplice bacteriana) – Difteria, tétano e coqueluche

 

NÃO SÃO CONTRAINDICAÇÕES A VACINAÇÃO:

 

– Doenças benignas com febre inferior a 38,5ºC, tais como diarreia e infecções respiratórias

– Doenças neurológicas não evolutivas, como a Síndrome de Down e a paralisia cerebral

– Doenças crônicas cardiovasculares, pulmonares, renais e hepáticas

– Diabetes (leia: DIAGNÓSTICO E SINTOMAS DO DIABETES MELLITUS)

– Dermatoses, eczemas ou infecções cutâneas localizadas

– Reações localizadas, ligeiras ou moderadas, após vacinação prévia

– Terapêutica com antibióticos, corticosteroides (até 20 mg por dia) e esteroides tópicos (leia: PREDNISONA E CORTICOIDES | Indicações e efeitos colaterais)

– Antecedentes familiares e pessoais de alergia à penicilina, rinite alérgica, febre dos fenos, asma e outras manifestações atópicas

-História familiar de complicações e reações graves pós-vacinais

– Antecedentes familiares de convulsões (leia: EPILEPSIA | CRISE CONVULSIVA | Sintomas, tipos e como proceder)

– Períodos de convalescença das doenças

– Períodos de incubação de doenças infecciosas

– Gravidez da mãe ou de outros contatos

– Prematuridade e baixo peso ao nascer

– História de icterícia neonatal ( leia: ICTERÍCIA NO ADULTO E ICTERÍCIA NEONATAL)

– Aleitamento materno

– Gravidez (para as vacinas inativadas)

 

É importante respeitar as doses e período de intervalo entre as vacinas. Em 2008, durante um surto de Febre Amarela em algumas regiões do Brasil, houve uma histeria coletiva, estimulada por uma cobertura sensacionalista da imprensa que levou a população a tomar vacinas de modo equivocado. Além de casos de pessoas que tomaram a vacina mais de uma vez, houve inclusive a morte por febre amarela vacinal de uma paciente que apresentava contraindicação formal a vacina (usava imunossupressores devido a um quadro de lúpus).

 

As vacinas devem ser tomadas de acordo com o calendário oficial ou em campanhas organizadas pelo ministério da saúde.

 

Leia sobre as doenças abordadas neste texto:

– FEBRE AMARELA | Vacina e sintomas

  

 

FEBRE AMARELA | VACINA, TRANSMISSÃO E SINTOMAS

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 

 

A febre amarela é uma doença infecciosa de origem viral, transmitida através da picada de mosquito do gênero Haemagogus. É uma doença que atualmente só acomete países da África central e do norte da América do Sul, incluindo o Brasil, onde está, há décadas, restrita a áreas silvestres.

 

 

Neste artigo vamos abordar os seguintes pontos sobre a febre amarela:

 

Diferenças entre febre amarela silvestre e febre amarela urbana.

Transmissão da febre amarela.

Vacina para febre amarela.

Sintomas da febre amarela.

Tratamento da febre amarela.

FEBRE AMARELA SILVESTRE X FEBRE AMARELA URBANA

 

A febre amarela é dividade em dois tipos:

 

1. Febre amarela silvestre – quando a infecção corre nas regiões de floresta e serrado. Esta forma é transmitida pelos mosquitos do gênero Haemagogus.

 

2. Febre amarela urbana – quando a infecção ocorre na grandes cidades e áreas urbanizadas. Esta forma é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite dengue (leia: DENGUE | Sintomas e tratamento).

 

As duas formas de febre amarela são idênticas, essa divisão tem apenas caráter epidemiológico para facilitar o controle da doença em áreas urbanizadas (explico mais à frente).

 

A febre amarela em áreas urbanas não ocorre desde 1942. Nas últimas décadas os casos de febre amarela identificadas nos grandes centros ocorreram em pessoas não vacinadas que viajaram para áreas de floresta e retornaram para áreas urbanas antes dos sintomas surgirem. Nestes casos, consideramos que o paciente adquiriu a forma silvestre, já que a contaminação ocorreu em áreas de floresta.

 

TRANSMISSÃO DA FEBRE AMARELA

 

A febre amarela não é transmitida de humano para humano. Apenas mosquitos transmitem o vírus (leia: PICADA DE MOSQUITO | Tratamento e prevenção). Como atualmente não existem casos de febre amarela urbana, a única forma de transmissão é a silvestre. Isso significa que é preciso que um ser humano não vacinado vá para áreas florestais onde existam macacos doentes. A transmissão ocorre quando um mosquito do gêneroHaemagogus pica um macaco contaminado, adquire o vírus e dias depois pica um humano não vacinado.

 

A febre amarela silvestre é uma doença que ocorre principalmente em macacos, sendo os humanos hospedeiros acidentais do vírus.

 

 

 

Febre amarela no Brasil

 

Para que a forma urbana volte a ocorrer, basta que uma pessoa contaminada pela forma silvestre retorne a uma cidade não endêmica, como o Rio de Janeiro, por exemplo, e seja picada pelo mosquito Aedes aegypti dentro dos primeiros 5 dias de infecção.

 

A forma urbana ainda não retornou graças a um eficaz controle do Ministério da Saúde, que fornece vacinação para toda toda população nas áreas endêmicas e monitora os casos de febre amarela em macacos, aumentando a cobertura vacinal na população toda vez que há surtos em primatas.

 

VACINA PARA FEBRE AMARELA

 

A vacina para febre amarela é altamente eficaz, sendo o Instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz, o maior produtor mundial da mesma. A vacinação para febre amarela faz parte do calendário vacinal em os estados das regiões Norte e Centro-Oeste; todos os municípios do Maranhão e Minas Gerais; municípios do sul do Piauí, oeste e sul da Bahia, norte do Espírito Santo, noroeste de São Paulo e oeste de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

 

Indivíduos que residem em áreas indenes, ou seja, sem circulação da forma silvestre, também devem ser vacinados 10 dias antes de viajarem para áreas endêmicas. Não só as pessoas que farão ecoturismo devem ser vacinadas. Mesmo que a viagem seja apenas a negócio, permanecendo o individuo sempre em área urbana, a vacinação deve ser efetuada.  Pessoas que residem em áreas indenes e que não viajarão para áreas endêmicas não precisam ser vacinadas.

 

A vacina para febre amarela tem duração de 10 anos, sendo necessário o reforço após este período.

 

Entre as contraindicações à vacina da febre amarela estão:

– Crianças menores de 6 meses de idade

– Pessoas com alergia a ovo

– Pessoas imunossuprimidas

– Gestantes

 

Casos de febre amarela no Brasil

 

Como já referido, desde a década de 1940 não há casos de febre amarela nos grandes centros urbanos do Brasil. Dado o sucesso da cobertura vacinal nas populações de áreas endêmicas, os casos de formas silvestres também são pouco comuns, não havendo nas últimas duas décadas mais do que 80 casos por ano em todo o país. No ano de 2010 houve apenas um único caso registrado no Brasil.

 

SINTOMAS DA FEBRE AMARELA

 

O período de incubação (intervalo de tempo entre contaminação e o aparecimento dos primeiros sintomas) da febre amarela é de 3 a 7 dias. Como a doença pode demorar até uma semana para se manifestar, muitos pacientes que adquirem a forma silvestre só desenvolvem sintomas depois de já terem voltado da sua viagem para área endêmica.

 

A maioria das pessoas infectadas não desenvolve a doença, apresentando no máximo alguns sintomas inespecíficos de virose. Nos pacientes que desenvolvem sintomas da febre amarela, as manifestações iniciais são febre alta com suores e calafrios, mal estar, dor de cabeça, dor muscular e cansaço. Podem também surgir náuseas, vômitos ou diarreia. Após três ou quatro dias, a maioria dos doentes recupera-se completamente, ficando imunizado contra a doença para o resto da vida.

 

Em cerca de 15% dos casos, porém, a febre amarela evolui de forma grave. O paciente apresenta uma pequena melhora após dois ou três dias de doença, dando a impressão que irá se recuperar, mas a febre volta com toda força, desta vez acompanhada de fortes dores abdominais, náuseas e vômitos, manchas roxas na pele, sangramentos  na gengiva, nariz ou estômago, e pele amarelada, chamada de icterícia (leia: ICTERÍCIA | Neonatal e adulto). Órgãos nobres como fígado, pulmões e rins podem entrar em falência levando o paciente à morte. As formas graves têm letalidade acima de 50%, mesmo com tratamento médico adequado.

 

O diagnóstico é feito através de exames de sangue.

 

TRATAMENTO DA FEBRE AMARELA

 

Não existe tratamento específico para febre amarela. Não há um medicamento que cure a doença, o que torna a vacinação ainda mais importante.

 

Nos casos grave o paciente é internado para controle das complicações e monitorização das hemorragias. Alguns pacientes que apresentam falência dos rins precisam de hemodiálise (leia: HEMODIÁLISE| Como funciona, cateter e fístulas). Nos casos de insuficiência respiratória a ventilação mecânica pode ser necessária.

 

A falsa epidemia de febre amarela em 2008

 

Durante o ano de 2008 o Ministério da Saúde detectou um aumento dos casos de febre amarela entre primatas nas florestas de algumas regiões endêmicas, o que poderia aumentar os casos de febre amarela silvestre. Adequadamente, o governo expediu ordem para aumentar a vigilância e reforçar a vacinação contra a doença em viajantes e moradores de áreas endêmicas que pudessem estar há mais de dez anos sem o reforço.

 

Entretanto, de forma completamente irracional, parte da imprensa das regiões não endêmicas, nomeadamente Rio e São Paulo, deturparam este fato e passaram a noticiar uma suposta epidemia de febre amarela com risco de transmissão urbana, levando pânico à população, que correu para os postos de saúde em busca de vacinação. O episódio foi tão irresponsável que alguns colunistas instruíram a população a não confiarem no discurso oficial do governo que garantia não haver sinais de epidemia. Somente o jornal Folha de São Paulo publicou mais de 100 matérias sensacionalistas sobre a suposta epidemia entre Dezembro de 2007 e Fevereiro de 2008.

 

O fato é que durante o ano todo de 2008 foram identificados apenas cerca de 40 casos de febre amarela silvestre em todo o país. Entretanto, a corrida aos postos de saúde fez com que mais de 13 milhões de doses de vacina fossem aplicadas (a média é de menos de 3 milhões por ano). Essa insana vacinação gerou mais de 50 casos de reação à vacina, sendo 23 pessoas internadas por complicações e 8 mortes! Uma das pessoas mortas apresentava contraindicações a vacina, mas assustada com o noticiário, vacinou-se duas vezes em um intervalo de apenas uma semana.

 

Este fato só reforça a necessidade da população se conscientizar que informações sobre saúde devem ser obtidas apenas por fontes confiáveis. Nunca tome medicações ou vacinas sem orientação médica.

 

 

– COQUELUCHE | Sintomas, tratamento e vacina

 

 

 

COQUELUCHE | SINTOMAS, TRATAMENTO E VACINA

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 12 COMENTÁRIOS - Atualizado em 10 de agosto de 2013

 

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A coqueluche, também conhecida como pertússis ou tosse convulsa, é uma infecção altamente contagiosa do trato respiratório causada pela bactéria Bordetella pertussis. A coqueluche, uma doença atualmente prevenível por vacina, cursa com violentas crises de tosse dolorosa. Neste texto vamos abordar a transmissão, sintomas, tratamento e prevenção desta infecção

 

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Epidemiologia da coqueluche

 

Até a primeira metade do século XX a coqueluche era uma das principais causas de morte em crianças. Após o advento da vacina na década de 1940, a incidência despencou, principalmente nos países desenvolvidos, tornando-se uma doença pouco comum. No Brasil são registrados cerca de 1000 novos casos de coqueluche por ano. Apesar de incomum em boa parte do planeta, a coqueluche ainda atinge anualmente cerca de 40 milhões de pessoas no mundo, principalmente na África e no Sudeste Asiático.

 

 

 

Tosse convulsa

 

Nas últimas 2 décadas a incidência de coqueluche tem aumentado em todo mundo, inclusive na Europa e EUA. As causas ainda não são conhecidas, mas acredita-se que seja por uma conjunção de fatores, como perda da eficácia da vacina em adultos vacinados há muito tempo, falhas na vacinação da população infantil (são necessárias pelo menos 3 doses da vacina para uma imunização efetiva) e uma maior capacidade da medicina em diagnosticar a doença.

 

A despeito da vacinação, a cada 2 a 5 anos ocorrem surtos localizados de coqueluche em praticamente todos os países (não necessariamente ao mesmo tempo). Este dado nos indica que a vacinação é eficaz em prevenir a doença, mas não elimina a circulação da bactéria no meio. Sempre que há acúmulo de indivíduos susceptíveis, seja por falta de vacinação ou por perda de eficácia da mesma com o tempo, a coqueluche reaparece pontualmente.

 

TRANSMISSÃO DA COQUELUCHE

 

O ser humano é o único animal que abriga a bactéria Bordetella pertussis. A coqueluche é uma doença altamente contagiosa, sendo a transmissão feita através de aerossóis e gotículas das vias aéreas lançadas ao ambiente, principalmente durante a tosse. Após um episódio de tosse a bactéria é lançada ao ar e pode infectar pessoas em um raio maior do 1,5 metros de distância. A transmissão pelas mãos é uma importante via de propagação da doença.

 

Assim com em qualquer caso de infecção contagiosa das vias respiratórias, a transmissão de vírus e bactérias é feita por aerossóis expelidos durante a fala, espirros e tosse. Entretanto, a principal via de transmissão costuma ser as mãos, que são frequentemente levadas à boca e ao nariz do indivíduo enfermo, entrando em contato com secreções contaminadas, tornando-se assim um importante reservatório de germes. Para diminuir o risco de contaminação evite contato próximo e prolongado com pessoas infectadas com infecções respiratórias e lave as mãos com frequência, pois mesmos objetos manuseados por indivíduos doentes podem transmitir germes. Uma vez que haja bactérias ou vírus na sua mão, basta coçar o nariz ou encostá-la na boca para se contaminar.

 

SINTOMAS DA COQUELUCHE

 

Após a exposição à bactéria Bordetella pertussis, o tempo médio de incubação é de 7 a 10 dias. Quando surgem os sintomas, a doença pode ser dividida em 3 estágios:

 

1. Estágio catarral

 

O estágio catarral é a primeira fase da coqueluche e dura de 1 a 2 semanas. O sintomas são semelhantes ao de uma virose respiratória comum, com febre baixa, rinite, mal estar, conjuntivite, espirros e tosse. Esta é a fase onde a doença encontra-se mais contagiosa.

 

2. Estágio paroxistico

 

Ao final do estágio catarral, a tosse que era fraca vai se tornado frequente e cada vez mais forte. Os ataques de tosses tornam-se violentos e podem durar mais de um minuto. O paciente durante as crises tem dificuldade para respirar e costuma fazer um som agudo, tipo um silvo ou “guincho”, quando inspira contra as vias aéreas comprimidas pela tosse. Os ataques de tosse podem ser tão intensos que causam vômitos e exaustão. As crises são mais comuns à noite e o paciente pode ter mais de 20 episódios ao longo das 24h. As crises de tosse duram até 6 semanas, sendo mais intensas nas duas primeiras.

 

3. Estágio de convalescença

 

Após 6 semanas de estágio paroxístico, a tosse começa a aliviar, permanecendo por ainda quase 1 mês, mas já sem os paroxismos. Todavia, as crises podem voltar caso o paciente nesta fase tenha o azar de apresentar outra infecção das vias aéreas, como uma gripe, por exemplo.

 

Adultos podem ter coqueluche se não tiverem sido vacinados corretamente ou se a vacina tiver perdido eficácia ao longo dos anos. Neste grupo a coqueluche pode não apresentar os sintomas e estágios típicos descritos acima, principalmente se o paciente já tiver sido vacinado. O sintoma mais comuns de coqueluche no adulto são as intensas crises de tosse, que podem levar a vômitos e duram até 3 meses.

 

COMPLICAÇÕES DA COQUELUCHE

 

As principais complicações da coqueluche ocorrem em crianças, principalmente nas menores de 6 meses. Os problemas são geralmente secundários às violentas crises de tosses e incluem:

 

– Pneumotórax (leia: PNEUMOTÓRAX | Causas, sintomas e tratamento)

– Distensão muscular

– Crises convulsivas (leia: EPILEPSIA | CRISE CONVULSIVA | Sintomas, tipos e como proceder)

– Hernias abdominais

– Fratura de costela

– Pneumonia (leia: PNEUMONIA | Sintomas e tratamento)

– Lesões nos ouvidos

– Lesões nos olhos

 

A maioria dos casos de mortes por coqueluche ocorrem em crianças menores que 6 meses, exatamente o grupo que ainda não completou a série de 5 vacinas. A taxa de mortalidade encontra-se em 1% dos casos. Quanto mais nova a criança, maior o risco.

 

TRATAMENTO DA COQUELUCHE

 

Quando a coqueluche ocorre em crianças com até 1 ano de idade, geralmente é necessário internamento hospitalar para ajudar na hidratação e alimentação. Antitussígenos não funcionam e atualmente seu uso é desencorajado. Antibióticos contra Bordetella pertussis, se inciados precocemente, diminuem o tempo de doença e a taxa de transmissão. Após 5 dias de antibióticos, o paciente deixa de ser transmissor da bactéria.

 

A profilaxia com antibióticos é indicada para todos familiares ou pessoas que tiveram contato próximo com o paciente nos 21 dias que antecederam o início dos sintomas, não importando a idade ou o estado vacinal dos mesmos.

 

VACINA PARA COQUELUCHE

 

O atual esquema de vacinação do ministério da Saúde no Brasil indica um total de 5 doses da vacina tríplice DTP contra difteria, tétano e pertússis (coqueluche) a serem dadas nos 2º, 4º e 6º meses, com doses de reforço no 15º mês e aos 4 anos de idade. Com o aumento da incidência de coqueluche entre adolescentes e adultos, alguns médicos estão indicando uma nova dose de reforço aos 11 anos de idade.

 

A vacina reduz muito a chance de contaminação, mas como qualquer vacina, não é 100% efetiva, principalmente se a última dose foi administrada há muitos anos.

 

 

– RUBÉOLA | Sintomas e vacina

 

RUBÉOLA | SINTOMAS E DIAGNÓSTICO

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 122 COMENTÁRIOS - Atualizado em 14 de setembro de 2014

 

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A rubéola é uma infecção viral, altamente contagiosa, que costuma acometer crianças. A rubéola é habitualmente uma infecção benigna, mas que pode causar sérias complicações se adquirida durante a gravidez.

 

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Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre a rubéola:

 

O que é rubéola.

Como se pega rubéola.

Sintomas da rubéola.

Diagnóstico da rubéola (rubéola IgG e IgM).

Tratamento da rubéola.

Rubéola na gravidez.

Vacina contra rubéola.

O QUE É RUBÉOLA?

 

A rubéola é uma infecção viral que costuma causar febre e manchas avermelhadas pelo corpo, chamadas de rash. O homem é o único hospedeiro deste vírus.

 

A rubéola é uma doença que vem se tornando cada vez menos comum, principalmente após a intensificação das campanhas de vacinação nos últimos anos. No Brasil, não há casos de rubéola notificados desde 2009.

 

TRANSMISSÃO DA RUBÉOLA

 

A rubéola é transmitida pelas vias aéreas, através de perdigotos (gotículas de saliva), como a maioria das infecções virais de transmissão aérea. O vírus da rubéola é altamente contagioso e costuma ser transmitido por espirros, tosse, beijos, talheres, ou mesmo através de conversas, caso haja tempo e proximidade suficientes para contato com perdigotos.

 

O período de incubação da rubéola, ou seja, o intervalo de tempo entre a contaminação e o aparecimento dos sintomas, é em média de 14 a 18 dias. Entretanto, o individuo contaminado já torna-se contagioso entre uma a duas semanas antes da infecção se tornar clinicamente aparente. Isso significa que poucos dias depois de ter sido contaminado, e antes de qualquer sintoma, o paciente já é capaz de passar o vírus para outras pessoas.

 

Em muitos casos a infecção pela rubéola é tão fraca que passa despercebida, o que não impede, porém, que o paciente contamine outras pessoas. Por este motivo, muitos indivíduos com rubéola não conseguem identificar quem os contaminou.

 

O vírus da rubéola habitualmente invade o organismo pelas vias aéreas, mas cinco a sete dias após a contaminação já se encontra espalhado por todo o corpo, podendo ser encontrado no sangue, urina, pulmão, liquor, pele, etc.

 

Após o aparecimento do rash, a taxa de transmissão começa a cair, deixando o paciente de ser contagioso 5 ou 7 dias depois.

 

SINTOMAS DA RUBÉOLA

 

Na maioria das pessoas, a rubéola apresenta poucos ou nenhum sintoma. Isto é particularmente verdadeiro nas crianças, que costumam ter uma quadro de rubéola bem fraquinho.

 

Naqueles que desenvolvem sintomas, estes surgem 2 a 3 semanas após terem sido contaminados. Os sintomas inicias da rubéola são inespecíficos, semelhantes aos de qualquer virose, com febre, dores pelo corpo, dor de cabeça, dor de garganta, coriza e prostração. Um exame físico mais cuidadoso pode revelar linfonodos (ínguas) na nuca e atrás das orelhas, que são bem característicos da rubéola.

 

 

 

Após 1 a 3 dias de sintomas inespecíficos, surge o rash (exantema) da rubéola, que são pequenas manchas vermelhas difusas, como na foto ao lado. O rash costuma começar na face e descer para o resto do corpo em questão de horas. Dura em média 3 dias e depois desaparece. Além da pele, o rash também pode surgir no palato (céu da boca). Nesta fase, um quadro de dores nas articulações e conjuntivite também é comum.

 

O rash desaparece rápido, mas os linfonodos e as dores articulares podem durar ainda alguns dias. Crianças se recuperam mais rápido que adultos, que podem manter dores nas articulações por até um mês.

 

Como já dito, a maioria das pessoas não desenvolve sintomas após contato com o vírus. Mesmo aqueles que desenvolvem sintomas de rubéola, praticamente todos melhoram espontaneamente. Raramente, em média 1 a cada 6000 casos, o vírus pode acometer o cérebro, levando ao que chamamos de encefalite viral, um quadro gravíssimo e com alta mortalidade.

 

Crianças com rubéola devem ficar em casa até o rash desaparecer completamente, para evitar a contaminação dos colegas. Como a rubéola é uma doença que está em vias de ser erradicada, todos os casos devem ser notificados à secretaria de saúde.

 

DIAGNÓSTICO DA RUBÉOLA

 

O diagnóstico da rubéola é habitualmente feito através do quadro clínico. O diagnóstico diferencial deve ser feito com parvovirose e escarlatina (leia: ESCARLATINA | Sintomas e tratamento), que apresentam um rash muito parecido.

 

Quatro dias após o aparecimento do rash, o corpo já possui anticorpos contra a rubéola, o que permite realizar sorologia para confirmar laboratorialmente a doença. Como nesta fase a maioria das pessoas já está curada ou em processo de cura, e como não há tratamento específico para rubéola, sua confirmação laboratorial é geralmente desnecessária (exceto na gravidez. Explico mais abaixo).

 

Na sorologia existem dois tipos de anticorpos: anticorpos IgM e anticorpos IgG. O primeiro a aparecer é o IgM, que é o anticorpo que ataca o vírus. O IgM contra rubéola costuma já ser detectável no 4º dia de rash e permanece positivo por até 8 semanas. Após a cura, surge o segundo tipo de anticorpo, o IgG contra rubéola. O IgG é um anticorpo que indica que o paciente teve a doença e agora encontra-se curado e imunizado. Portanto, quem está com rubéola apresenta IgM positivo. Quem já teve rubéola ou foi vacinado apresenta IgG reagente.

 

Após a cura, os anticorpos IgG proporcionam uma imunização contra novos episódios de rubéola. Portanto, rubéola só se pega uma vez na vida. São raros e brandos os casos de reinfecção. O paciente pode ter contato novamente com o vírus da rubéola, mas os títulos de IgG se elevam rapidamente, impedindo que o paciente desenvolva a doença uma segunda vez.

 

Explicamos a interpretação da sorologia da rubéola com mais detalhes neste artigo:RUBÉOLA IGG E IGM | DIAGNÓSTICO DA RUBÉOLA NA GRAVIDEZ

 

TRATAMENTO DA RUBÉOLA

 

Não existe tratamento para rubéola. Mas isso não é um problema já que mais de 99% dos pacientes se curam espontaneamente. Em geral, prescrevemos antitérmicos e analgésicos para aliviar os sintomas até que o paciente esteja totalmente recuperado.

 

Síndrome da rubéola congênita

 

A grande preocupação em relação a rubéola está na contaminação de mulheres grávidas. Se em crianças e adultos a doença é branda, no feto em desenvolvimento ela pode ser catastrófica.

 

Se a rubéola for adquirida durante o primeiro trimestre, o risco de mal formações é maior que 80%. Além dos defeitos morfológicos, 1 em cada 5 mulheres infectadas sofre aborto nesta fase. A síndrome da rubéola congênita se caracteriza por catarata, surdez, defeitos cardíacos, alterações no fígado e lesão neurológica, inclusive com retardo do desenvolvimento mental. Em vários países do mundo o aborto é permitido em casos de rubéola no 1º trimestre.

 

Recém-nascidos com rubéola congênita podem transmitir o vírus por até um ano, sendo necessário evitar o seu contato com outras grávidas não imunizadas.

 

Infecções contraídas após a 20º semana trazem pouco risco de mal formações, porém ainda existe a chance de transmissão da virose para o feto. Normalmente estas crianças nascem com baixo peso, mas sem defeitos na formação.

 

Nas grávidas a sorologia ganha muita importância. Toda gestante deve ser testada para rubéola; caso seja IgG negativo, deve-se dobrar os cuidados em relação a contatos com pessoas com sintomas de virose.

 

Mulheres que sejam IgG reagente não correm risco de pegar rubéola durante a gravidez.

 

VACINA CONTRA RUBÉOLA

 

A vacina contra rubéola é composta de vírus vivo atenuado, e portanto, é contraindicada na gravidez. Porém, em 2006 um trabalho do ministério da saúde mostrou que em 26000 mulheres vacinadas inadvertidamente por desconhecerem o fato de estarem grávidas, nenhuma apresentou caso de rubéola congênita. Logo, não se vacina mulheres sabidamente grávidas, mas se ocorrer a vacinação por engano, o risco de complicações é baixo (leia: VACINAS NA GRAVIDEZ).

 

Toda mulher em idade fértil deve realizar uma sorologia para saber seu estado imunológico contra rubéola. Naquelas com resultado negativo (IgG negativo), deve-se aplicar a vacina. Pacientes que tenham IgG positivo estão imunizadas e não correm risco de terem  rubéola. Não é preciso vacinar pessoas que já tenham anticorpos IgG.

 

Não há problemas em receber a vacina durante a amamentação. Também não há problema em ser revacinado. Se durante uma campanha de vacinação a pessoa não lembra se já recebeu a vacina alguma vez na vida, ou se não sabe seu estado imunológico, ela pode ser vacinada. Esta orientação vale para homens e mulheres entre 20 e 39 anos.

 

Uma única dose da vacina contra rubéola é eficaz para criar imunização permanente em mais de 95% dos casos.

 

Como toda vacina com vírus vivo, ela também não deve ser tomada por pessoas imunodeprimidas ou com doença febril ativa.

 

Vale lembrar que a rubéola faz parte do atual calendário oficial de vacinação nas crianças

 

 

– HEPATITE A | Sintomas, tratamento e vacina

 

 

 

HEPATITE A | SINTOMAS, TRATAMENTO E VACINA

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 58 COMENTÁRIOS - Atualizado em 20 de fevereiro de 2015

 

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O termo hepatite significa inflamação do fígado. A hepatite pode ser causada por vários fatores, como drogas, álcool, doenças auto-imunes ou agente infecciosos (leia: AS DIFERENÇAS ENTRE AS HEPATITES).

 

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A hepatite A é causada por um vírus chamado HAV, que é a sigla em inglês para “vírus da hepatite A”. O HAV só foi descoberto em 1973. Até a década de 60 nenhum dos 3 principais vírus da hepatite haviam sido identificados. Sabia-se que os pacientes tinham hepatite, mas a causa era desconhecida.

 

Ao contrário do que o senso comum possa indicar, o vírus da hepatite A é completamente diferente do vírus da hepatite B, que por sua vez, nada tem a ver com o da hepatite C. São, portanto, doenças distintas.

 

Leia:

– HEPATITE B – Sintomas, diagnóstico e vacina

– HEPATITE C – Sintomas e tratamento

 

Apesar de já existir vacina, a incidência de hepatite A no mundo ainda é elevadíssima, principalmente nos países em desenvolvimento.

 

TRANSMISSÃO DA HEPATITE A

 

A hepatite A é transmitida pela via fecal-oral. As pessoas infectadas eliminam o vírus em suas fezes de modo constante. Para ser infectado é preciso que o vírus entre em contato com nossa boca. O contato oral com fezes de outros, em um primeiro momento, pode parecer um via improvável, porém, é muito mais comum do que imaginamos. Quanto pior for a condição de higiene do meio, mais fácil será a transmissão.

 

Exemplos de como se pode transmitir a hepatite A:

 

– Comidas preparadas por pessoas que não lavam as mãos após evacuação.

– Mergulhar em praias ou lagoas que recebem esgoto não tratado (o HAV pode se permanecer viável por até 6 meses).

– Frutos do mar oriundos de águas poluídas com esgoto não tratado.

– Tocar em objetos contaminados e logo após levar a mão a boca inadvertidamente.

– A hepatite A não é uma doença sexualmente transmissível, porém, ter relações com pessoas infectadas é um fator risco, principalmente se houver sexo anal seguido de sexo oral ou hábito de se lamber o ânus do parceiro(a). Neste caso o uso de camisinha não altera em nada o risco de contaminação.

 

Um dos grandes problemas da hepatite A é que o paciente contaminado começa a eliminar o vírus antes mesmo dos sintomas iniciarem-se. Por exemplo, cozinheiros com maus hábitos de higiene podem trabalhar semanas transmitindo o vírus sem que se suspeite da contaminação.

 

Para saber mais sobre doenças transmitidas por águas contaminadas, leia: DOENÇAS TRANSMITIDAS PELA ÁGUA.

 

SINTOMAS DA HEPATITE A

 

O período de incubação do HAV é de 2 a 6 semanas. Em crianças o quadro pode ser brando o suficiente para passar despercebido. Quando há sintomas, estes são muitas vezes confundidos com uma gripe ou uma gastroenterite leve. Não é incomum pessoas só descobrirem que tiveram hepatite A através de sorologias solicitadas ao acaso.

 

Nos adultos, a hepatite A costuma ser mais sintomática. Este é o grupo que costuma procurar atendimento médico durante a fase aguda da doença.

 

 

 

Inicialmente a hepatite A se apresenta como uma virose gastrointestinal  inespecífica, com perda de apetite, náuseas, vômitos, fraqueza, dor muscular, dor de cabeça e febre. Após 1 semana surge a icterícia, sintoma clássico da hepatite A aguda, que se caracteriza por pele e olhos amarelados, comichão generalizado, urina escura e fezes de cor muito clara (leia: ICTERÍCIA NO ADULTO E ICTERÍCIA NEONATAL). 80% dos pacientes apresentam também hepatomegalia, que é o aumento do tamanho do fígado.

 

A hepatite A dura em média 2 meses. Ao contrário da hepatite B e, principalmente, da hepatite C, que costumam virar infecções crônicas, a hepatite A na maioria dos casos cura-se espontaneamente, raramente se tornando uma hepatite crônica.

 

Se por um lado a hepatite A costuma ser uma doença benigna que raramente se torna crônica, por outro, ela é a hepatite viral que mais frequentemente cursa como uma hepatite fulminante, levando a morte por insuficiência hepática caso não seja efetuado um transplante hepático de urgência. Felizmente esse quadro ocorre em menos de 1% das hepatites por vírus A.

 

DIAGNÓSTICO DA HEPATITE A

 

Nas análises de sangue, o principal achado é a alteração das chamadas enzimas hepáticas: TGO, TGP e bilirrubinas (leia: O QUE SIGNIFICA AST (TGO) E ALT (TGP)?). Nas hepatites agudas os valores de TGO e TGP costumam estar acima de 1000 IU/dL.

 

As enzimas hepáticas, porém, só indicam que há um quadro de hepatite aguda em curso, não sendo capazes de determinar a causa.

 

Para se identificar o HAV como agente causador da hepatite é preciso realizar uma sorologia para hepatite A. Na sorologia procuramos por 2 tipos de anticorpos: IgM e IgG.

 

– O anticorpo IgM, indica hepatite A ativa. Já encontra-se positivo quando os sintomas aparecem e permanece detectável por até 6 meses, quando, então, desaparece.

– O anticorpo IgG indica infecção antiga. Fica positivo após algumas semanas de infecção e assim permanece pelo resto da vida.

 

Temos, então, 3 possibilidades

 

– HAV IgG positivo e IgM negativo = Infecção antiga e curada.

– HAV IgG positivo e IgM positivo = Infecção ativa e a caminho da cura.

– HAV IgG negativo e IgM positivo = infecção ativa no início do quadro.

 

TRATAMENTO DA HEPATITE A

 

Como se trata de uma doença benigna com cura espontânea na quase totalidade dos casos, não há tratamento específico para a hepatite A.

 

Indica-se apenas repouso, boa alimentação e hidratação. Deve-se, obviamente, evitar bebidas alcoólicas e drogas que possam causar lesão hepática, como o paracetamol.

 

Vacina para hepatite A

 

Já existe vacina para hepatite A e sua administração é recomendada em crianças aos 12 e 18 meses de idade. A vacina também pode ser aplicada em adultos a qualquer momento. A vacinação de profissionais que trabalham com comida é útil para evitar epidemias pela transmissão através de alimentos. A vacina também é importante para pacientes que já tenham alguma outra doença do fígado, uma vez que este grupo apresenta maior risco de complicações quando exposto ao HAV.

 

 

– HEPATITE B | Sintomas e vacina

 

HEPATITE B | SINTOMAS E VACINA

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 168 COMENTÁRIOS - Atualizado em 22 de novembro de 2013

 

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A hepatite B é uma doença infecciosa causada por um vírus chamado HBV, sigla para vírus da hepatite B, em inglês. A hepatite B é uma pandemia que acomete cerca de 350 milhões de pessoas no mundo. Em algumas regiões da Ásia, cerca de 20% da população é portadora do vírus B.

 

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Hepatite é um termo que significa inflamação do fígado. Ela pode ser causada por vírus, por álcool, por drogas, por acúmulo de gordura no figado, etc. Leia: AS DIFERENÇAS ENTRE AS HEPATITES para entender melhor as principais causas de hepatite e suas diferenças.

 

Existem 5 hepatites diferentes causadas por vírus:

 

– HEPATITE A.

– Hepatite B.

– HEPATITE C.

– Hepatite D.

– Hepatite E.

 

Porém, na prática médica, quase todas são causadas pelos vírus A, B ou C. As hepatites D e E são raras.

 

É importante saber que os vírus que causam cada uma dessas hepatites são completamente diferentes entre si. O vírus da hepatite C, por exemplo, é geneticamente muito mais próximo dos vírus da dengue (leia: DENGUE – Sintomas e tratamento) e da febre amarela do que do vírus da hepatite B. Portanto, entre os 5 tipos de hepatite viral, as formas de transmissão, a evolução da doença, o tratamento e as vacinas também são diferentes. A única coisa em comum é o fato desses vírus terem preferência pelo fígado.

 

O vírus da hepatite D apresenta uma particularidade, ele só ataca aqueles já contaminados com hepatite B. Portanto, todo paciente com hepatite D, obrigatoriamente também tem hepatite B. Pacientes com hepatite B+D apresentam um quadro bem mais agressivo de lesão do fígado.

 

Transmissão da hepatite B

 

A hepatite B é uma DST – doença sexualmente transmissível (leia: O QUE É DST?). Cerca de 70% dos casos são transmitidos pela via sexual, em torno de 2/3 por relações heterossexuais e 1/3 por relações homossexuais.

 

Outras vias de transmissão do HBV incluem a vertical (da mãe para feto), transfusões de sangue e compartilhamento ou acidentes com agulhas ou outros materiais hospitalares infectados.

 

Outra maneira de se contrair hepatite B é através do uso comum de escovas de dentes e lâminas de barbear. Esta via é rara, mas torna-se possível se o objeto compartilhado tiver tido contato com sangue.

 

Também existem casos relatados de transmissão através da acupuntura, tatuagens e body piercing (leia:  BODY PIERCING – PERIGOS E COMPLICAÇÕES), realizados com material não descartável.

 

Não se pega hepatite B em piscinas, ou através de em copos ou talheres, com beijos (a não ser que haja contato direto com sangue), abraços, tosse, espirro ou pela amamentação. O uso de preservativos (camisinha) é indicado para prevenir a transmissão sexual (leia:CAMISINHA | Tudo o que você precisa saber).

 

O vírus da hepatite B consegue sobreviver por até 7 dias fora do organismo.

 

Sintomas da hepatite B

 

A hepatite B é dividida em duas fases: infecção aguda e infecção crônica.

 

a) Hepatite B fase aguda

 

O período de incubação, ou seja, do momento da contaminação até o surgimento dos primeiros sintomas, costuma ser de 1 a 4 meses.

 

Cerca de 70% dos pacientes contaminados com o vírus da hepatite B apresentam sintomas leves e inespecíficos da infeção. Muitas vezes a fase aguda pode ser confundida com um quadro gripal. Não é nada incomum os pacientes só descobrirem que tiveram hepatite anos depois fazendo exames de sangue. Apenas 30% desenvolvem um quadro clínico típico de hepatite, chamada forma ictérica da hepatite B aguda.

 

A icterícia é a coloração amarelada da pele e das mucosas devido a inflamação do fígado e acúmulo de bilirrubinas no sangue. Junto com a icterícia também surgem a urina escura e as fezes muito claras. Para saber mais detalhes sobre a icterícia, leia: ICTERÍCIA NO ADULTO E ICTERÍCIA NEONATAL.

 

Outros sintomas da hepatite B aguda incluem:

– Cansaço

– Náuseas e vômitos

– Dores articulares

– Dor abdominal, principalmente na região superior direita.

– Febre

– Perda do apetite

 

A insuficiência hepática fulminante é rara e ocorre em menos de 0,5% dos casos.

 

Durante fase aguda, nas análises de sangue, os marcadores de lesão hepática costumam estar muito elevados. TGO (AST) e TGP (ALT) normalmente estão acima de 1000 UI/L (leia: O QUE SIGNIFICAM AST (TGO), ALT (TGP) E GAMA GT?).

 

95% dos adultos que contraem hepatite se recuperam completamente e ficam espontaneamente curados dentro de 6 meses. Apenas 5% evoluem para forma crônica da hepatite. Quanto mais jovem for o paciente, maior o risco de evoluir para festa forma, a ponto de até 50% das crianças menores de 5 anos e 90% dos recém-nascidos não conseguirem atingir a cura.

 

b) Hepatite B fase crônica

 

A hepatite crônica ocorre quando o nosso sistema imune não consegue eliminar o HBV até um prazo de 6 meses. Estes pacientes permanecem indefinidamente com o vírus no organismo, destruindo lentamente seu fígado, e podendo contaminar outras pessoas através das vias citadas no início deste texto.

 

O fato de ter tido uma hepatite aguda com poucos ou muitos sintomas, não parece ter influencia na evolução para forma crônica.

 

A hepatite B crônica costuma ser assintomática por muitos anos. Mesmo aqueles que tiveram sintomas típicos de hepatite aguda, melhoram espontaneamente do quadro, apesar de não estarem livres do vírus B. Os valores de TGO e TGP caem, ficando apenas de leve a moderadamente elevados, comprovando uma lenta e progressiva destruição do fígado.

 

10 a 20% dos paciente com hepatite B desenvolvem doenças extra-hepáticas. As duas principais são:

– Uma vasculite chamada poliarterite nodosa (leia: SAIBA O QUE É VASCULITE

– Uma doença renal chamada nefropatia membranosa (leia: O QUE É UMA GLOMERULONEFRITE ?)

 

Entre as complicações hepáticas da hepatite B crônica estão a cirrose (leia: CAUSAS E SINTOMAS DA CIRROSE HEPÁTICA) e o câncer de fígado. A maioria dos pacientes com a forma crônica não evoluem para esses dois quadros, e quando o fazem, isto costuma ocorrer vários anos, às vezes décadas, depois.

 

Os paciente com hepatite B adquirida ao nascimento, costumam chegar até os 30 anos de idade sem maiores complicações da doença. Na doença adquirida quando adulto, cerca de 10 a 20% desenvolvem sinais de cirrose após 5 anos de doença.

 

Vários fatores influenciam na chance de evolução para cirrose, entre eles, a carga viral (contagem de vírus no sangue), a taxa de atividade do vírus, consumo de bebidas alcoólicas, co-infecção com outras hepatites virais como hepatite C e hepatite D etc…

 

Cerca de 10% dos pacientes com cirrose por hepatite B, desenvolvem câncer o fígado.

 

Diagnóstico da hepatite aguda e crônica

 

O diagnóstico da hepatite é confirmado através da sorologia de sangue. A interpretação sorológica é complexa e não cabe aqui explicá-la com detalhes. Porém, algumas informações podem ser passadas:

 

– HBsAg = é uma proteína existente na superfície do vírus. Se o HBsAg for positivo, indica que o vírus está presente na circulação. Pacientes com hepatite B crônica permanecem com HBsAg positivo para sempre já que nunca se livram do vírus. Pacientes curados têm HbsAg negativo.

 

–Anti-HBs = É o anticorpo produzido contra o vírus. Normalmente ele aparece quando a infecção está curada ou quando o paciente foi vacinado. Pacientes com hepatite B crônica nunca apresentam anti-HBs positivo. Pacientes com anti-HBs positivo e HBsAg negativo são aqueles que estão imunes a hepatite, seja por vacinação, ou por já terem tido a doença antes.

 

– HBeAg e Anti-HBe = o HBeAg é uma proteína do núcleo do vírus e costuma estar presente quando o mesmo encontra-se em grande atividade. O HBeAg costuma estar positivo na fase aguda e nos casos de hepatite B crônica com alta replicação viral.

 

O anti-HBe é um anticorpo que surge quando o paciente se cura ou quando sua infecção crônica está adormecida e o vírus não está se multiplicando.

 

– Anti-HBc = É um outro anticorpo contra o vírus B. O anti-HBc IgM está positivo nos casos agudos. O anti-HBc IgG é um anticorpo que está presente em todos que já tiveram hepatite ou a tem cronicamente. Quem, por exemplo, foi vacinado apresenta anti-HBs positivo, mas não apresenta anti-HBc.

 

Veja no quadro abaixo, alguns exemplos de sorologia e suas interpretações:

 

 

 

Vacina para hepatite B

 

A vacina para hepatite é muito segura e apresenta eficácia acima de 95%. A hepatite B é um doença potencialmente erradicável se houver campanhas efetivas de vacinação em massa. No Brasil e em Portugal a vacinação para hepatite B já faz parte do calendário básico de vacinação para crianças.

 

O atual esquema é feito em 3 doses, sendo as 2º e 3º doses administradas após 1 mês e após 6 meses, respectivamente. Ex: primeira dose em 10.01.2010, segunda dose em 10.02.2010 e terceira dose em 10.07.2010.

 

Se entre a primeira e a terceira doses houver alguma falha, não é preciso recomeçar todo esquema, porém, a chance de se criar anticorpos (anti-HBs) é maior se o esquema for respeitado.

 

Dois meses após o término do esquema de vacinação pode-se realizar a sorologia para determinação da presença do anti-HBs, que traduz o sucesso da vacina. Como na população geral essa taxa de sucesso é muito elevada, a maioria dos médicos só indica a sorologia quando a comprovação é essencial, como em profissionais da área de saúde, parceiros de pessoas infectadas, pacientes em hemodiálise etc… (leia: O QUE É HEMODIÁLISE? COMO ELA FUNCIONA?).

 

Como a vacina demora vários meses para criar proteção contra a hepatite, ela não serve para ser usada em casos de acidentes com agulhas contaminadas, por exemplo. Neste caso, se a pessoa que se feriu não tiver sido vacinada ou nunca tiver tido hepatite B, indica-se a administração da imunoglobulina para hepatite B, um coquetel de anticorpos contra o vírus. A imunoglobulina deve ser administrada o quanto antes, de preferência nas primeiras 24h após o acidente, para se evitar a contaminação. Após 7 dias da contaminação, a imunoglobulina é ineficaz.

 

Tratamento da hepatite B

 

O tratamento para hepatite B está indicado apenas nos casos de hepatite B crônica com sinais de atividade, seja por haver HBeAg positivo, elevações na TGO e TGP e/ou uma elevada carga viral.

 

Na hepatite aguda indica-se apenas repouso, hidratação e evitar álcool e medicamentos que possam prejudicar o fígado. Não existe dieta especial e não há tratamentos alternativos que comprovadamente ofereçam alguma melhora. Evite os remédios ditos naturais, pois além de haver nenhuma comprovação de eficácia, eles podem piorar o quadro.

 

Uma vez indicado o tratamento, existem várias drogas disponíveis como lamivudine, adefovir, entecavir, telbivudine, interferon e tenofovir. O tratamento costuma ser longo e com taxas de sucesso que variam entre 20 e 70% dependendo da situação. O objetivo da terapia é impedir a multiplicação do vírus e prevenir complicações futuras como cirrose e câncer hepático.

 

Nos casos mais graves, com sinais de cirrose e falência hepática, pode-se indicar o transplante de fígado.

 

 

– TUBERCULOSE | Sintomas e tratamento

 

TUBERCULOSE | CAUSAS, SINTOMAS E TRATAMENTO

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 399 COMENTÁRIOS - Atualizado em 12 de novembro de 2014

 

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A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa causada por uma bactéria, que pode acometer vários órgãos diferentes, sendo a tuberculose pulmonar sua principal forma.

 

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Neste artigo vamos abordar os seguintes pontos sobre a tuberculose:

 

O que é tuberculose.

Transmissão da tuberculose.

Fatores de risco para tuberculose.

Sintomas da tuberculose.

Tuberculose em outros órgãos além dos pulmões.

Diagnóstico da tuberculose.

Tratamento da tuberculose.

Vacina para tuberculose.

O QUE É TUBERCULOSE?

 

A tuberculose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada deMycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, em homenagem a Robert Koch, médico alemão que identificou a bactéria. A doença é muito famosa pelo seu acometimento pulmonar (tuberculose pulmonar), mas poucos sabem que vários outros órgãos do corpo também podem ser infectados pela tuberculose, como pele, rins, linfonodos, ossos, cérebro, etc.

 

Desde o surgimento da pandemia de HIV/SIDA (AIDS) na década de 1980 a infecção por tuberculose voltou a ser uma grande preocupação, já que pacientes imunossuprimidos são muito susceptíveis ao bacilo de Koch.

 

Leia também:

 

SINTOMAS DA AIDS

TRANSMISSÃO DA AIDS

O Brasil é o 16º país com maior incidência de tuberculose no mundo, porém, ao contrário do que muitas vezes é divulgado, esta incidência tem caído substancialmente nos últimos anos. Em 1999 a incidência era de 51 casos para cada 100.000 habitante. Em 2007 já havia caído para 38 por 100.000. Rio de Janeiro e Amazonas são os estados com o maior número de casos (incríveis 73 por 100.000). Portugal é um dos países da Europa com maior taxa, aproximadamente 32 casos por 100.000. Só como comparação, a Alemanha tem 6 casos por 100.000 habitantes.

 

Atualmente 1/3 da população mundial está infectada pelo bacilo de Koch. O fato é que apenas 10% das pessoas que entram em contato com a bactéria desenvolvem sintomas de tuberculose. Esta resistência se dá pelo nosso sistema imunológico que é bastante competente em impedir a progressão da doença.

 

A infecção pelo bacilo de Koch inicia-se sempre pelos pulmões, mas pode se alastrar por todo o corpo. Nem todo mundo vai desenvolver a tuberculose ativa e alguns permanecerão com a bactéria adormecida no organismo, tendo tido ou não sintomas de tuberculose pulmonar. A bactéria pode ficar alojada durante anos em qualquer parte do corpo, como cérebro, meninge, rins, intestinos, coração, linfonodos, ossos, etc., apenas à espera de uma queda no sistema imune para voltar a multiplicar-se.

 

Resumindo, você pode entrar em contanto com a bactéria da tuberculose e seguir por um dos três caminhos:

 

– seu sistema imunológico não consegue controlar a bactéria e você desenvolve a doença, apresentando, na maioria dos casos, sintomas de tuberculose pulmonar.

– seu sistema imunológico consegue controlar a bactéria, mas não a elimina do seu corpo, mantendo-a apenas “adormecida” por vários anos. Se houver alguma queda no sistema imune, a bactéria pode voltar a ficar ativa, causando geralmente um dos tipos de tuberculose extrapulmonar. Cerca de 10% dos pacientes com tuberculose latente desenvolverão a doença em algum momento da vida.

– seu sistema imunológico consegue controlar a bactéria e a elimina definitivamente do corpo, fazendo com que você nunca fique doente.

 

TRANSMISSÃO DA TUBERCULOSE

 

A tuberculose se transmite pelo ar, por contato com secreções respiratórias contaminadas, habitualmente através da tosse. Os pacientes contagiosos são aqueles que apresentam tuberculose pulmonar ou na laringe. Além da tosse, o bacilo da tuberculose pode ser transmitido pelo espirro, pelo cuspe ou até por conversas próximas onde há trocas de perdigotos.

 

Pacientes com tuberculose extrapulmonar não são capazes de transmitir a bactéria. Por exemplo, um paciente com tuberculose ganglionar pode entrar em contato com outras pessoas que não há risco de contágio. Todavia, se este paciente com tuberculose ganglionar também tiver tuberculose pulmonar ativa, ele pode transmiti-la para outros.

 

Pacientes com diagnóstico de tuberculose pulmonar ou laríngea devem ficar em isolamento em quartos especiais por pelo menos 15 dias, até que o tratamento consiga eliminar as bactérias das secreções pulmonares. Pacientes com tuberculose extrapulmonar, com exame do escarro negativo, não precisam ficar em isolamento.

 

Estima-se que uma pessoa infectada com tuberculose pulmonar, se não tratada, pode contaminar outras 15 no intervalo de um ano. De acordo com as estatísticas, destas quinze, apenas uma ou duas desenvolverão sintomas. Atenção: apenas os casos sintomáticos são capazes de transmitir a doença. Se você entrou em contato com o bacilo, mas não desenvolveu a doença, não há risco de transmissão da bactéria para outros.

 

FATORES DE RISCO PARA TUBERCULOSE

 

Os indivíduos com as características abaixo são aqueles com maior risco de desenvolver tuberculose após contato com alguém contaminado:

 

– Idosos.

– Diabéticos (leia: DIABETES MELLITUS | Diagnóstico e sintomas).

– População de rua.

– Alcoólatras (leia: EFEITOS DO ÁLCOOL | Tratamento do alcoolismo).

– Insuficientes renais crônicos (leia: INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA).

– Doentes com neoplasias ou sob quimioterapia.

– Transplantados (leia: SAIBA COMO FUNCIONA O TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS).

– Portadores do vírus HIV

 

A população prisional também é uma das mais susceptíveis a infecção, devido à contínua exposição à bactéria em ambientes fechados.

 

SINTOMAS DA TUBERCULOSE PULMONAR

 

A tuberculose pulmonar é a manifestação mais comum da doença. O quadro típico de tuberculose pulmonar é de febre com suores e calafrios noturnos, dor no peito, tosse com expectoração, por vezes com raias de sangue, perda de apetite, prostração e emagrecimento que chega a 10 ou 15 kg em algumas semanas.

 

Leia também:

 

PNEUMONIA | Sintomas e tratamento

Por ser também uma infecção pulmonar, o quadro pode lembrar o de uma pneumonia. Porém, enquanto a pneumonia é uma doença mais aguda, que se desenvolve em horas/dias, a tuberculose é mais lenta, evoluindo em semanas. Alguns pacientes com tuberculose só procuram atendimento médico dois meses depois do início dos sintomas. Deve-se pensar sempre em tuberculose pulmonar naqueles pacientes com quadro de pneumonia arrastada que não melhora com antibióticos comuns.

 

Sintomas da tuberculose extrapulmonar

 

A tuberculose em outros órgãos também costuma causar emagrecimento, febre, suores noturnos, prostração, perda do apetite, etc. A diferença é que não há sintomas respiratórios, como a tosse, mas sim sintomas específicos do acometimento de cada órgão. Exemplos:

 

Sintomas da tuberculose pleural

 

Leia também:

 

DERRAME PLEURAL

A tuberculose extrapulmonar mais comum é tuberculose pleural, que como diz o nome, acomete a pleura, membrana que recobre os pulmões. Os sintomas mais comuns (além dos descritos acima) são dor torácica unilateral e falta de ar, causado pelo aparecimento de derrame pleural, mais conhecido com água na pleura.

 

Sintomas da tuberculose ganglionar

 

A tuberculose ganglionar é uma manifestação comum nos pacientes soropositivos infectados pelo bacilo de Koch. O quadro típico é de aumento dos linfonodos na região do pescoço. No início, os gânglios têm crescimento lento e são indolores; posteriormente, aumentam de volume e tendem a se agrupar, podendo criar fístulas (comunicações) para a pele. As secreções de um gânglio fistulizado são contagiosas e podem transmitir a tuberculose para outros. Esta é a única situação em que a tuberculose ganglionar pode ser contagiosa.

 

 

 

Tuberculose vertebral

 

Sintomas da tuberculose óssea

 

A tuberculose óssea costuma envolver a coluna vertebral, causando destruição das vértebras. A tuberculose da coluna também é chamada de “Mal de Pott”. A doença progride lentamente com sintomas de dor leve/moderada nas costas, que piora progressivamente. Conforme a vértebra vai sendo destruída, a medula pode ser acometida causando intensa dor e alterações neurológicas, incluindo até paralisia dos membros.

 

Tuberculose urinária

 

Leia também:

 

INFECÇÃO URINÁRIA | CISTITE

INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA

A tuberculose urinária cursa com sintomas semelhantes à infecção urinária, porém sem resposta aos antibióticos e com urocultura negativa. Se não tratada a tempo, pode levar a deformidades do sistema urinário e insuficiência renal terminal.

 

Tuberculose cerebral

 

É a forma mais grave de tuberculose, podendo evoluir como uma meningite tuberculosa ou com a formação de tuberculomas cerebrais, espécies de tumores no sistema nervoso central (leia: MENINGITE | Sintomas, Transmissão e Vacina).

 

Ainda existem a tuberculose dos olhos, dos intestinos, da pele, do coração, do peritônio, etc.

 

Para saber mais detalhes sobre os sintomas da tuberculose, leia também:

 

10 SINTOMAS DA TUBERCULOSE

DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE

 

Tuberculose pulmonar

 

O diagnóstico da tuberculose pulmonar é feito através da história clínica, da radiografia de tórax e do exame de escarro (catarro). Este último é o exame que identifica a presença do bacilo de Koch.

 

A presença do bacilo no exame de escarro é o que torna o paciente contagioso. Uma vez que o tratamento tenha sido iniciado, o paciente deixará de ter a bactéria no escarro após 15 dias, em média.

 

As infecções extrapulmonares, em geral, ocorrem anos depois da infecção pulmonar (ou da contaminação assintomática). O diagnóstico das formas extrapulmonares é habitualmente feito pela biópsia do órgão acometido.

 

A radiografia de tórax é importante porque pode detectar lesões pulmonares antigas em pacientes que desconhecem o fato de já terem tido tuberculose. Estas lesões, chamadas de “cavernas”, podem se reativar, causando novo quadro de tuberculose pulmonar.

 

COMO SABER SE VOCÊ É PORTADOR ASSINTOMÁTICO DA BACTÉRIA DA TUBERCULOSE?

 

 

 

Teste do PPD

 

Existe um teste chamado de PPD (derivado de proteína purificada), ou teste da tuberculina, que é feito através da inoculação subcutânea de proteínas de bacilo de Koch morto. Após 48-72h é feita a avaliação do grau de reação do corpo ao material inoculado.

 

 

Se o paciente já foi exposto à bactéria, seu organismo possui anticorpos que atacam as proteínas inoculadas na pele.

 

Em pessoas saudáveis, uma inflamação com o centro endurado maior que 15mm (1,5 cm) é considerado positivo. Em diabéticos, insuficientes renais crônicos ou em profissionais de saúde expostos frequentemente a pessoas infectadas, um resultado maior que 10mm (1 cm) também é considerado positivo. Para pacientes com SIDA (AIDS) ou outra causa de imunossupressão, 5 mm (0,5cm) já é considerado positivo.

 

O teste de PPD só fica positivo 12 semanas após a contaminação. Não adianta fazer o PPD apenas alguns dias após o contato com alguém supostamente contagioso. Mesmo que vocÊ tenha sido infectado, O PPD dará resultado negativo.

 

Doentes com o PPD positivo são candidatos ao tratamento contra tuberculose latente, objetivando impedir uma futura reativação do bacilo.

 

TRATAMENTO DA TUBERCULOSE

 

Os doentes que apresentam sintomas de tuberculose são tratados com um esquema de antibióticos por no mínimo 6 meses. O principal esquema é o chamado RIPE -»Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol por 2 meses, seguido por mais 4 meses de rifampicina e isoniazida.

 

Já há um medicamento sendo distribuído gratuitamente pelo Ministério Saúde chamado Coxcip 4, que é um único comprimido que contém a combinação das 4 drogas contra tuberculose: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Nos dois primeiros meses de tratamento este é o único medicamento necessário. Nos 4 meses seguintes, o paciente passa a tomar comprimidos de isoniazida e rifampicina separados.

 

O tratamento das formas latentes, isto é, pacientes assintomáticos, mas com PPD positivo, é feito apenas com a Isoniazida, também pelo período de 6 meses.

 

O grande problema do controle da tuberculose é o abandono antes do final dos 6 meses. Como os sintomas melhoram em pouco tempo e os efeitos colaterais são comuns, muitos pacientes não completam o tempo total de tratamento, favorecendo o surgimento de cepas multirresistentes do bacilo de Koch.

 

Os pacientes deixam de transmitir tuberculose após aproximadamente 15 dias de tratamento. Porém, podem voltar a ser bacilíferos (transmissores do bacilo) se não completarem o curso de 6 meses de antibióticos.

 

A tuberculose não tratada pode levar à sepse grave e morte ( leia: SEPSE / CHOQUE SÉPTICO).

 

VACINA CONTRA TUBERCULOSE

 

Existe uma vacina chamada de BCG, que faz parte do calendário nacional. É administrada quando criança e serve para prevenir as formas mais graves da doença, como a tuberculose disseminada e a meningite tuberculosa. A vacina apesar de diminuir a incidência da tuberculose pulmonar não a evita por completo. Como é feita a partir de bactérias vivas, não deve ser administrada em imunossuprimidos.

 

 

– TÉTANO | Vacina e sintomas

 

TÉTANO | VACINA E SINTOMAS

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 244 COMENTÁRIOS - Atualizado em 7 de janeiro de 2015

 

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O tétano é uma doença infecciosa, causada pelas toxinas de uma bactéria chamada Clostridium tetani, que ataca o sistema nervoso central, provocando violentos espasmos musculares.

 

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O tétano é uma doença com elevada mortalidade, mas que pode ser facilmente prevenida através da vacinação. Pessoas com a vacinação em dia não correm risco de contraírem esta doença.

 

Neste texto vamos explicar o que é o tétano, quais são as suas causas, que tipos de feridas são perigosas e quais são os seus sintomas e tratamentos. Vamos falar também sobre as indicações da vacina contra o tétano, esclarecendo o tempo de intervalo seguro para o cada reforço.

 

O QUE É O TÉTANO

 

O tétano é uma doença grave, com mortalidade próxima aos 40%, causada pela contaminação de feridas pela bactéria Clostridium tetani, que vive habitualmente no solo, objetos ao ar livre, plantas e nas fezes de mamíferos. O Clostridium tetani é uma bactéria extremamente resistente, podendo hibernar e sobreviver em forma de esporos por anos ao ar livre, independente da temperatura e da umidade. O Clostridium tetani é capaz de resistir até a alguns desinfetantes.

 

Toda vez que sofremos um corte, expomos nossos tecidos internos para bactérias da pele e do meio ambiente. Se o corte for causado por um objeto contaminado pelo Clostridium tetani, esta bactéria conseguem se reativar e voltar a se reproduzir dentro da camada interior da pele. A bactéria é mais ativa em locais de pouco oxigênio, por isso, quanto mais profundo for o corte, maior é o risco de desenvolver tétano. Uma vez ativa, a bactéria passa a produzir uma neurotoxina chamada tetanospasmina, que é responsável pelos sintomas neurológicos que descreveremos mais à frente.

 

Desde a década de 1940, com o advento da vacina, o tétano tem se tornado cada vez menos comum. Infelizmente, nos países subdesenvolvidos, principalmente na África, a doença ainda ocorre com bastante frequência. No mundo inteiro acontecem cerca de um milhão de casos de tétano por ano.

 

PREGO ENFERRUJADO TRANSMITE TÉTANO? COMO SE PEGA TÉTANO?

 

A relação entre metais enferrujados e o tétano é muito difundida na população, porém, não é de toda real. O fato de um ferro ou prego estarem enferrujados em nada muda o risco dos mesmos estarem contaminados pela bactéria Clostridium tetani. O problema é a perfuração, já que um prego infectado pelo Clostridium tetani consegue inocular as bactérias mais profundamente. E como já referido, quanto mais profundo na pele, menor é a quantidade de oxigênio presente. Portanto, ferir-se com um prego no solo, esteja ele enferrujado ou não, oferece um grande risco de contaminação pelo tétano.

 

Qualquer objeto ou trauma que perfure ou corte a pele pode inocular o Clostridium tetani,inclusive mordidas de animais, queimaduras, uso de drogas endovenosas e até lesão por arma de fogo. Outra maneira de se contaminar com o tétano é manusear ou pisar descalço na terra ou adubo tendo feridas abertas nas mãos ou nos pés. Na verdade, qualquer ferida que entre em contato com objetos ou sujeira  pode ser uma porta de entrada para oClostridium tetani. Por isso, é essencial manter a vacinação contra tétano sempre em dia (explico mais adiante).

 

Feridas com tecido desvitalizado (morto), como nos casos de queimaduras profundas ou lesões por esmagamento, apresentam elevado risco de tétano. Do mesmo modo, qualquer ferida que apresente detritos, sujeira ou qualquer corpo estranho também são perigosas. Pacientes politraumatizados por atropelamento ou acidente de carro costumam apresentar grandes feridas sujas, com áreas extensas de tecido morto, estando, assim, sob elevado risco de se contaminarem pelo Clostridium tetani.

 

SINTOMAS DO TÉTANO

 

 

 

Epistótono

 

O período de incubação, ou seja, o intervalo de tempo entre a contaminação e os primeiros sintomas, varia entre 2 dias a vários meses. Todavia, na maioria dos casos, os sintomas surgem dentro de 8 dias. A inoculação da bactéria em locais do corpo distantes do sistema nervoso central, como mãos ou pés, resulta em um período de incubação mais longo do que nas inoculações próximas do sistema nervoso central, por exemplo, na cabeça ou pescoço. Habitualmente, quanto mais curto for o período de incubação, mais agressivo será o tétano.

 

Após penetrar na pele, o Clostridium tetani deixa a forma de esporos e se torna uma bactéria ativa, passando a se reproduzir e a liberar toxinas. A neurotoxina tetanospasmina viaja pelo corpo até o sistema nervoso central, onde irá agir sobre os neurônios. No cérebro, a tetanospasmina causa uma estimulação exagerada dos neurônios, provocando prolongadas e persistentes contrações musculares.

 

A pintura acima é uma imagem típica de um opistótono, um dos sinais clássicos do tétano, uma violenta contração dos músculos do pescoço e do tronco, que forçam o paciente a ficar em uma posição arqueada. Outro quadro característico é o trismo, uma contração dos músculos maxilares, impedindo o paciente de abrir a boca, o que provoca o chamado riso sardônico (foto ao lado).

 

 

 

Sintomas do tétano – riso sardônico

 

As contrações são extremamente dolorosas e podem impedir o paciente de se alimentar e respirar. Muitas vezes os doentes permanecem conscientes, o que torna o quadro ainda mais dramático. Os espasmos tetânicos são desencadeados por estímulos externos, como luz e barulho. Por isso, os pacientes com tétano devem ficar alocados em quartos isolados e silenciosos.

 

O acometimento dos neurônios pelo tétano também provoca sudorese intensa, palpitações, febre alta, alterações da pressão arterial (episódios de hipertensão alternados com hipotensão), dor de cabeça e agitação psicomotora.

 

O tétano costuma durar de 4 a 6 semanas.

 

Existe também o tétano neonatal, causado geralmente por partos fora de ambiente hospitalar e em locais de pouca higiene. O recém-nascido é contaminado pelo  manuseio pouco higiênico do coto umbilical, principalmente através de fórmulas caseiras ou produtos não esterilizados, como manteiga, sucos ou moedas.

 

TRATAMENTO DO TÉTANO

 

O tétano é uma doença amplamente prevenível através de vacinação. Porém, muitas pessoas não mantêm sua vacina em dia e se colocam em risco de contaminação peloClostridium tetani.

 

A vacina só serve para prevenir o tétano. Nos pacientes já contaminados e com sintomas, ela não apresenta utilidade. De qualquer modo, todo paciente com tétano curado deve ser vacinado, pois a infecção não confere imunidade e não protege o paciente de se contaminar novamente no futuro.

 

Para tratar o tétano, o primeiro passo é limpar bem a ferida que deu origem à contaminação, pois se ainda houver tecido morto ou corpo estranho, a bactéria pode permanecer ali alojada, produzindo toxinas indefinidamente.

 

Os antibióticos não agem diretamente na doença, pois eles não têm ação direta sobre os efeitos neurológicos das toxinas. Porém, o seu uso está indicado para eliminar oClostridium tetani, interrompendo, assim, a produção de toxinas. Os antibióticos mais usados são o Metronidazol ou a Penicilina G.

 

As imunoglobulina contra o tétano é uma espécie de antídoto, que serve para inativar as toxinas circulantes no sangue que ainda não chegaram ao sistema nervoso central. Quanto mais cedo ela for administrada, mais eficaz no controle da doença ela será.

 

As toxinas já ligadas aos neurônios não são possíveis de serem removidas pela imunoglobulina, por isso, uma vez iniciados os sintomas, o único jeito é controlar os espasmos musculares com sedativos e relaxantes musculares até que o efeito da tetanospasmina se dissipe. Muitas vezes é preciso induzir os pacientes ao coma (leia: O QUE É O COMA INDUZIDO?).

 

VACINA CONTRA TÉTANO – VACINA ANTITETÂNICA

 

O tétano tem vacina e faz parte do calendário básico de vacinação. A imunização é obtida após 3 doses da vacina tríplice contra tétano, coqueluche e difteria, habitualmente administrada durante a infância. Após essa primeira imunização, devemos repetir a vacinação a cada 10 anos com a vacina dupla (tétano/difteria). A vacina não contém a bactéria viva e pode ser administrada em gestantes.

 

Quando o indivíduo se fere, é importante confirmar a data da última dose da vacina contra o tétano para saber se é necessário fazer um reforço. Para feridas pequenas, limpas e superficiais, o intervalo seguro é de 10 anos. Porém, em caso de feridas penetrantes, sujas (que tenham tido contato com o solo, fezes, saliva ou sujeira) ou nas lesões extensas, como acidentes automobilísticos, esmagamentos e queimaduras, o intervalo de segurança da vacina do tétano é de apenas 5 anos.

 

É importante lembrar que se a ferida for de alto risco e a última vacinação tiver sido há mais de 5 anos, a vacina por si só não basta, é preciso também administrar a imunoglobulina para evitar o aparecimento do tétano.

 

Nas feridas limpas e superficiais, basta o reforço da vacina, não sendo necessário fazer imunoglobulina, mesmo que a última vacinação tenha sido há mais de 10 anos.

 

A vacina contra o tétano deve ser aplicada o mais rápido possível, mas os pacientes que só procuram ajuda médica vários dias depois da lesão podem recebê-la também, pois o período de incubação pode ser de meses, apesar do habitual ser apenas 8 dias.

 

 

– CAXUMBA | Sintomas e complicações

 

CAXUMBA | SINTOMAS E COMPLICAÇÕES

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 36 COMENTÁRIOS - Atualizado em 15 de agosto de 2014

 

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A caxumba, também conhecida como parotidite infecciosa, é uma infecção viral transmitida pela via respiratória, que acomete preferencialmente a glândula parótida. Neste texto vamos abordar os principais aspectos da caxumba, incluindo transmissão, sintomas, complicações, tratamento e vacinação.

 

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A glândula parótida, ou simplesmente parótida, é a maior das três glândulas que compõem a glândula salivar, responsáveis pela produção de saliva. O vírus da caxumba ataca preferencialmente a parótida, fazendo com que a mesma fique inchada e dolorosa. A caxumba também pode acometer as outras glândulas salivares de modo uni ou bilateral.

 

TRANSMISSÃO DA CAXUMBA

 

A caxumba é transmitida de uma pessoa para outra através das secreções das vias aéreas, de modo semelhante a que ocorre com outras viroses respiratórias como a gripe e o resfriado (leia: DIFERENÇAS ENTRE GRIPE E RESFRIADO). O vírus da caxumba é altamente contagioso, sendo facilmente transmitido para pessoas susceptíveis.

 

O período de incubação da caxumba varia entre 14 e 25 dias. Entre 3 e 5 dias antes do aparecimento dos sintomas típicos da caxumba, o paciente apresenta o que chamamos de pródromos, sintomas inespecíficos que podem ser confundidos com um início de gripe, como dor de cabeça, febre baixa, perda do apetite, mal estar e dor muscular.

 

O paciente contaminado já é capaz de transmitir o vírus três dias antes dos sintomas prodrômicos surgirem, mantendo-se contagioso por até 5 dias após o aparecimento dos sintomas típicos da caxumba, sendo este o tempo indicado de isolamento dos pacientes.

 

SINTOMAS DA CAXUMBA

 

Nem todas as pessoas contaminadas pelo vírus da caxumba irão desenvolver sintomas. Cerca de 20 a 30% não costumam apresentar sintomatologia, no máximo queixas inespecíficas que passam praticamente despercebidas.

 

Nos pacientes sintomáticos, 95% apresentam a parotidite, com dor e edema (inchaço) das glândulas parótidas, provocando a clássica manifestação clínica da caxumba. A parotidite costuma ser bilateral, mas eventualmente pode acometer apenas um lado. Este inchaço no rosto costuma durar até 10 dias.

 

Além do edema da parótida, a caxumba também provoca febre, cansaço e mal estar.

 

O diagnóstico pode ser confirmado pela sorologia, porém o quadro clínico costuma ser tão típico que esta confirmação laboratorial não precisa ser feita obrigatoriamente.

 

COMPLICAÇÕES DA CAXUMBA

 

As complicações da caxumba são raras, porém costumam ser graves. A maioria delas ocorria antes do advento da vacina, mas ainda podem ser encontradas em adultos nos dias de hoje. O fato das complicações poderem ocorrer mesmo naqueles pacientes que não desenvolvem parotidite é uma importante causa de atraso no diagnóstico correto da caxumba. Entre as complicações, podemos citar:

 

– Orquite: o acometimento dos testículos pelo vírus é a mais famosa e mais comum complicação da caxumba. É uma complicação que ocorre em até 40% dos homens que contraem caxumba após o início da adolescência. Alterações na fertilidade ocorrem em até 13% dos pacientes com orquite, entretanto, a esterilidade é rara.

 

Os sintomas da orquite pela caxumba são febre alta, dor testicular (leia: DOR NOS TESTÍCULOS | Principais causas) e edema na bolsa escrotal. O intervalo entre a parotidite e a orquite costuma ser de 10 dias.

 

– Ooforite:  analogamente ao que ocorre com os homens, a caxumba também pode atacar os ovários, causando a ooforite. É uma complicação menos comum e ocorre em aproximadamente 7% das mulheres em idade pós-puberal.

 

– Meningite: ocorre em menos de 10% dos casos e, ao contrário da meningite bacteriana, costuma ter bom prognóstico, com resolução espontânea e sem deixar sequelas. A encefalite, infecção do cérebro, é uma complicação rara. Para saber mais sobre meningite e suas causas, leia: MENINGITE | Sintomas, Transmissão e Vacina

 

– Surdez: antes da vacina, a caxumba era uma importante causa de surdez infantil. Atualmente é uma complicação rara.

 

– Aborto: a infecção por caxumba no primeiro trimestre é um importante fator de risco para aborto. Entretanto, quando a gravidez consegue seguir seu curso, não parece haver maior risco de má-formações

 

Outras complicações mais raras da caxumba incluem:

– Pancreatite (leia: PANCREATITE CRÔNICA | PANCREATITE AGUDA)

– Artrite (leia: ARTRITE e ARTROSE | Sintomas e diferenças)

– Síndrome de Guillain-Barré (leia: SÍNDROME DE GUILLAIN -BARRÉ | Sintomas, causas e tratamento)

– Miocardite (inflamação do músculo do coração)

 

TRATAMENTO DA CAXUMBA

 

Não há tratamento específico para caxumba; em geral prescrevemos apenas sintomáticos, tais como analgésicos e antipiréticos. Como é uma doença de origem viral, não há indicação para o uso de antibióticos.

 

A caxumba é, na imensa maioria dos casos, uma doença auto-limitada, com resolução espontânea dentro de 2 semanas, sem necessidade de nenhum tratamento específico.

 

VACINA PARA CAXUMBA

 

A imunização contra caxumba faz parte do atual calendário de vacinação, sendo administrada através da vacina tríplice viral, chamada de MMR, que protege contra caxumba, sarampo e rubéola (leia: VACINAS – Calendário de vacinação, efeitos colaterais e contra-indicações ).

 

Todos os adultos não imunizados contra caxumba na infância podem receber a vacina, principalmente se houver pessoas próximas com a doença. As contra-indicações incluem gravidez, pacientes com imunossupressão e pessoas alérgicas ao antibiótico neomicina.

 

A eficácia da vacina está acima dos 96% e pacientes recém imunizados não transmitem o vírus vacinal, por isso não precisam evitar contato com nenhum grupo de pacientes.

 

 

– MENINGITE | Sintomas e vacina

 

MENINGITE BACTERIANA E MENINGITE VIRAL

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 241 COMENTÁRIOS - Atualizado em 6 de julho de 2014

 

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Meningite é o nome que damos à inflamação da meninge, membrana que recobre o sistema nervoso central. A meningite é uma doença potencialmente grave, habitualmente causada por agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos.

Neste artigo vamos explicar os seguintes pontos sobre a meningite:

 

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O que é a meninge.

O que é meningite.

Tipos de meningite.

Transmissão da meningite.

Prevenção da meningite.

Sintomas da meningite.

Tratamento da meningite.

Vacina para meningite.

O QUE É A MENINGE?

 

Do mesmo modo que o pulmão é envolvido pela pleura e o coração pelo pericárdio, o sistema nervoso central (cérebro e medula) é envolvido pela meninge. A meninge é uma membrana que serve como barreira física contra agentes infecciosos, sendo composta por três camadas (acompanhe o texto com a ilustração abaixo):

 

– Pia Mater: é a membrana mais próxima do cérebro

– Aracnoide: é a membrana do meio, localizada entre a pia mater e a dura mater.

– Dura Mater: é a membrana mais externa, próxima ao osso do crânio. É a camada mais grossa e opaca.

 

O liquor (líquido cefalorraquidiano) fica localizado entre a pia mater e a aracnoide.

 

 

 

Como já referido, meningite é o nome dado à inflamação das meninges. Em geral, a membrana aracnoide e o líquido cefalorraquidiano são as estruturas mais comprometidas.

 

Apesar de ser habitualmente causada por germes infecciosos, a meningite também pode ter origem em processos inflamatórios, como câncer (metástases para meninges), lúpus (leia: LÚPUS  | Sintomas e tratamento), reação a algumas drogas, traumatismo craniano e cirurgias cerebrais.

 

Apenas as meningites bacterianas e virais são contagiosas.

 

TIPOS DE MENINGITE

 

A. MENINGITE BACTERIANA

 

A meningite bacteriana é a forma mais grave. Esta meningite costuma ser causada pelas bactérias Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae ou Neisseria mengitidis. Outras bactérias, como a Listeria monocytogenes, Staphylococcus aureus e Streptococcusdo grupo B também podem ser a causa, mas não são tão comuns como as três primeiras citadas.(leia: DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS)

 

Com a inclusão da vacina contra o Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae no calendário vacinal de vários países, a ocorrência de meningite por essas duas bactérias vem caindo drasticamente, principalmente entre as crianças. Porém, nos adultos que não foram vacinados, a incidência de meningite por S.pneumoniae ainda é alta. Atualmente, aNeisseria mengitidis, também conhecida como meningococo, é a principal causa de meningite bacteriana em crianças e adultos.

 

Algumas doenças de origem bacteriana, como a sífilis (leia: SÍFILIS | Sintomas e tratamento) e a tuberculose (leia: TUBERCULOSE | Sintomas e tratamento) também podem complicar, evoluindo com acometimento meníngeo.

 

B. MENINGITE VIRAL

 

A meningite também pode ser causada por vírus, normalmente da família dos Enterovírus. A meningite viral é menos agressiva que a bacteriana, com taxa de mortalidade bem mais baixa e com resolução espontânea, sem necessidade de tratamento específico, na maioria dos casos.

 

Os Enterovírus são os agentes mais comuns, porém, uma variedade de infecções virais podem complicar, acometendo as meninges, como, por exemplo:

 

HIV (leia: SINTOMAS DO HIV | AIDS).

Herpes (leia: HERPES LABIAL E GENITAL | Sintomas e tratamento).

Caxumba (leia: CAXUMBA | Sintomas e complicações).

Varicela zoster (vírus da catapora e do herpes zoster) (leia: HERPES ZOSTER | Sintomas e tratamento e CATAPORA (VARICELA) | Sintomas e tratamento).

Epstein-Barr vírus (vírus da mononucleose) (leia: MONONUCLEOSE INFECCIOSA | DOENÇA DO BEIJO).

Citomegalovírus.

C. MENINGITE FÚNGICA

 

A meningite fúngica é uma forma rara, sendo, geralmente, resultado da propagação de um fungo através do sangue para as meninges. A meningite fúngica é típica de pacientes imunossuprimidos, como nos casos de portadores de AIDS ou câncer.

 

A meningite por fungos não é contagiosa e sua principal causa são os fungos Cryptococcuse Coccidioides.

 

COMO SE PEGA MENINGITE BACTERIANA?

 

O modo mais comum de contágio da meningite é através do contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. Ao contrário da crença popular, a meningite não é transmitida com tanta facilidade como a gripe, e um contato prolongado é necessário para o contágio. Familiares, colegas de turma, namorados e pessoas que residem no mesmo dormitório são aqueles com maior risco. A meningite é transmitida pela saliva, porém, compartilhar copos e talheres parece não ser um fator de risco grande. É preciso que esse comportamento se repita com frequência para haver um risco elevado. Já a troca de beijos, principalmente se de língua e prolongados, é um via perigosa de transmissão.

 

Contatos ocasionais, como apenas um comprimento, uma rápida conversa, ou dividir o mesmo ambiente por pouco tempo oferece pouco risco. Mesmo que durante uma aula você sente ao lado de alguém infectado, se esta exposição for menor do que seis horas, o risco de contágio é baixo.

 

As bactérias não sobrevivem no ambiente, não sendo necessário isolamento dos locais onde foi registrado algum caso. Fechamento de escolas e salas de aula são desnecessárias e só servem para causar pânico na população.

 

Não há risco de transmissão de meningite durante velórios. Primeiro, porque o falecido não respira e, portanto, não libera bactérias nas secreções respiratórias. Segundo, porque em um velório o tempo de exposição é bem menor do que seis horas.

 

A maioria das pessoas que se contaminam com o meningococo não desenvolvem doença. A bactéria fica na orofaringe durante algum tempo até ser eliminada pelo sistema imunológico. Apesar de não desenvolver a meningite, as pessoas contaminadas podem transmitir a bactéria para outras. Na verdade, apenas 1% das pessoas que têm o meningococo na saliva adoecem, o resto torna-se apenas transmissores assintomáticos e transitórios da bactéria.

 

Portanto, já se pode perceber que existe muito sensacionalismo em relação à meningite. Antes de entrar em pânico porque algum conhecido está com a doença, é preciso lembrar que nem todos os casos são causados por bactérias (os mais graves), que para haver contágio é necessário um contato mais próximo e prolongado, e que a maioria das pessoas contaminadas não adoece.

 

A meningite bacteriana também pode ocorrer sem ser por transmissão entre pessoas. Raramente, algumas infecções das vias áreas, como sinusites (leia: SINUSITE | Sintomas e tratamento) e otites (leia: OTITE MÉDIA AGUDA) podem complicar, evoluindo para acometimento das meninges. Usuários de drogas endovenosas ou pacientes com traumatismos cranianos, em que há exposição da meninge, também encontram-se sob risco de desenvolver meningites.

 

PREVENÇÃO DA MENINGITE

 

Todos aqueles que tiveram contato prolongado ou íntimo com um paciente com meningite bacteriana devem iniciar tratamento profilático com antibióticos nas primeiras 24 horas após a identificação do primeiro caso. Os contactantes devem ficar em observação por 10 dias (não é necessário internamento) e devem procurar atendimento médico ao surgimento de qualquer sintoma.

 

A profilaxia reduz em 95% a chance de infecção, além de eliminar o estado de portador assintomático da bactéria, reduzindo, assim, a cadeia de transmissão.

 

SINTOMAS DA MENINGITE

 

 

 

A meningite bacteriana é um quadro grave e agudo. Já a meningite viral não é tão grave e o paciente costuma melhor espontaneamente ao longo dos dias. O problema é que, habitualmente, não é possível distinguir uma meningite viral de uma meningite bacteriana apenas pelos sintomas. Inicialmente, todos os quadros de meningite são semelhantes.

 

A partir deste ponto, vamos nos ater mais aos sintomas da meningite bacteriana, pois esta é a forma mais grave.

 

O período de incubação da meningite bacteriana é em média de 3 a 4 dias. A maioria dos pacientes são internados 24 horas após o aparecimento dos primeiros sintomas. O quadro típico é de febre alta, rigidez da nuca, intensa dor de cabeça e prostração. A evolução para sepse é rápida (leia: O QUE É SEPSE E CHOQUE SÉPTICO ?) e quanto mais se posterga o início do tratamento com antibióticos, pior é o prognóstico.

 

A crise convulsiva também pode ser uma das manifestações inicias da meningite (leia:EPILEPSIA | CRISE CONVULSIVA | Sintomas, tipos e como proceder).

 

Na meningite pelo meningococo podem ocorrer lesões de pele tipo petéquias, o que, às vezes, causa confusão com outras infecções, como rubéola, sarampo ou até dengue.

 

Quando a infecção ultrapassa as meninges e atinge o cérebro, temos o quadro de meningoencefalite, podendo ocorrer convulsões, coma e paralisia motora.

 

O diagnóstico é feito através da punção lombar, onde consegue-se aspirar o liquor para avaliação laboratorial. Através desta avaliação é possível determinar não só a existência de meningite, como também a sua causa.

 

Para saber mais detalhes sobre os sintomas da meningite viral ou bacteriana em adultos e crianças, leia: SINTOMAS DA MENINGITE.

 

TRATAMENTO DA MENINGITE

 

Até o advento dos antibióticos no início do século passado, a meningite era uma doença com mortalidade próxima dos 100%. Ainda hoje, com todos os avanços, pelo menos 15-20% das meningites bacterianas evoluem para óbito. Trata-se, portanto, de uma doença muito séria.

 

A meningite bacteriana é uma emergência médica e o tratamento com antibióticos intravenosos deve ser iniciado o mais rápido possível, de preferência logo após a realização da punção lombar. A demora de apenas algumas horas pode ter influência no prognóstico. Se há suspeita de meningite, o paciente deve ser encaminhado imediatamente para um setor de emergência.

 

Na meningite viral, antibióticos não são necessários e muitas vezes o paciente nem sequer precisa ser internado. O tratamento é apenas com sintomáticos. O quadro só é preocupante em recém nascidos. Porém, a distinção com a meningite bacteriana não possível de ser feita apenas pelo quadro clínico, sendo a avaliação médica indispensável e urgente. O diagnóstico diferencial costuma ser feito através dos resultados da aspiração do liquor pela punção lombar.

 

VACINA PARA MENINGITE

 

Como já explicado, a meningite pode ser causada por mais de um tipo de bactéria, por isso, não existe uma vacina única que previna todos os casos. Todavia, há vacinas individuais contra as principais bactérias. A vacina contra Haemophilus influenzae já faz parte do calendário básico de vacinação. Também já existe vacina para o Streptococcus pneumoniae, bactéria muito associada à pneumonia, otites e sinusites, mas que frequentemente é causa de meningite.

 

A Neisseria meningitidis, a bactéria causadora da famosa meningite meningocócica, que costuma ser a forma mais grave de meningite bacteriana, apresenta uma particularidade. Esta bactéria possui 13 sorogrupos diferentes. 8 destes sorogrupos são responsáveis por quase todas as epidemias de meningite meningocócica: A, B, C, X, Y, Z, W135 e L, sendo B e C os mais comuns.

 

Atualmente existe vacina individual apenas contra o meningococo C e uma vacina conjugada que atua contra os meningococos A, C, Y e W135.

 

Ainda não há vacina contra o meningococo B disponível mundialmente. Esta vacina atualmente só encontra-se disponível em larga escala em Cuba, país que a desenvolveu.

 

SEQUELAS DA MENINGITE

 

Os pacientes que se recuperam da meningite podem ficar com sequelas, como AVC com paralisias motoras, surdez, diminuição da capacidade intelectual e epilepsias.

 

A meningite viral, em geral, não deixa sequelas.

 

 

– CATAPORA (VARICELA) | Sintomas e tratamento

 

CATAPORA (VARICELA) | SINTOMAS E TRATAMENTO

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 221 COMENTÁRIOS - Atualizado em 11 de setembro de 2013

 

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A catapora, também conhecida como varicela, é uma infecção altamente contagiosa causada pelo vírus Varicella-Zoster, caracterizada por erupções na pele. Neste texto vamos abordar a transmissão, sintomas e tratamento da catapora.

 

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Se estás a procura de informações sobre herpes zoster, temos um texto específico sobre esta doença: HERPES ZOSTER | Sintomas e tratamento

 

CATAPORA (VARICELA)

 

Varicela é uma doença altamente contagiosa causada pelo vírus Varicella-Zoster, da família dos herpes vírus (leia: HERPES LABIAL E GENITAL). A catapora sempre foi uma das infecções mais comuns da infância em todo mundo, porém, desde a introdução da vacina em 1995, a incidência da doença vem caindo vertiginosamente.

 

A transmissão da varicela é feita através da via respiratória, por gotículas eliminadas pela boca ou nariz. O vírus é tão contagioso que o risco de contaminação entre pessoas que moram na mesma casa é maior que 90%. A transmissão pode também ser feita por objetos contaminados.

 

O interessante é que o primeiro caso da casa costuma ser o mais brando. Isso ocorre provavelmente pela diferença entre os tempos e a intensidade de exposição ao vírus entre aqueles que adquirem a doença na comunidade e aqueles que se contagiam dentro de casa.

 

O período de incubação varia entre 10 a 20 dias. O indivíduo contaminado começa a transmitir a doença até 48 horas antes do início dos sintomas.

 

Em geral, a imunidade após um episódio de catapora é permanente, sendo raro a ocorrência de uma segunda infecção. Porém, apesar da cura, o vírus permanece no nosso corpo pelo resto da vida. Explico melhor na parte sobre herpes zoster.

 

A varicela costuma ser uma infecção da infância. Em crianças imunocompetentes (saudáveis) até 12-13 anos, ela costuma ser auto-limitada, tendo taxas de complicações e mortalidade muito baixas.

 

Em adultos, adolescentes e pessoas com imunossupressão, a catapora pode ser mais séria, com taxas de complicações mais elevadas, principalmente neste último grupo.

 

 

 

Vesículas da catapora

 

SINTOMAS DA CATAPORA

 

A varicela costuma iniciar-se como um quadro inespecífico de mal-estar, dor de garganta, febre baixa e perda de apetite. 24 horas após o início desses sintomas surge o rash típico da catapora.

 

As lesões iniciam-se como pequenas elevações avermelhadas (pápulas) que logo se transformam em vesículas (bolhas). Depois de alguns dias, essas bolhas viram crostas que caem ao final de 1 a 2 semanas, deixando a pele temporariamente mais escurecida nestas áreas.

 

 

 

Catapora em diferentes estágios

 

O que ajuda a diferencia o rash da catapora do rash de outras doenças virais como rubéola (leia: RUBÉOLA – SINTOMAS E VACINA) e sarampo, por exemplo, é o fato de haver lesões em vários estágios ao mesmo tempo, sendo possível identificar crostas, bolhas e pápulas espalhados pelo corpo.

 

O rash da varicela é muito pruriginoso, sendo muito comum a criança querer ficar se coçando o tempo todo. É importante evitar que o paciente estoure as bolhas evitando assim a contaminação das lesões por bactérias naturais da pele como o estafilococos e o estreptococos.

 

 

 

Catapora

 

O paciente permanece contagioso até que todas as suas lesões já tenham virado crostas, o que costuma demorar de 1 a 2 semanas. Enquanto houver bolhas, ainda há o risco de transmissão da catapora.

 

Complicações da catapora

 

Apesar de raro em crianças saudáveis, a catapora pode causar complicações sérias. Entre as mais comuns podemos citar:

 

Pneumonia (leia: SINTOMAS DA PNEUMONIA).

Hepatite (leia: AS DIFERENÇAS ENTRE AS HEPATITES).

Encefalite (infecção do cérebro).

Miocardite (inflamação do músculo cardíaco).

Outra complicação possível é a síndrome de Reye, um quadro de alteração neurológica, que pode inclusive terminar em coma. A síndrome de Reye pode ser desencadeada pelo uso de ácido acetilsalicílico (AAS ou aspirina) durante o curso infecção. Por isso, este medicamente é contra-indicado na varicela (leia: ASPIRINA | AAS | Indicações e efeitos colaterais)

 

TRATAMENTO DA CATAPORA

 

A varicela é uma doença auto-limitada na imensa maioria dos casos. O tratamento em pessoas saudáveis, sem deficiências do sistema imune, é basicamente de suporte. Deve-se evitar coçar a lesões para que não ocorra infecção bacteriana secundária. Em crianças, as unhas devem estar bem curtas. Anti-histamínicos (antialérgicos) podem ser usados para diminuir o comichão.

 

A febre deve ser tratada preferencialmente com paracetamol. Nunca se deve usar aspirina.

 

Os banhos com permanganato de potássio ou com solução iodadas, apesar de muito famosos, não apresentam comprovação científica. A higiene da pele pode e deve ser feita apenas com água e sabão.

 

O aciclovir é um antiviral que pode ser usado nos pacientes acima de 12 anos ou naqueles com maior risco de complicações. A droga não elimina o vírus, mas diminui o tempo de doença, o número de lesões na pele e os riscos de complicações (leia: INFORMAÇÕES SOBRE ACICLOVIR (ZOVIRAX)).

 

Pacientes imunossuprimidos ou com outras condições médicas graves, que porventura entram em contato com pessoas infectadas, devem usar a imunoglobulina contra varicela para impedir que desenvolvam a doença.

 

VACINA PARA CATAPORA

 

A vacina para varicela tem mudado a história natural da doença nos últimos anos.

 

Todas as crianças a partir de 1 ano de idade podem ser vacinadas contra a catapora, assim como adultos que ainda não tenham tido a doença. São duas doses: uma aos 12 meses e outra entre 4 e 6 anos de idade. Nos adultos, também estão indicadas 2 doses, sendo a segunda administrada com 4 meses de intervalo.

 

A vacina contra a varicela é feita com organismo vivo atenuado, por isso deve ser evitada em:

 

– Grávidas

– Indivíduos imunossuprimidos (AIDS, câncer, uso de imunossupressores etc…)

– Pessoas que tenham recebido outra vacina de vírus vivo nas últimas 4 semanas

 

HERPES ZOSTER

 

 

 

Herpes zoster no tronco

 

Como já foi dito anteriormente, mesmo após a completa cura, o vírus da varicela permanece no nosso organismo pelo resto da vida. Ele fica escondido dentro das células do sistema nervoso. Não causa sintomas e nem é contagioso. Toda vez que o vírus tenta sair do seu esconderijo, nosso sistema imune consegue impedi-lo.

 

Todo paciente que já tenha tido varicela em algum momento da vida, quando apresenta alguma queda nas defesas do organismo, pode apresentar a reativação do vírus da varicela zoster.

 

Conforme vamos envelhecendo, nosso sistema imunológico vai ficando mais fraco, por isso, a partir dos 50-60 anos existe o risco de reativação do vírus, que não se dá como um novo episódio de catapora, mas sim, como herpes zoster, conhecido popularmente como cobreiro.

 

O herpes zoster é uma lesão de pele com características similares à varicela comum, porém, restrita a uma pequena zona do corpo. O herpes zoster tem uma característica: a lesão costuma ser em “faixa” e parar na linha média do corpo, como pode ser visto nas fotos abaixo. A região acometida é aquela inervada pelo nervo que abriga o vírus.

 

Para saber mais detalhes sobre o herpes zoster, leia: HERPES ZOSTER | Sintomas e tratamento

 

 

– HPV | CÂNCER DO COLO DO ÚTERO | Sintomas e vacina

 

HPV E CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 162 COMENTÁRIOS - Atualizado em 5 de abril de 2015

 

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O câncer do colo do útero, também chamado de câncer de colo uterino, câncer de cérvix uterino ou câncer cervical, é o segundo tipo de câncer mais comum no sexo feminino, perdendo apenas para o câncer de mama. Mais de 90% das neoplasias malignas do colo do útero são causados pelo vírus HPV, uma infecção transmitida pela via sexual e atualmente prevenível através de vacina.

 

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Neste artigo vamos falar sobre a relação do vírus HPV com o câncer de colo uterino.

 

O QUE É HPV

 

O Papilomavírus humano, ou vírus do papiloma humano, mais conhecido como HPV, é um vírus que possui mais de 150 subtipos. O vírus HPV só causa doença nos seres humanos, sendo ele o responsável pelo surgimento das verrugas comuns de pele e das verrugas genitais, chamadas também de condiloma acuminado. Neste texto falaremos apenas da relação do HPV com o câncer do colo do útero, se você quiser saber mais sobre HPV e verrugas comuns e genitais, acesse o seguinte link: VERRUGAS COMUNS | VERRUGAS GENITAIS.

 

Apesar das verrugas serem uma alteração de pele muito comum, o que torna o HPV um sério problema de saúde é a sua associação com o câncer do colo uterino. Entre os cerca de 150 subtipos conhecidos, dois deles estão presentes em mais de 70% dos casos de câncer do colo do útero: HPV-16 e HPV-18. O HPV também está associado à ocorrência de outros tipos de câncer, como o câncer do pênis, vagina, vulva e ânus.

 

É importante destacar que quando falamos da relação do HPV com o câncer do colo uterino estamos nos referindo a um risco estatístico. Estar infectado com o HPV, principalmente pelos 2 subtipos citados acima, aumenta substancialmente o risco de desenvolvimento do câncer uterino, mas não significa que a paciente obrigatoriamente desenvolverá um câncer. Na verdade, a maioria das mulheres contaminadas pelo HPV não irá ter câncer.

 

O HPV é um vírus transmitido pela via sexual, sendo, na verdade, a doença sexualmente transmissível mais comum do mundo (leia: O QUE É DST?). Estima-se que até 10% da população mundial esteja contaminada com o vírus e que até 50% das mulheres (e dos homens) terão contato com o mesmo em algum momento das suas vidas.

 

HPV TEM CURA?

 

A maioria dos casos de infecção pelo HPV são assintomáticos e transitórios. Após 2 anos, 80 a 90% dos pacientes curam-se espontaneamente, apenas pela ação do seu sistema imunológico. Portanto, para a maioria das mulheres, o HPV tem cura, e ela ocorre sem a necessidade de qualquer tratamento.

 

Os problemas surgem nos restantes 10 a 20% que não conseguem se livrar do HPV e desenvolvem infecção permanente pelo vírus. São estas pacientes que correm risco de desenvolver o câncer de colo uterino.

 

Em geral, são necessários cerca de 20 anos de infecção para que o Papilomavírus humano possa provocar um câncer do colo de útero. Por este motivo, o exame preventivo regular com o ginecologista é importante para detectar precocemente qualquer sinal de lesão maligna em desenvolvimento (falaremos do exame Papanicolau mais abaixo).

 

Para saber mais detalhes sobre a cura do HPV, leia: O VÍRUS HPV TEM CURA OU TRATAMENTO?

 

ASSOCIAÇÃO ENTRE HPV E O CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

 

Existem 15 subtipos de HPV que são considerados de alto risco para o câncer do colo de útero. Porém, como já referido, pelo menos 70%  dos casos de câncer são causados apenas pelos subtipos HPV-16 e HPV-18. Quanto mais tempo uma mulher permanece infectada pelo HPV, maior é o risco dela desenvolver câncer.

 

O tabagismo aumenta o risco de câncer do colo uterino causado pelo HPV, motivo pelo qual toda mulher com infecção comprovada pelo vírus apresenta ainda mais um motivo para abandonar o cigarro (leia: COMO E POR QUE PARAR DE FUMAR CIGARRO ).

 

Outro importante fator de risco é a coinfecção pelo HIV (leia: SINTOMAS DO HIV E AIDS (SIDA)). A associação entre HIV e HPV não só aumenta ainda mais o risco de câncer de colo uterino, como costuma provocar tumores extremamente agressivos, que se propagam rapidamente pelo corpo.

 

PAPANICOLAU E O DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO

 

O exame de Papanicolau, também conhecido como exame preventivo, é atualmente a forma indicada para o rastreio do câncer de colo uterino.

 

O Papanicolau não serve para diagnosticar o câncer, quem faz o diagnóstico é a biópsia do colo do útero. O Papanicolau é apenas um exame de rastreio, ou seja, ele apenas ajuda o médico a identificar quais são as mulheres com maior risco que precisam ser submetidas à colposcopia e biópsia.

 

O exame de Papanicolau é feito durante o exame ginecológico, com o auxílio de um espéculo vaginal (bico de pato). O ginecologista visualiza o colo do útero e, através de uma espátula de madeira e de uma escovinha, colhe material da região. O material coletado contém células do colo uterino, que são enviadas para avaliação microscópica, visando detectar lesões pré-malignas ou lesões malignas ainda em fases iniciais. A coleta de material também serve para realizar a pesquisa do HPV e outras infecções, como Clamídia, gonorreia, sífilis, Gardnerella, etc.

 

Em geral, recomenda-se o exame preventivo anualmente em todas as mulheres sexualmente ativas. Se o Papanicolau identificar células com características pré-malignas, a paciente precisa ser submetida à biópsia do colo do útero.

 

O QUE É NIC (NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL)

 

A neoplasia intraepitelial cervical (NIC) é uma lesão pré-maligna, que pode ser identificada pela biópsia do colo uterino. A NIC não é um câncer, mas sim uma lesão do tecido do colo uterino com alto risco de se transformar em um. Dependendo de fatores como tamanho e local da lesão e do subtipo tipo de HPV detectado, as neoplasias intraepiteliais cervicais são dividas em 3 grupos, em ordem crescente de risco de transformação maligna: NIC 1, NIC 2 e NIC 3.

 

A maioria dos casos de NIC 1 curam espontaneamente em um prazo de até 2 anos, não precisando de tratamentos mais agressivos. Os casos de NIC 2 e NIC 3 também curam-se sozinhos com grande frequência, porém, como o risco de progressão para o câncer é mais alto, essas lesões precisam ser tratadas.

 

Caso a biópsia detecte a presença de uma lesão NIC 2 ou NIC 3, o mais indicado é realizar a excisão da zona onde há alterações pré-malignas das células. É importante salientar que as excisões apenas retiram a parte do tecido com risco de transformação maligna, mas o HPV continuará presente no organismo. Retiramos apenas aquela região onde o tecido é composto por células que podem, a longo prazo, virar câncer.

 

Se a biópsia identificar a presença de um câncer de colo do útero já estabelecido, faz-se necessária a realização de outros exames, procurando identificar a presença de metástases. Geralmente inicia-se com uma tomografia computadorizada de pelve e abdômen.

 

Se você quiser saber mais sobre o rastreio do câncer de colo uterino, leia também os seguintes artigos:

– EXAME PAPANICOLAU

– TESTE DE SCHILLER | Rastreio do câncer de colo uterino

– COLPOSCOPIA E BIÓPSIA DO COLO UTERINO.

 

VACINA PARA HPV

 

Naquelas pessoas que desenvolvem infecção permanente pelo HPV, ou seja, que o sistema imunológico não é capaz de eliminar o vírus, não há tratamento curativo disponível. Estas pessoas ficam infectadas pelo vírus pelo resto da vida, estando sempre sob risco de desenvolverem lesões malignas, principalmente se forem o HPV-16 ou HPV-18. Por isso, o advento da vacina foi uma passo importante na luta contra o câncer do colo uterino, pois esta impede a contaminação de pessoas ainda não infectadas.

 

Existem duas vacinas contra o HPV: uma inclui os subtipos 6, 11, 16 e 18, e outra os 16 e 18. Portanto, a vacina inclui os principais, mas não todos, subtipos relacionados ao câncer de colo uterino. Isso significa que a vacinação não elimina a necessidade do exame preventivo anual já que ela não exclui em 100% o risco de câncer.

 

A vacinação é feita em três etapas, sendo a segunda e terceira doses administradas 2 e 6 meses após a primeira.

 

A vacina tem sido indicada a partir dos 9 anos de idade e deve ser preferencialmente oferecida às meninas sem vida sexual ativa. Lembre-se que a vacina é uma prevenção e não tratamento do HPV. Não adianta vacinar quem já teve contato com o HPV. Por esse motivo, a vacinação em mulheres maiores de 26 anos não tem o mesmo efeito protetor, uma vez que boa parte das pacientes já foi exposta ao HPV durante a sua vida.

 

Os que são a favor da vacinação em mulheres mais velhas argumentam que mesmo que a vacina não sirva para combater o HPV já existente, ela pode proteger contra outros subtipos que a paciente possa ainda não ter sido exposta.

 

A vacina não é feita com vírus vivo atenuado e, por isso, é bastante segura. Todavia, como ainda não existem trabalhos comprovando a sua segurança na gravidez, ela não está indicada neste grupo.

 

Para informações mais detalhadas sobre a vacina contra HPV, acesse o link: VACINA CONTRA HPV.

 

Não deixe de ver também esse curto vídeo, produzido pela equipe do MD.Saúde, que explica de forma simples a vacinação contra o HPV.

 

 

– SARAMPO | Sintomas e vacina

 

SARAMPO | SINTOMAS E VACINA

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 3 COMENTÁRIOS - Atualizado em 2 de julho de 2014

 

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O sarampo é uma doença infecciosa de origem viral, extremamente contagiosa, capaz de provocar diversos sintomas, como manchas pelo corpo, febre, tosse, faringite, conjuntivite, etc. Antes da vacina, o sarampo chegava a acometer até 90% das crianças até os 5 anos. Atualmente, porém, o sarampo é uma infecção pouco comum, tendo sido praticamente erradicado do Brasil desde o ano 2000 (os poucos casos ainda registrados são importados por pessoas que se contaminaram no exterior).

 

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Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre o sarampo:

 

Transmissão do sarampo.

Sintomas do sarampo.

Tratamento do sarampo.

Prevenção e vacina do sarampo.

Se você quiser ler sobre outras infecções comuns da infância:

– RUBÉOLA | Sintomas e diagnóstico

– CATAPORA (VARICELA) | Sintomas e tratamento

– CAXUMBA | Sintomas e complicações

– COQUELUCHE | Sintomas, tratamento e vacina

 

TRANSMISSÃO DO SARAMPO

 

O sarampo é uma doença causada por um vírus, extremamente contagiosa e transmitida de pessoa para pessoa através de secreções das vias respiratórias, como as eliminadas na tosse, espirros ou mesmo durante a fala.

 

Gotículas infecciosas a partir de secreções respiratórias de um paciente com sarampo podem permanecer no ar durante várias horas. Portanto, um contato direto com alguém infectado pode não ser necessário para a transmissão do vírus. O sarampo pode ser transmitido em hospitais e consultórios médicos, entre passageiros do avião durante o voo, e também em escolas e comunidades densamente povoadas.

 

O período de incubação do sarampo é de 6 a 19 dias (média de 13 dias). O período de contágio ocorre entre 5 dias antes do aparecimento das erupções da pele até 4 dias depois. O pico do contágio ocorre 2 dias antes e 2 dias após o início das lesões de pele.

 

3 em cada 4 pessoas não vacinadas expostas ao vírus irão se contaminar e desenvolver sintomas. Ao contrário do que ocorre em várias outras viroses comuns da infância, como rubéola e caxumba, o sarampo não costuma causar casos leves, com sintomas brandos e inespecíficos, que possam passar despercebidos. Quem tem sarampo, o tem de verdade, com direito a todos os sintomas clássicos.

 

SINTOMAS DO SARAMPO

 

O sarampo se manifesta inicialmente como uma infecção viral inespecífica, com febre alta, mal estar, coriza, tosse, perda do apetite, dor de garganta e conjuntivite. Esta fase inicial da doença chama-se pródromo e dura de 2 a 3 dias. Na transição da fase prodrômica para a fase de sintomas clássicos do sarampo começam a surgir pequenos pontos brancos na mucosa da boca, próximo aos dentes molares, que recebem o nome de manchas de Koplik. Estas manchas surgem geralmente 48 horas antes do aparecimento do exantema clássico do sarampo.

 

 

 

As erupções de pele típicas do sarampo (exantema do sarampo) são machas avermelhadas, com discreto relevo, que surgem inicialmente no rosto e se espalham para o resto do corpo de forma descendente. As lesões podem ser abundantes, sofrendo fusão, de forma a criar grandes manchas avermelhadas. Em geral, a extensão e o grau de confluência do exantema se correlacionam com a gravidade da doença. Palmas das mãos e plantas dos pé raramente são envolvidos.

 

Outros achados característicos durante a fase exantemática incluem linfadenopatia (aumento dos linfonodos), febre alta (às vezes acima de 40ºC), faringite e conjuntivite. Tosse também é comum e pode persistir por até 2 semanas.

 

Durante o período exantemático, o paciente fica com o sistema imunológico comprometido, sendo um alvo fácil para outras infecções de origem bacteriana ou viral.

 

48 horas após o aparecimento da erupção cutânea, o paciente começa a melhorar. Com três a quatro dias, a erupção escurece, ficando acastanhada, e depois começa a descamar e sumir. A erupção geralmente dura um total de seis a sete dias. A febre costuma sumir quando o exantema começa a aliviar. Uma febre que dura mais de 3 ou 4 dias após o início das erupções pode ser sinal de uma complicação em curso, como pneumonia, diarreia, otite ou encefalite (inflamação do cérebro). A pneumonia e a encefalite são as complicações mais perigosas do sarampo.

 

O diagnóstico do sarampo é feito através dos achados clínicos e da sorologia sanguínea (pesquisa por anticorpos). O anticorpo do tipo IgM contra sarampo fica positivo a partir do terceiro dia de exantema e desaparece após 30 dias. O anticorpo tipo IgG surge no sétimo dia de exantema e fica positivo para o resto da vida.

 

TRATAMENTO DO SARAMPO

 

Uma vez que os sintomas do sarampo já tenham surgidos, não há tratamento específico para a doença. A única coisa a fazer é dar suporte e esperar que a doença se cure sozinha. Nas crianças, a administração de vitamina A parece reduzir a incidência de casos graves. A febre pode ser controlada com antipiréticos comuns, como Paracetamol. Não se deve usar nunca a aspirina (AAS) no sarampo, devido ao risco de síndrome de Reye, uma doença rara, mas com alta mortalidade, caraterizada por edema cerebral e lesão do fígado. Antibióticos só têm valor se houver alguma infecção bacteriana complicando o quadro de sarampo.

 

PREVENÇÃO E VACINA DO SARAMPO

 

Como não há tratamento efetivo durante a fase de sintomas, o controle do sarampo deve ser voltado para a prevenção. Nas últimas décadas, devido a ampla cobertura vacinal na maioria dos países, o sarampo de tornou uma doença pouco comum. No Brasil, por exemplo, não há circulação do vírus entre a população desde o início da década de 2000. A vacina contra sarampo é feita com vírus vivo atenuado e faz parte do calendário vacinal nacional (leia: CALENDÁRIO VACINAL).

 

Como a maioria das vacinas, a vacina do sarampo deve ser administrada antes do paciente ter qualquer contato com o vírus, de preferência durante o primeiro ano de vida. Porém, como o período de incubação do sarampo pode chegar a 19 dias, uma pessoa nunca imunizada, que tenha tido contato com alguém contaminado, pode ser vacinada, contanto que não ultrapasse o limite de 72 horas após a exposição ao vírus. Esta forma de vacinação não é a ideal, mas costuma ser efetiva em muitos casos.

 

Outra forma de prevenção para pessoas expostas ao vírus do sarampo é a administração de imunoglobulina. Pacientes com elevado risco de complicação, como imunossuprimidos, grávidas e crianças com menos de 1 ano ainda não vacinadas podem fazer uso da imunoglobulina caso venham a ter contato com pessoas contaminadas. Esta medicação deve ser administrada dentro dos primeiros 6 dias de exposição ao vírus.

 

 

 

 

 

https://www.mdsaude.com/2009/05/vacinas-calendario-de-vacinacao-efeitos.html

 

 

 

 

 

VACINA DA GRIPE | BENEFÍCIOS E EFEITOS COLATERAIS

 

Autor: PEDRO PINHEIRO SEJA O PRIMEIRO A COMENTAR - Atualizado em 26 de fevereiro de 2015

 

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A gripe é uma infecção das vias respiratórias provocada por um vírus chamado Influenza, que provoca surtos praticamente todos os anos na época do inverno. Quanto mais frio é o inverno, mais comum costumam ser os surtos de gripe.

 

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A gripe é uma doença benigna na imensa maioria dos casos, possuindo uma taxa de mortalidade abaixo de 1%. Porém, por ser altamente contagiosa, ela é capaz de infectar milhões de pessoas em relativamente pouco tempo, fazendo com que uma taxa próxima de 1% represente, em números absolutos, uma quantidade grande de vítimas. Por isso, a vacinação contra o vírus Influenza tornou-se uma importante medida de saúde pública nos últimos anos.

 

Neste artigo vamos explicar a vacina da gripe, abordando as dúvidas mais frequentes sobre o assunto.

 

Se você procura informações específicas sobre a gripe, acesse os seguintes artigos:

– GRIPE | Transmissão, Sintomas e Tratamento

– GRIPE H1N1 | GRIPE SUÍNA

 

O QUE É A VACINA DA GRIPE?

 

No Brasil, a vacina contra a gripe é feita com vírus morto.  Ela contém apenas algumas proteínas específicas do vírus Influenza, chamadas de antígenos, que são capazes de estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos.

 

O vírus influenza é famoso pela sua elevada frequência de mutação, o que compromete a capacidade do sistema imunológico de criar anticorpos que sejam eficazes a longo prazo. Você pode ter uma gripe hoje e criar anticorpos altamente efetivos contra o vírus Influenza. O problema é que, nos próximos anos, há uma grande chance do vírus circulante já ser diferente daquele que lhe contaminou. Os anticorpos que você criou agora já não serão efetivos, ou serão apenas parcialmente efetivos, contra a nova cepa mutante.

 

As grandes epidemias de gripe que surgem de tempos em tempos, como a pandemia do H1N1 (gripe suína) de 2009, ocorrem toda vez que o vírus Influenza sofre mutações tão relevantes, que o tornam praticamente um vírus novo aos olhos do sistema imunológico da maioria da população. O vírus é tão diferente daqueles Influenzas que as pessoas tiveram ao longo das suas vidas, que praticamente ninguém tem imunidade contra o mesmo. Milhões de pessoas adoecem em todo o mudo, e a gripe torna-se manchete de jornais durante semanas. Contudo, passado o período de crise, a população cria os anticorpos necessários, e a cepa do Influenza que tanto assustou torna-se um micróbio pouco temido e incapaz de infectar grandes multidões (até uma nova mutação aparecer e iniciar o ciclo todo de novo).

 

Como consequência desta característica do Influenza, existem várias cepas diferentes do vírus circulando ao redor do mundo. Portanto, para que uma vacina seja efetiva, ela precisa ser eficaz contra mais de um tipo de Influenza e precisa ser frequentemente atualizada, de forma a estar sempre ativa contra as mutações mais recentes.

 

Por isso, novas vacinas são produzidas anualmente com o objetivo de cobrir as cepas do vírus Influenza que circularam mais recentemente. No mundo inteiro há pesquisas para que possamos saber exatamente quais são as cepas que estão circulando com mais intensidade, tanto no hemisfério norte quanto no hemisfério sul. São essas pesquisas que orientam a composição da vacina a cada ano.

 

Atualmente, a produção da vacinas leva, em média, seis meses a partir da seleção das cepas circulantes até o produto final disponível para distribuição. Como as campanhas de vacinação são feitas no outono, a vacina costuma ser elaborada nos meses anteriores, geralmente na primavera. Desta forma, excetuando-se casos de súbitas mutações de grande intensidade, raramente existem desemparelhamentos entre as cepas cobertas pela vacina e as cepas que circulam entre a população.

 

A escolha pelo outono deve-se pelo fato do sistema imunológico precisar de cerca de 1 mês para desenvolver de forma plena uma imunidade contra as cepas presentes na vacina. Como o pico de incidência da gripe ocorre no inverno, a população vacinada terá tempo suficiente para estar preparada contra o vírus.

 

É bom destacar que a vacina contra a gripe não contém todas as cepas conhecidas do Influenza, apenas aquelas que provavelmente estarão mais ativas no próximo inverno. Para 2015, a ANVISA, com apoio da Organização Mundial de Saúde, já definiu que a vacina contra a gripe no Brasil terá atividade contra as seguintes variações do Influenza:

 

Influenza A/California.

Influenza A/Switzerland.

Influenza B/Phuket.

Influenza B/Brisbane.

Como a vacina é feita com proteínas específicas do vírus, ela também pode ser eficaz contra diversas outras cepas do Influenza. Por exemplo, a composição da vacina de 2015 também será efetiva contra as cepas de Influenza A/South Australia, A/Norway, A/Stockholm e o H1N1 de 2009, pois todas elas possuem os antígenos que estarão presentes na vacina.

 

QUEM DEVE TOMAR A VACINA CONTRA GRIPE?

 

Qualquer pessoa com mais de 6 meses de idade pode receber a vacina contra a gripe. Porém, há certos grupos que devem receber prioridade nas campanhas de vacinação, pois são eles que apresentam maior risco de desenvolverem complicações. No caso da gripe, o objetivo das campanhas de vacinação não é eliminar a circulação do vírus, mas sim reduzir a incidência de complicações e, consequentemente, o número de óbitos.

 

Por isso, o público-alvo destas campanhas são profissionais de saúde, indivíduos com mais de 60 anos, crianças entre seis meses e cinco anos de idade, gestantes durante o período de surto de gripe, indígenas, presos, portadores de doenças crônicas e transplantados.

 

Se você não faz parte do grupo alvo das campanhas e ainda assim deseja se imunizar contra gripe, não há problema nenhum. A vacina praticamente não apresenta contraindicações. Procure o seu médico ou centro de saúde de saúde e informe-se.

 

CONTRAINDICAÇÕES À VACINA CONTRA GRIPE

 

Praticamente todas as pessoas com mais de 6 meses de vida podem ser vacinadas contra a gripe. Em alguns países existe a vacina contra gripe feita com vírus vivo atenuado. Esta vacina possui contraindicações próprias que não serão abordadas neste texto. Nós vamos nos ater apenas à vacina feita com vírus morto, que é a vacina habitualmente utilizada nas campanhas de vacinação.

 

A principal contraindicação à vacinação contra a gripe é a alergia ao ovo. Como o preparo da vacina utiliza ovos de galinha, as pessoas alérgicas podem desenvolver reações. Se você for alérgico a ovo, não tome a vacina da gripe sem orientação médica.

 

LEIA TAMBÉM:

– SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ | Sintomas e tratamento

 

Também deve haver alguma precaução em relação às pessoas que já tiveram síndrome de Guillain-Barré (SBG). Na verdade, o risco de desenvolvimento desta doença após a vacina da gripe é extremamente baixo, cerca de 1 caso a cada 1 milhão de doses. Isso significa que o risco de se ter uma complicação da gripe é bem mais alto que o risco de desenvolver Guillain-Barré após a vacinação. Se você já teve SGB e faz parte do grupo de risco da gripe, converse com o seu médico sobre os riscos e benefícios da vacina.

 

Indivíduos com doenças febris agudas não devem tomar a vacina até estarem completamente recuperados.

 

EFEITOS COLATERAIS DA VACINA CONTRA GRIPE

 

As vacinas contra a gripe compostas por vírus mortos são geralmente bem toleradas, sendo o efeito colateral mais comum a dor e a inflamação no local da injeção. Nos estudos clínicos, os eventos adversos graves foram muito raros.

 

Outros efeitos adversos que podem ocorrer, mas são incomuns e geralmente de curta duração, incluem: dor de cabeça, febre, náuseas, tosse, irritação no olhos e dor muscular. Existem casos descritos de desmaios entre adolescentes, mas estes parecem estar mais ligados ao medo de agulha do que à vacina em si.

 

PERGUNTAS MAIS COMUNS

 

1- É possível pegar gripe através da vacina?

 

Não. A vacina é feita com fragmentos do vírus. Não há nenhuma possibilidade de alguém ficar gripado devido à vacinação.

 

2- A vacina da gripe também previne resfriados?

 

Não, apesar de terem sintomas parecidos, a gripe e o resfriado são infecções diferentes, causados por vírus diferentes (leia: DIFERENÇAS ENTRE GRIPE E RESFRIADO).

 

3- Mesmo vacinado é possível ficar gripado?

 

Sim, a vacina cobre as principais cepas, mas não cobre todas. A taxa de sucesso é de cerca de 70 a 90%. Porém, a maioria das pessoas que refere ter ficado gripada mesmo tendo se vacinado, na verdade apresentam quadros de resfriado. Como a maioria da população não sabe distinguir uma gripe de um resfriado, essa confusão é frequente.

 

4- Grávidas podem receber a vacina da gripe?

 

Sim, não só podem como devem.

 

5- Pessoas imunossuprimidas, como portadores de HIV ou transplantados, podem ser vacinados.

 

Sim, não só podem como devem.

 

6- Posso tomar a vacina em qualquer altura do ano?

 

Até pode, mas como o pico de eficácia da vacina ocorre nos primeiros 3 meses, o ideal é tomá-la logo antes do inverno, que é a época que os surtos de gripe costumam surgir. Tomar a vacina muito antes da época de surto pode fazer com que a sua eficácia não seja a pretendida.

 

7- Se eu for viajar para o hemisfério norte, a vacina brasileira é eficaz?

 

Apenas parcialmente, pois as cepas selecionadas não são as mesmas. Nesse ano de 2015, por exemplo, das 4 cepas escolhidas na vacina brasileira, somente 2 estão presentes na vacina americana e europeia. Por outro lado, se a viagem for para outro país do hemisfério sul, a cobertura é total, pois a composição da vacina costuma ser a mesma.

 

8- A vacina da gripe interfere com alguma outra vacina?

 

Não, a vacina da gripe pode ser administrada no mesmo dia ou próxima de outras vacinas.

 

9- Quanto tempo demora para a vacina da gripe ter efeito?

 

Pelo menos 2 semanas são necessárias para que os anticorpos induzidos pela vacina possam ser produzidos.

 

10- É mesmo preciso se vacinar todos os anos?

 

Sim, a vacinação precisa ser reforçada todos os anos. A vacina que você tomou em 2014 não vai lhe proteger durante o surto de gripe do inverno de 2015.

 

11- Não faço parte do grupo de risco. Ainda assim preciso me vacinar?

 

Precisar não precisa, pois o risco de complicações da gripe no seu caso é muito baixo. Porém, como a taxa de efeitos adversos da vacina é muito baixa, você estará mais seguro se for vacinado. Na avaliação entre prós e contras, o prós saem vencedores com larga vantagem.

 

12- Você conhece alguém que já tenha sido vacinado?

 

Sim, eu. Por ser profissional de saúde, eu tomo a vacina contra gripe anualmente desde 2010, sem nunca ter tido qualquer problema.

 

 

 

 

 

 

 

DOENÇA DE CHAGAS

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 13 COMENTÁRIOS - Atualizado em 12 de setembro de 2014

 

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A doença de Chagas é uma infecção provocada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, adquirida por meio do contato com as fezes do inseto barbeiro. A doença de Chagas é também conhecida pelos nomes: mal de Chagas, chaguismo ou tripanossomíase americana.

 

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Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre a doença de Chagas:

 

Transmissão da doença de Chagas.

Sintomas da doença de Chagas

Fase aguda e crônica da doença de Chagas.

Diagnóstico da doença de Chagas.

Tratamento da doença de Chagas.

TRANSMISSÃO DA DOENÇA DE CHAGAS ATRAVÉS DO BARBEIRO

 

A maioria dos casos da doença de Chagas é transmitido pela picada de um grupo de insetos da família do percevejo, conhecidos como barbeiro. As principais espécies de barbeiro que transmitem a doença de Chagas no Brasil são: T. brasiliensis, Panstrongylus megistus, T. pseudomaculata e T. sordida.  O T. infestans era outra espécie importante, mas medidas de controle do Ministério da Saúde conseguiram interromper a transmissão da doença de Chagas por este tipo de barbeiro.

 

 

 

O barbeiro é um tipo de percevejo que se alimenta de sangue, podendo transmitir a doença de Chagas através da picada. Durante ou imediatamente após picar uma pessoa, barbeiro defeca sobre sua pele, eliminando grande quantidade do protozoário Trypanosoma cruzi, permitindo que o mesmo penetre no nosso organismo através da ferida da picada. O ato de coçar o local que foi picado aumenta a chance de contaminação. Os barbeiros costumam se alimentar à noite, sendo capazes picar suas vítimas sem acordá-las.

 

Nem todo barbeiro está infectado com o parasita da doença de Chagas. O barbeiro se contamina ao picar animais que estejam infectados pelo Trypanosoma cruzi. Portanto, o barbeiro adquire o parasita picando uma pessoa infectada, permanece com ele em seu intestino pelo resto da vida e o transmite ao picar uma nova vítima. É importante destacar que o parasita também é capaz de infectar outros animais além do homem, incluindo cães, gatos, porcos, roedores, gambás, morcegos, etc., sendo estes importantes reservatórios para a transmissão da doença de Chagas para humanos.

 

Os barbeiros costumam viver em folhas de palmeiras ou em casas de construção rudimentar, como as feitas de pau-a-pique. Galinheiros, chiqueiros e ninhos de pássaros também são locais que podem abrigar o inseto. Pessoas que vivem em áreas infestadas pelo barbeiro são as que apresentam maior risco de serem contaminadas peloTrypanosoma cruzi.

 

OUTRAS FORMAS DE TRANSMISSÃO DA DOENÇA DE CHAGAS

 

A transmissão pela picada do barbeiro é a principal via, mas o Trypanosoma cruzi pode ser adquirido também de outras formas, como:

 

– Transfusão de sangue.

– Transplante de órgãos de doadores infectados.

– Alimentos contaminados por barbeiros, como caldo de cana ou açaí.

– Transmissão vertical da mãe para o feto durante a gravidez.

– Contato de pele ferida, mucosas ou olhos com sangue de pacientes infectados.

 

SINTOMAS DA DOENÇA DE CHAGAS

 

Após a contaminação pelo Trypanosoma cruzi, o período de incubação costuma ser de 1 a 2 semanas. Porém, se contaminação tiver sido provocada por transfusão de sangue, os sintomas podem demorar mais de 40 dias para surgirem.

 

Os sintomas da doença de Chagas são divididos em fase aguda e fase crônica. Vamos falar um pouquinho sobre ambas.

 

Sintomas da doença de Chagas – Fase aguda

 

A fase aguda da infecção pelo T. cruzi dura de 8 a 12 semanas e é caracterizada pela circulação de grandes quantidades do parasita na corrente sanguínea. Nesta fase, a maioria dos pacientes não apresentam sintomas. Quando o fazem, são sintomas leves e inespecíficos, como febre e mal estar. A febre não costuma ser muito alta, ficando ao redor de 37,5 e 38,5ºC. Aumento do tamanho do fígado e do baço também podem ocorrer.

 

Numa minoria de pacientes, pode surgir um nódulo inflamado no local da picada do barbeiro, conhecido como um chagoma.  Se a picada for ao redor de um dos olhos, é comum surgir um inchaço da pálpebra superior e inferior, conhecido como sinal de Romaña.

 

A forma grave de doença de Chagas aguda, com alta mortalidade, ocorre em menos de 1% dos pacientes; as manifestações podem incluir miocardite aguda (inflamação do músculo cardíaco), pericardite (inflamação do pericárdio, membrana que envolve o coração) ou meningite. A transmissão do parasita por alimentos contaminados parece estar associada a um maior risco de doença aguda grave.

 

É bom ressaltar, todavia, que na maioria dos casos, a fase aguda é branda e os pacientes não se dão conta de terem sido infectados pelo T. cruzi. A fase aguda termina quando os parasitas desaparecem da circulação sanguínea.

 

Sintomas da doença de Chagas – Fase crônica

 

Existem três apresentações distintas da forma crônica da doença de Chagas:

 

I. Forma indeterminada: são os pacientes que mantém-se infectados pelo Trypanosoma cruzi, porém, permanecem sem sintomas. Muitos desses pacientes nem sequer sabem que estão infectados.

 

Cerca de 20 a 30% dos pacientes com forma indeterminada da doença de Chagas crônica evoluem para doença sintomática, com acometimento cardíaco ou gastrointestinal, após anos ou décadas de doença silenciosa. Os outros 70% permanecem assintomáticos para o resto da vida.

 

II. Forma cardíaca: aproximadamente 30% dos pacientes que se contaminam com oTrypanosoma cruzi apresentam acometimento cardíaco pela doença. A infecção pelo parasita provoca destruição das fibras musculares do coração, levando a um quadro de insuficiência cardíaca grave (leia: INSUFICIÊNCIA CARDÍACA | Causas e sintomas). O comprometimento cardíaco é o principal responsável por mortes nos pacientes com doença de Chagas. Morte súbita, arritmias e insuficiência cardíaca terminal são as principais causas.

 

III. Forma gastrointestinal: o acometimento do trato gastrointestinal ocorre em 10% dos pacientes com doença de Chagas. Uma dilatação exagerada do cólon (megacólon) ou do esôfago (megaesôfago) são as principais manifestações desta forma de Chagas crônico.

 

 

O megaesôfago provoca dificuldade para engolir alimentos e regurgitação frequente. O megacólon se caracteriza por prisão de ventre e dor abdominal.

 

É possível um mesmo paciente apresentar acometimento cardíaco e gastrointestinal concomitantemente.

 

DIAGNÓSTICO DA DOENÇA DE CHAGAS

 

Durante a fase aguda da doença de Chagas, como há grande quantidade do parasita circulando no sangue, o mesmo pode ser facilmente identificado ao se analisar uma gota de sangue no microscópio. Na fase crônica o diagnóstico é feito através da sorologia (pesquisa de anticorpos no sangue).

 

TRATAMENTO DA DOENÇA DE CHAGAS

 

Quanto mais cedo for instituído o tratamento contra a doença de Chagas, melhores são os resultados clínicos. Preferencialmente, todo paciente deve ser tratado na fase aguda, tenha ele sintomas ou não. O problema é que como nem todos os pacientes nesta fase estão cientes de estarem contaminados com o Trypanosoma cruzi, a maioria acaba procurando atendimento médico precocemente.

 

O tratamento precoce tem como objetivos, curar a infecção pelo T. cruzi, prevenir lesões de órgãos, como coração e intestinos, e diminuir a possibilidade de transmissão do protozoário. O paciente que já apresenta a forma crônica, com grave lesão dos órgãos apresenta pouco ou nenhum benefício com o tratamento.

 

Portanto, pessoas que vivem em áreas onde há casos de doença de Chagas ou que passaram férias recentemente em uma delas, como na Região Norte, mais especificamente no Estado do Pará, devem ter muita atenção a quadros de febre e mal estar, mesmo que estes sejam brandos. Às vezes, é preciso ter um grau de suspeição bem elevado para se detectar a doença de Chagas precocemente. Na tabela ao lado apresentamos os dados epidemiológicos do Ministério da Saúde entre 2007 e 2011.

 

O Benznidazol é a droga de escolha no tratamento da doença de Chagas aguda. O tratamento deve ser feito por 60 dias e a dose varia de acordo com o peso do paciente. O Nifurtimox é uma alternativa para os casos de intolerância ao Benznidazol. O tratamento com Nifurtimox é feito por 90 dias.

 

 

 

 

 

 

 

LARVA MIGRANS | BICHO GEOGRÁFICO

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 1 COMENTÁRIO - Atualizado em 5 de abril de 2015

 

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A larva migrans cutânea, conhecida popularmente por bicho geográfico, é uma infecção causada pelas larvas de parasitas que vivem nos intestinos de cães e gatos, como os helmintos Ancylostoma braziliense ou Ancylostoma caninum.

 

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Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre a larva migrans cutânea:

 

Transmissão da larva migrans cutânea.

Sintomas da larva migrans cutânea.

Tratamento da larva migrans cutânea.

TRANSMISSÃO DA LARVA MIGRANS CUTÂNEA

 

O ciclo de vida dos parasitas que causam a larva migrans cutânea começa quando animais infectados por helmintos eliminam os ovos do parasita nas fezes. As fezes contaminadas quando em contato com um solo quente, úmido e arenoso se tornam um meio ótimo para a evolução dos ovos, que eclodem, liberando as larvas. No solo, as larvas recém-nascidas se alimentam de bactérias, e ao longo de 5 a 10 dias, passam por duas fases evolutivas até se tornarem aptas a infectar humanos ou outros animais. Larvas na 3º fase evolutiva (fase infecciosa) podem sobreviver no ambiente por até 4 semanas, se encontrarem condições favoráveis.

 

A contaminação do homem se dá quando há um contato da pele com o solo contaminado por larvas, habitualmente, quando andamos descalços sobre terreno arenoso. Praias, principalmente aquelas onde há fezes de cães e gatos na areia, são locais propícios para conterem larvas de helmintos. As regiões da areia onde há sombra, mas não há contato com a água do mar, são os melhores pontos para o desenvolvimento das larvas. Outro local comum de contaminação são as caixas de areia ao ar livre onde as crianças brincam. Gatos costumam procurar locais com terra ou areia para enterrar suas fezes, podendo facilmente contaminar estas áreas.

 

Cerca de 3/4 dos casos de contaminação com larvas de parasitas que provocam a larva migrans ocorrem nos membros inferiores, principalmente nos pés. Contaminações no tronco ou nos membros superiores ocorrem em menos de 10% dos casos. Nas crianças que brincam sentadas em caixas de areia ou na praia, os glúteos e as coxas são habitualmente acometidos.

 

As larvas na 3º fase evolutiva conseguem penetrar a camada mais superficial da pele humana, mas não conseguem atravessar as camadas subjacentes. Sem conseguir invadir mais profundamente, os vermes passam se movimentar ao acaso por baixo da pele, formando um pequeno túnel que dá origem a desenhos na pele, parecendo um mapa, daí o nome popular de bicho geográfico.

 

SINTOMAS DA LARVA MIGRANS CUTÂNEA

 

O momento da penetração das larvas pode passar despercebido, mas em alguns pacientes é possível notar a presença de uma pápula (um ponto com relevo de mais ou menos 1 cm de diâmetro) avermelhado e pruriginoso. Se o solo estiver intensamente contaminado por larvas, várias pápulas podem surgir na pele, indicando vários pontos de invasão.

 

Dentro de dois a três dias depois da invasão, surgem os pequenos túneis causados pela migração do verme por baixo da pele. Cada invasão origina um túnel. Estas lesões são discretamente elevadas, serpiginosas, marrom-avermelhadas e provocam muita coceira. Os túneis avançam cerca de 2 a 5 cm por dia e podem formar desenhos caprichosos. Com o passar dos dias, a parte mais antiga do trajeto tende a desinflamar, deixando em seu lugar apenas uma faixa mais escurecida, que desaparecerá mais tarde.

 

A duração do processo é muito variável podendo curar-se espontaneamente ao fim de 2 semanas ou durar meses. A larva migrans quando desaparece espontaneamente, sem tratamento, pode reaparecer semanas ou meses depois. O sintoma que mais incomoda é a coceira, podendo, inclusive, impedir o paciente de dormir. Se o paciente cocar demais a área, pode causar feridas e facilitar a contaminação da pele por bactérias, levando a quadros de celulite ou erisipela (leia: ERISIPELA | CELULITE | Sintomas e tratamento).

 

TRATAMENTO DA LARVA MIGRANS CUTÂNEA

 

O tratamento da larva migrans é feito com drogas antiparasitárias que tenham ação contra helmintos, como Tiabendazol, Albendazol ou Ivermectina.

 

A Ivermectina é usada na dose de 200 mcg/kg por dia, por um ou dois dias. Já o Albendazol é habitualmente prescrito na dose de 400 mg por dia por três dias. O Tiabendazol pode ser usado como pomada nos casos iniciais, leves ou com poucas lesões. O tratamento tópico dura de 5 a 7 dias, mas as lesões e a coceira costumam apresentar melhora já nas primeiras 48 horas de tratamento.

 

 

 

 

 

 

 

SARNA HUMANA | ESCABIOSE

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 1 COMENTÁRIO - Atualizado em 21 de novembro de 2013

 

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A escabiose, conhecida popularmente por sarna humana ou pereba, é uma doença de pele causada por um ácaro chamado Sarcoptes scabiei. A sarna é uma infecção contagiosa, que pode se espalhar rapidamente através de contato físico próximo, como ocorre entre pessoas quem moram na mesma casa ou crianças em creches.

 

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Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre a escabiose:

 

Ácaro – Sarcoptes scabiei.

Transmissão da escabiose.

Sintomas da sarna.

Sarna crostosa (sarna norueguesa).

Tratamento da sarna.

ÁCARO – SARCOPTES SCABIEI

 

Os ácaros são seres microscópicos de oito patas, da classe dos aracnídeos. O Sarcoptes scabiei tem um tamanho médio de 0,3 milímetros, que é basicamente o limite do que o olho humano nu consegue ver.

 

O Sarcoptes scabiei é um parasita que vive, alimenta-se e reproduz-se em nossa pele. O ciclo de vida deste ácaro dura cerca de 30 dias. Após a cópula, o ácaro macho morre enquanto a fêmea penetra através das camadas superficiais da pele, criando um microscópico túnel, onde ela fica entocada, depositando os seus ovos durante toda sua vida, que dura cerca de 30 a 60 dias. A fêmea do Sarcoptes scabiei libera 2 a 3 ovos por dia. Os ovos eclodem em três ou quatro dias, e as larvas recém nascidas fazem o caminho de volta em direção à superfície da pele, onde amadurecem e podem se espalhar para outras áreas do corpo.

 

Os ácaros Sarcoptes scabiei produzem enzimas que degradam as proteínas da pele, principalmente a queratina, que serve de alimento para os mesmos. Conforme eles se movem através da epiderme, vão deixando para trás as suas fezes, criando lesões lineares na pele. As lesões e a coceira da escabiose são resultados de uma reação alérgica da pele contra o próprio ácaro, seus ovos e fezes.

 

TRANSMISSÃO DA ESCABIOSE

 

Ter sarna não é necessariamente um sinal de má higiene. A escabiose é uma infecção transmitida entre pessoas através de contato próximo. Os casos mais habituais são entre familiares que vivem na mesma casa. A via sexual é outra maneira comum de se adquirir sarna. Exército, lares para idosos, creches e presídios são locais onde frequentemente há surtos de sarna.

 

O contato entre crianças e adolescentes na escola não costuma ser próximo o suficiente para causar a transmissão, o que de modo algum significa que não haja risco. Do mesmo modo, um simples aperto de mão ou um rápido abraço não costumam ser suficientes para haver transmissão.

 

O ácaro Sarcoptes scabiei consegue sobreviver no ambiente por 24 a 48 horas, o que torna possível a transmissão através de roupas, lençóis ou toalhas, apesar desta via não ser a mais comum.

 

Animais, como cães e gatos, também podem ter sarna, mas o ácaro que os infecta é diferente, tornando a transmissão para humanos pouco comum. Quando ela ocorre é geralmente em animais realmente infestados de ácaro. Todavia, como o homem não é o hospedeiro habitual da sarna canina ou felina, o ácaro não se reproduz e a infecção dura apenas alguns dias (o tempo de vida do ácaro).

 

SINTOMAS DA ESCABIOSE

 

O sintoma clássico da escabiose é uma coceira difusa pelo corpo, que costuma ser mais intensa à noite.

 

O período médio de incubação da sarna é de cerca de 6 semanas. Porém, nos pacientes reinfectados, os sintomas podem surgir em apenas 24 horas. Uma pessoa contaminada é capaz de transmitir a sarna, mesmo que ainda esteja sem sintomas, no período de incubação.

 

As lesões típicas da escabiose são pequenas pápulas (pontinhos ou bolinhas com relevo) avermelhadas, de 1 a 3 mm de diâmetro. As lesões, às vezes, são tão pequenas que podem passar despercebidas ou camufladas pelos arranhões causados pela intensa coceira.

 

 

As lesões da sarna podem ser difusas. Os locais mais envolvidos são as mãos (principalmente entre os dedos), pulsos, cotovelos, axilas, mamilos (especialmente em mulheres), áreas ao redor do umbigo, genitália (especialmente em homens), joelhos, nádegas, coxas e pés. As costas são habitualmente poupadas e a cabeça, palmas e solas só costumam ser acometidas em crianças.

 

Os túneis produzido pelas fêmeas do Sarcoptes scabiei também podem ser visíveis, apesar de não serem tão comuns como as pápulas. Eles geralmente se apresentam como finos traçados na pele, discretamente elevados, que podem ter até 10mm de comprimento.

 

 

 

SARNA CROSTOSA (SARNA NORUEGUESA)

 

Na maioria dos pacientes com sarna, o número total de ácaros presentes não costuma ultrapassar uma centena. Após um aumento exponencial no início da doença, o sistema imunológico do paciente consegue frear a multiplicação do Sarcoptes scabiei, mantendo a sua população mais ou menos estável.

 

Em pacientes com alguma fraqueza do sistema imunológico, os ácaros podem conseguir se multiplicar indefinidamente, chegando a alcançar uma população de mais de um milhão em alguns casos. Esta super infestação de Sarcoptes scabiei é chamada de sarna crostosa ou sarna norueguesa, que é a forma mais grave da escabiose.

 

Os pacientes com maior risco são os idosos ou os portadores de problemas, como SIDA (AIDS), hanseníase, linfoma, síndrome de Down ou outras doenças que provoquem alterações do sistema imunológico.

 

A sarna crostosa provoca grandes crostas vermelhas na pele, que se espalham facilmente se não forem tratadas. O couro cabeludo, mãos e pés são frequentemente afetados, embora as manchas possam ocorrer em qualquer parte do corpo. As lesões da sarna crostosa geralmente não coçam e contêm um grande número de ácaros.

 

TRATAMENTO DA ESCABIOSE

 

As duas opções mais utilizadas para o tratamento da escabiose são a Permetrina 5% ou a Ivermectina em comprimidos.

 

A Permetrina 5% deve ser aplicada em todo corpo do pescoço para baixo (nas crianças pode ser aplicada no rosto, com cuidado para não atingir os olhos), sendo enxaguada no banho após 8 a 14 horas. Após 1 ou 2 semanas, o processo pode ser repetido.

A Ivermectina por via oral é usada em dose única, com repetição após 14 dias.

A taxa de sucesso dos dois tratamento é semelhantes, mas a Ivermectina é o tratamento mais adequado para surtos em lares de idosos, presídios ou domicílios com muitos moradores, pois tomar um comprimido é bem mais simples que aplicar um creme por todo o corpo.

 

A sarna crostosa é tratada com uma combinação dos dois medicamentos: Permetrina 5% aplicada diariamente por 7 dias mais Ivermectina, uma dose nos dias 1, 2, 8, 9 e 15

 

É importante lembrar a pessoa infectada com o ácaro da sarna costuma demorar até 6 semanas para apresentar sintomas. Por isso, o tratamento também é recomendado para os membros da família e contatos sexuais, mesmo que estes não estejam aprestando sintomas d escabiose.

 

 

 

 

 

 

 

DIFERENÇAS ENTRE GRIPE E RESFRIADO

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 82 COMENTÁRIOS - Atualizado em 26 de fevereiro de 2015

 

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Gripe e resfriado são doenças distintas, causadas por vírus diferentes, mas que partilham vários sintomas em comum, motivo pelo qual muitas pessoas acham que ambas são sinônimos. Não são. Apesar de serem parecidos, gripe é gripe e resfriado é resfriado.

 

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Vejamos as semelhanças:

 

– Gripe e resfriado são infecções extremamente comuns.

– Gripe e resfriado são causados por vírus.

– Gripe e resfriado podem causar sintomas respiratórios altos, como coriza, tosse e espirros.

– Gripe e resfriado apresentam forma de contágio semelhante.

– Gripe e resfriado são facilmente transmissíveis de uma pessoa para outra.

 

Pronto, as semelhanças param por aí. A gripe é uma infecção mais forte que o resfriado, costuma durar menos tempo e apresenta maior taxa de complicações, como problemas pulmonares e cardíacos. A gripe pode ser perigosa em idosos, bebês e pessoas com imunidade baixa. O resfriado, por sua vez, raramente causa complicações.

 

Neste artigo vamos nos ater apenas às diferenças entre resfriado e gripe. Se você está à procura de informações sobre a gripe, acesso o seguinte link: GRIPE COMUM.

 

COMO DISTINGUIR GRIPE DE RESFRIADO?

 

A gripe é uma infecção respiratória causada pelos vírus da família Influenza. Exitem vários subtipos de Influenza, capazes de provocar quadros de gripas mais ou menos graves. O resfriado também é uma infecção respiratória viral, mas existem dezenas de vírus diferentes que podem provocar o resfriado, como Rinovírus, Adenovírus, Parainfluenza, etc. Mais à frente vamos falar detalhadamente sobre estes vírus.

 

Duas das principais diferenças entre a gripe e o resfriado são a febre e o estado geral do paciente. Enquanto o resfriado não costuma provocar febre (exceto em crianças pequenas), na gripe a febre é comum e costuma ser acima de 38ºC, principalmente nas crianças. Na gripe, o paciente apresenta-se mais prostrado, com dor de cabeça e, frequentemente, com dor nos músculos e articulações. No resfriado, o paciente tem coriza, tosse e espirros, mas encontra-se mais ou menos bem disposto, apenas incomodado com estes os sintomas.

 

A tabela abaixo resume as principais diferenças e semelhanças entre a gripe e o resfriado:

 

Caraterísticas

 

Resfriado

 

Gripe

 

Vírus

 

Rinovírus na maioria dos casos, mas também pode ser causado por Adenovirus, Vírus sincicial respiratório, Coronavirus, Parainfluenza, entre outros.

 

São causados pela família do vírus Influenza.

 

Febre

 

Pouco comum nos adultos, mas frequente em crianças pequenas. Costuma ser baixa.

 

Muito comum, geralmente acima de 38º. Em crianças, a febre pode passar dos 40ºC.

 

Dor de cabeça

 

Raro.

 

Muito comum.

 

Dores pelo corpo

 

Raro, quando presentes são leves.

 

Comum e habitualmente bem incômodas.

 

Coriza nasal

 

Muito comum.

 

Pode haver ou não.

 

Espirros

 

Muito comum.

 

Pode haver ou não.

 

Dor de garganta

 

Muito comum e surge habitualmente já no primeiro dia de doença.

 

Pode haver ou não.

 

Fraqueza

 

Pouco comum.

 

Muito comum e pode durar vários dias.

 

Tosse

 

Tosse seca leve a moderada.

 

Comum, pode haver expectoração.

 

Tempo de incubação

 

24 a 72 horas.

 

24 a 96 horas.

 

Duração da doença

 

3 a 7 dias na maioria dos casos, mas em 1/4 dos pacientes, a doença persiste por até 14 dias.

 

2 a 5 dias, mas a tosse e o cansaço podem durar semanas para desaparecer.

 

Período contagioso

 

Inicia-se 12 a 24 horas após o primeiro contato com o vírus, mas o pico ocorre entre o 2º e 4º dias de sintomas.

 

Inicia-se 12 horas após o primeiro contato com o vírus, mas o pico ocorre entre o 1º e 6º dias de sintomas.

 

Abertura do quadro

 

Piora gradual ao longo dos 2-3 primeiros dias.

 

Início súbito, com pico dos sintomas em poucas horas.

 

Complicações comuns

 

Otite média e sinusite.

 

Otite média e pneumonia.

 

Baseado apenas no quadro clínico, conseguimos ter uma ideia de qual vírus estamos lidando. Por exemplo:

 

Rinovírus: é a principal causa dos resfriados comuns. É uma doença branda, que raramente causa febre nos adultos e costuma durar de 5 a 7 dias. Pode causar problemas apenas nos pacientes asmáticos por desencadear exacerbações do quadro. Existem mais de 100 sorotipos diferentes do rinovírus.

Coronavírus – Também causa sintomas de resfriado, além de poder causar diarreia em algumas pessoas, principalmente em pacientes imunodeprimidos. A pneumonia asiática, que recebeu bastante atenção da mídia no início da década de 2000, é causada por um sorotipo de coronavírus.

Parainfluenza – É causa de traqueobronquite e pneumonia, costuma ser mais grave em crianças pequenas e imunocomprometidos. No adulto causa quadro brando, semelhante a um resfriado.

Adenovírus – Costuma causar um quadro um pouco mais rico, com febre, faringite, rouquidão e conjuntivite. Pode ser causa de pneumonia, diarreia e meningite viral. É um vírus que provoca um resfriado um pouco mais forte.

Vírus sincicial respiratório – Causa um quadro mais sintomático ainda, com sinusite, otite, conjuntivite, tosse. Em idosos, crianças e imunodeficientes pode causar pneumonia e levar ao óbito. É o tipo de resfriado mais agressivo, mas costuma não causar problemas em adultos ou crianças mais velhas saudáveis.

Influenza – É o agente causador da gripe. Provoca uma infecção respiratória alta bastante sintomática. Pode ser causa de pneumonia viral ou facilitar o aparecimento de pneumonia bacteriana. Eventualmente, mutações nos vírus levam a grandes epidemias, como a da gripe espanhola no início do século XX, a gripe aviária e a gripe suína (gripe A do subtipo H1N1). Mesmo assim ,em adultos saudáveis, ela não provoca maiores problemas na maioria dos casos.

O quadro clínico das viroses que acometem o trato respiratório alto, seja gripe ou resfriado, é muito semelhante. Como essas infecções costumam ser autolimitadas e não requerem tratamento específico, na maioria dos casos, não faz sentido realizar exames caros e causar transtornos ao paciente somente para se saber exatamente qual é o vírus responsável. Na maioria das pessoas, a gripe e o resfriado se curam espontaneamente sem causar grandes problemas.

 

SITOMAS DO RESFRIADO

 

O resfriado (chamado de constipação em Portugal) é uma infecção branda das vias aéreas. Como já explicado, pode ser causado por vários tipos de vírus, sendo o Rinovírus o mais comum. É extremamente contagioso e a transmissão é feita através de aerossóis da tosse ou espirro e pelo contato com mãos infectadas.

 

Os sintomas surgem de 24h a 72h após o transmissão do vírus. Costuma durar de 5 a 7 dias, porém em 25% dos casos, os sintomas persistem por até 2 semanas. A maioria das pessoas apresenta de 3 a 5 quadros de resfriado por ano.

 

Os sintomas mais comuns são a rinite, tosse e espirros. Pode ocorrer dor de garganta de curta duração nos primeiros dias. A tosse seca pode durar até semanas depois do fim dos sintomas. Em adultos, raramente ocorre febre.

 

O resfriado é contagioso durante apenas os 3 primeiros dias de sintomas.

 

As complicações são raras e incluem exacerbação de asma e presença de infecção bacteriana associada como sinusite (leia: SINUSITE / RINOSSINUSITE) ou otite (leia: OTITE MÉDIA | Dor de ouvido).

 

SINTOMAS DA GRIPE

 

A gripe é causada pelo vírus Influenza e apresenta um quadro clínico mais rico que o resfriado, com febre alta, dores pelo corpo, dor de cabeça, mal estar, perda do apetite, dor de garganta e tosse. Na gripe, os sintomas costumam aparecer subitamente ao contrário do resfriado, onde eles surgem gradualmente. A tosse e a febre são sintomas precoces.

 

O modo de transmissão é igual ao do resfriado. O tempo de doença pode ser de até 2 semanas, mas, em geral, dura de 4 a 7 dias. O tempo em que o paciente mantém-se contagioso dura de 1 a 2 dias após a resolução da febre.

 

A gripe também apresenta uma maior taxa de complicações, como pneumonia pelo próprio Influenza ou por bactérias oportunistas (leia: SINTOMAS DA PNEUMONIA), que se aproveitam do estado debilitado do paciente para atacar seus pulmões.

 

Tanto a gripe comum, quanto a gripe A (H1N1) apresentam quadro clínico e taxas de complicação semelhantes, sendo impossível a sua distinção sem exames laboratoriais (leia:GRIPE SUÍNA).

 

Além da vacina contra a gripe, já existem remédios específicos contra o influenza, que quando indicados, devem ser administrados nas primeiras  48 horas doença. O mais conhecido é o Tamiflu®. O tratamento específico é indicado em crianças, idosos e pessoas com comprometimento do sistema imunológico. O Tamiflu® não cura imediatamente a gripe, mas reduz bastante seu tempo de duração e ajuda a prevenir as complicações.

 

Apesar da imagem de doença branda, a gripe é responsável por milhares de morte todos os anos, em todos os países. As pessoas do grupo de risco descrito acima são as mais propensas a apresentar complicações. Realmente, trata-se de uma doença com uma taxa de mortalidade muito baixa, ao redor de 0,3%, mas por ser altamente contagiosa (infecta mais de 1 bilhão de pessoas a cada ano) acaba causando muitas mortes, mesmo que percentualmente esses números sejam baixos.

 

É importante lembrar que a imensa maioria das pessoas terão vários episódios de gripe durante a vida sem nunca desenvolver complicações. O tratamento com antivirais só deve ser feito após avaliação médica, pois 99% das gripes não apresentam indicação de serem tratadas com Tamiflu®.

 

SINAIS DE GRAVIDADE DA GRIPE

 

Os sinais de gravidade da gripe são:

 

– Dificuldade respiratória.

– Dor torácica para respirar.

– Pressão baixa.

– Alterações da consciência.

– Desorientação.

– Vômitos persistentes.

 

PREVENÇÃO DA GRIPE E DO RESFRIADO

 

A gripe e o resfriado são viroses altamente contagiosas. Quando se mora na mesma casa de alguém infectado, é quase impossível não entrar em contato com o vírus. Algumas dicas de como reduzir o risco de transmissão:

 

– Evitar contato próximo com pessoas contaminas (pelo menos 2 metros).

– Evitar contato direto das mãos com olhos e boca sem antes as terem lavado.

– Lavar as mãos com água e sabão (ou solução alcoólica apropriada) frequentemente.

– Evitar ficar em ambientes com pouca circulação de ar e com muitas pessoas.

– Idosos devem ser vacinados anualmente.

 

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE GRIPE E RESFRIADO

 

É verdade que os vírus da gripe estão em constante mutação e por isso não conseguimos criar uma defesa imunológica permanente ?

– Sim, inclusive a vacina contra a gripe é alterada frequentemente, levando em contas esses novos vírus mutantes.

 

Posso pegar gripe através da vacinação?

– Não, os vírus usados são mortos e incapazes de causar doença.

 

Algumas pessoas dizem que nunca tiveram gripe e depois da vacinação começaram a tê-la frequentemente, isso é possível?

– Não. Isto não faz o menor sentido. O que acontece é que 10% dos subtipos de Influenza não são cobertos, por isso, alguns pacientes vacinados podem pegar gripe. Muitas pessoas apresentam resfriados e os confundem com gripe.

 

Pode se pegar resfriado ou gripe sendo exposto ao frio?

– Em geral, os meses mais frios são aqueles onde há maior circulação de vírus, e as pessoas ficam mais tempo em contato umas com as outras em locais fechados. Não existe relação direta entre pegar frio e pegar gripe ou resfriado. Ninguém pega gripe porque pegou chuva ou abriu a geladeira com o corpo molhado. Para se pegar a doença é necessário contato com o vírus.

 

Vitamina C previne viroses?

– Não há provas.

 

Canja de galinha é bom para curar gripe?

– Não é bom nem é ruim. Como um dos tratamentos é aumentar a ingestão de líquidos, a canja de galinha serve a esse propósito. Alimentos quentes aliviam os sintomas de dor de garganta. Mas a galinha em si, não tem nada com isso.

 

A gripe suína é mais grave que a gripe sazonal?

– Não. As taxas de mortalidade e de complicações são semelhantes.

 

 

 

 

 

FEBRE AMARELA | VACINA, TRANSMISSÃO E SINTOMAS

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 4 COMENTÁRIOS - Atualizado em 2 de julho de 2014

 

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A febre amarela é uma doença infecciosa de origem viral, transmitida através da picada de mosquito do gênero Haemagogus. É uma doença que atualmente só acomete países da África central e do norte da América do Sul, incluindo o Brasil, onde está, há décadas, restrita a áreas silvestres.

 

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Neste artigo vamos abordar os seguintes pontos sobre a febre amarela:

 

Diferenças entre febre amarela silvestre e febre amarela urbana.

Transmissão da febre amarela.

Vacina para febre amarela.

Sintomas da febre amarela.

Tratamento da febre amarela.

FEBRE AMARELA SILVESTRE X FEBRE AMARELA URBANA

 

A febre amarela é dividade em dois tipos:

 

1. Febre amarela silvestre – quando a infecção corre nas regiões de floresta e serrado. Esta forma é transmitida pelos mosquitos do gênero Haemagogus.

 

2. Febre amarela urbana – quando a infecção ocorre na grandes cidades e áreas urbanizadas. Esta forma é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite dengue (leia: DENGUE | Sintomas e tratamento).

 

As duas formas de febre amarela são idênticas, essa divisão tem apenas caráter epidemiológico para facilitar o controle da doença em áreas urbanizadas (explico mais à frente).

 

A febre amarela em áreas urbanas não ocorre desde 1942. Nas últimas décadas os casos de febre amarela identificadas nos grandes centros ocorreram em pessoas não vacinadas que viajaram para áreas de floresta e retornaram para áreas urbanas antes dos sintomas surgirem. Nestes casos, consideramos que o paciente adquiriu a forma silvestre, já que a contaminação ocorreu em áreas de floresta.

 

TRANSMISSÃO DA FEBRE AMARELA

 

A febre amarela não é transmitida de humano para humano. Apenas mosquitos transmitem o vírus (leia: PICADA DE MOSQUITO | Tratamento e prevenção). Como atualmente não existem casos de febre amarela urbana, a única forma de transmissão é a silvestre. Isso significa que é preciso que um ser humano não vacinado vá para áreas florestais onde existam macacos doentes. A transmissão ocorre quando um mosquito do gêneroHaemagogus pica um macaco contaminado, adquire o vírus e dias depois pica um humano não vacinado.

 

A febre amarela silvestre é uma doença que ocorre principalmente em macacos, sendo os humanos hospedeiros acidentais do vírus.

 

 

 

Febre amarela no Brasil

 

Para que a forma urbana volte a ocorrer, basta que uma pessoa contaminada pela forma silvestre retorne a uma cidade não endêmica, como o Rio de Janeiro, por exemplo, e seja picada pelo mosquito Aedes aegypti dentro dos primeiros 5 dias de infecção.

 

A forma urbana ainda não retornou graças a um eficaz controle do Ministério da Saúde, que fornece vacinação para toda toda população nas áreas endêmicas e monitora os casos de febre amarela em macacos, aumentando a cobertura vacinal na população toda vez que há surtos em primatas.

 

VACINA PARA FEBRE AMARELA

 

A vacina para febre amarela é altamente eficaz, sendo o Instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz, o maior produtor mundial da mesma. A vacinação para febre amarela faz parte do calendário vacinal em os estados das regiões Norte e Centro-Oeste; todos os municípios do Maranhão e Minas Gerais; municípios do sul do Piauí, oeste e sul da Bahia, norte do Espírito Santo, noroeste de São Paulo e oeste de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

 

Indivíduos que residem em áreas indenes, ou seja, sem circulação da forma silvestre, também devem ser vacinados 10 dias antes de viajarem para áreas endêmicas. Não só as pessoas que farão ecoturismo devem ser vacinadas. Mesmo que a viagem seja apenas a negócio, permanecendo o individuo sempre em área urbana, a vacinação deve ser efetuada.  Pessoas que residem em áreas indenes e que não viajarão para áreas endêmicas não precisam ser vacinadas.

 

A vacina para febre amarela tem duração de 10 anos, sendo necessário o reforço após este período.

 

Entre as contraindicações à vacina da febre amarela estão:

– Crianças menores de 6 meses de idade

– Pessoas com alergia a ovo

– Pessoas imunossuprimidas

– Gestantes

 

Casos de febre amarela no Brasil

 

Como já referido, desde a década de 1940 não há casos de febre amarela nos grandes centros urbanos do Brasil. Dado o sucesso da cobertura vacinal nas populações de áreas endêmicas, os casos de formas silvestres também são pouco comuns, não havendo nas últimas duas décadas mais do que 80 casos por ano em todo o país. No ano de 2010 houve apenas um único caso registrado no Brasil.

 

SINTOMAS DA FEBRE AMARELA

 

O período de incubação (intervalo de tempo entre contaminação e o aparecimento dos primeiros sintomas) da febre amarela é de 3 a 7 dias. Como a doença pode demorar até uma semana para se manifestar, muitos pacientes que adquirem a forma silvestre só desenvolvem sintomas depois de já terem voltado da sua viagem para área endêmica.

 

A maioria das pessoas infectadas não desenvolve a doença, apresentando no máximo alguns sintomas inespecíficos de virose. Nos pacientes que desenvolvem sintomas da febre amarela, as manifestações iniciais são febre alta com suores e calafrios, mal estar, dor de cabeça, dor muscular e cansaço. Podem também surgir náuseas, vômitos ou diarreia. Após três ou quatro dias, a maioria dos doentes recupera-se completamente, ficando imunizado contra a doença para o resto da vida.

 

Em cerca de 15% dos casos, porém, a febre amarela evolui de forma grave. O paciente apresenta uma pequena melhora após dois ou três dias de doença, dando a impressão que irá se recuperar, mas a febre volta com toda força, desta vez acompanhada de fortes dores abdominais, náuseas e vômitos, manchas roxas na pele, sangramentos  na gengiva, nariz ou estômago, e pele amarelada, chamada de icterícia (leia: ICTERÍCIA | Neonatal e adulto). Órgãos nobres como fígado, pulmões e rins podem entrar em falência levando o paciente à morte. As formas graves têm letalidade acima de 50%, mesmo com tratamento médico adequado.

 

O diagnóstico é feito através de exames de sangue.

 

TRATAMENTO DA FEBRE AMARELA

 

Não existe tratamento específico para febre amarela. Não há um medicamento que cure a doença, o que torna a vacinação ainda mais importante.

 

Nos casos grave o paciente é internado para controle das complicações e monitorização das hemorragias. Alguns pacientes que apresentam falência dos rins precisam de hemodiálise (leia: HEMODIÁLISE| Como funciona, cateter e fístulas). Nos casos de insuficiência respiratória a ventilação mecânica pode ser necessária.

 

A falsa epidemia de febre amarela em 2008

 

Durante o ano de 2008 o Ministério da Saúde detectou um aumento dos casos de febre amarela entre primatas nas florestas de algumas regiões endêmicas, o que poderia aumentar os casos de febre amarela silvestre. Adequadamente, o governo expediu ordem para aumentar a vigilância e reforçar a vacinação contra a doença em viajantes e moradores de áreas endêmicas que pudessem estar há mais de dez anos sem o reforço.

 

Entretanto, de forma completamente irracional, parte da imprensa das regiões não endêmicas, nomeadamente Rio e São Paulo, deturparam este fato e passaram a noticiar uma suposta epidemia de febre amarela com risco de transmissão urbana, levando pânico à população, que correu para os postos de saúde em busca de vacinação. O episódio foi tão irresponsável que alguns colunistas instruíram a população a não confiarem no discurso oficial do governo que garantia não haver sinais de epidemia. Somente o jornal Folha de São Paulo publicou mais de 100 matérias sensacionalistas sobre a suposta epidemia entre Dezembro de 2007 e Fevereiro de 2008.

 

O fato é que durante o ano todo de 2008 foram identificados apenas cerca de 40 casos de febre amarela silvestre em todo o país. Entretanto, a corrida aos postos de saúde fez com que mais de 13 milhões de doses de vacina fossem aplicadas (a média é de menos de 3 milhões por ano). Essa insana vacinação gerou mais de 50 casos de reação à vacina, sendo 23 pessoas internadas por complicações e 8 mortes! Uma das pessoas mortas apresentava contraindicações a vacina, mas assustada com o noticiário, vacinou-se duas vezes em um intervalo de apenas uma semana.

 

Este fato só reforça a necessidade da população se conscientizar que informações sobre saúde devem ser obtidas apenas por fontes confiáveis. Nunca tome medicações ou vacinas sem orientação médica.

 

 

 

COMO FUNCIONAM AS VACINAS

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 19 COMENTÁRIOS - Atualizado em 29 de dezembro de 2014

 

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As vacinas agem estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos, que podem combater doenças infecciosas, tornando o indivíduo imune às mesmas.

 

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Neste texto vamos abordar as seguintes questões sobre as vacinas:

 

Como funcionam as imunizações e vacinas.

Tipos de vacinas.

Vacinas com germes atenuados.

Vacinas com toxoides.

Imunoglobulinas.

Vacinas com germes vivos.

Doenças que não possuem vacina.

Repetição de vacinas.

– Se você procura informações sobre o calendário de vacinação, leia: VACINAS | Calendário, efeitos colaterais e contraindicações.

– Para informações sobre vacinação na gravidez, leia: VACINAS NA GRAVIDEZ.

 

COMO FUNCIONAM AS IMUNIZAÇÕES

 

O objetivo das imunizações é estimular o organismo a produzir anticorpos contra determinados germes, principalmente bactérias e vírus. O nosso sistema imunológico cria anticorpos específicos sempre que entra em contato com algum germe. Se entramos em contato com o vírus da rubéola, por exemplo, ficamos doente apenas uma vez, pois o corpo produz anticorpos que impedem que o vírus volte a nos infectar no futuro.

 

A lógica da vacina é tentar estimular o organismo a produzir anticorpos sem que ele precise ter ficado doente antes. Tentamos apresentar ao sistema imune a bactéria ou vírus de forma que haja produção de anticorpos, mas não haja desenvolvimento da doença.

 

 

 

 

Geralmente uma vacina age apenas contra um único germe. Por exemplo, a vacina contra o sarampo não protege o paciente contra catapora e vice-versa. Já existem vacinas conjuntas, que são na verdade duas ou mais vacinas dadas em uma única administração, como a vacina tríplice viral, que é composta por três vacinas em uma única injeção: sarampo, rubéola e caxumba. O sistema imune é estimulado simultaneamente contra esses três vírus. Nem toda vacina pode ser dada em conjunto.

 

TIPOS DE VACINAS E IMUNIZAÇÕES

 

A grande dificuldade na hora de desenvolver uma vacina é criá-la de modo que a bactéria ou vírus consigam estimular o sistema imunológico a criar anticorpos, mas não sejam capazes de provocar doença. Às vezes, basta expor o organismo à bactéria ou ao vírus mortos para haver produção de anticorpos e tornar o paciente imune a este germe. Porém, nem todos os vírus ou bactérias mortos são capazes de estimular o sistema imune, fazendo com que tenhamos que buscar outras soluções para imunizar o paciente.

 

O grau de maturidade do sistema imunológico também é importante. O ideal seria podermos dar logo todas as vacinas ao recém-nascido. Infelizmente isso não funciona. O nosso sistema imune precisa de tempo para se desenvolver e ser capaz de gerar anticorpos quando estimulados pela vacinação.

 

A. Vacinas inativadas

 

As vacinas inativadas são aquelas feitas com germes mortos ou apenas partes do germe. As vacinas com germes mortos são as mais seguras, porém costumam apresentar uma capacidade de imunização mais baixa, sendo necessárias mais de uma dose para criar uma proteção prolongada. Em alguns casos a imunização desaparece após alguns anos, sendo necessária a aplicação de doses de reforço.

 

Muitas vezes não é preciso expor o sistema imune a todo vírus ou bactéria. O germe pode ser cultivado em laboratório e partes da sua estrutura que não são necessárias para criação de anticorpos podem ser retiradas. Em alguns casos, uma única proteína do germe é tão diferente das nossas proteínas que é suficiente para o sistema imunológico reconhecê-la como algo estranho, produzindo anticorpos eficientes contra o invasor. As vacinas com subunidades dos germes costumam ter entre 1 a 20 partes do mesmo.

 

Exemplos de vacinas com vírus ou bactérias inativos:

 

Pólio.

Cólera.

Raiva (leia: RAIVA HUMANA | Transmissão, sintomas e vacina).

Influenza (gripe)*.

Tifo.

Hepatite A (leia: HEPATITE A | Sintomas e vacina).

* Há também vacinas com vírus vivo.

 

Exemplos de vacinas com uma ou mais partes dos germe:

 

Hepatite B (leia: HEPATITE B | Sintomas e vacina).

Meningite (leia: MENINGITE | Sintomas e vacina).

Pneumococo.

HPV (leia: HPV | CÂNCER DO COLO DO ÚTERO | Sintomas e vacina).

Haemophilus influenzae

B. Toxoides

 

Algumas vezes o que causa doença não é a bactéria em si, mas sim algumas toxinas que a mesma produz. Neste caso, a vacina não precisa ser direcionada contra a bactéria, basta que o sistema imune consiga ter anticorpos contra as toxinas. Os toxoides são vacinas feitas com toxinas modificadas, incapazes de causar doença.

 

Os toxoides também costuma gerar uma imunização fraca, necessitando de reforço após alguns anos.

 

Exemplos de vacinas com toxoides:

 

Tétano (leia: TÉTANO | Vacina e sintomas).

Difteria.

C. Imunoglobulinas

 

As imunoglobulinas são um tipo de imunização diferente das vacinas. As vacinas são chamadas de imunização ativa, pois induzem o sistema imune a produzir anticorpos. As imunoglobulinas são chamadas de imunização passiva, pois elas próprias já são os anticorpos.

 

Quando exposto a determinado germe, o sistema imune pode levar algumas semanas para produzir anticorpos em quantidade adequada para combatê-lo. Em alguns casos, a doença é tão agressiva que não temos tempo de esperar a produção destes anticorpos. Daí surge a necessidade de usarmos as imunoglobulinas, que são uma coleção de anticorpos previamente formados por outras pessoas ou animais. Pegamos anticorpos já formados por outros e administramos no paciente, havendo imediato combate à infecção.

 

As imunoglobulinas causam uma imunização curta, suficiente apenas para tratar a infecção. O paciente não fica imunizado por tempo prolongado, sendo necessária a administração de uma vacina após o controle da doença. Por exemplo, um profissional de saúde não vacinado contra a hepatite B que acidentalmente se fure com uma agulha infectada precisa tomar a imunoglobulina e a vacina para não se infectar. A imunoglobulina impedirá a infecção atual enquanto que a vacina servirá, neste caso particular, apenas para preveni-lo de futuras contaminações.

 

Exemplos de doenças que podem ser tratadas com imunoglobulinas (anticorpos):

 

Hepatite B

Raiva

Botulismo

Difteria

Tétano

Catapora

Sarampo

D. Vacinas vivas atenuadas

 

O ideal é sempre criarmos vacinas com germes mortos, incapazes de causar doenças. Todavia, nem sempre isso é possível. Há casos em que não conseguimos induzir a produção de anticorpos pelo sistema imune a não ser que o mesmo seja exposto ao germe vivo. Neste caso, a opção é manter o vírus ou bactérias vivos, mas atenuados, ou seja, fracos o suficiente para não conseguirem causar sintomas relevantes.

 

As vacinas com germes vivos são seguras em pacientes sadios, mas não devem ser dadas a pessoas com deficiências no sistema imune, como transplantados, pacientes com AIDS,  pacientes em uso de drogas imunossupressoras, ou paciente em quimioterapia. Este grupo apresenta elevado risco de desenvolver a doença se tomarem a vacina.

 

As grávidas também não podem tomar vacinas com vírus vivos pois há riscos de infecção do feto e complicações da gestação. Falaremos especificamente sobre a vacinação durante a gravidez em um artigo à parte, que será escrito nas próximas semanas.

 

Como as vacinas com germes vivos são o que há de mais próximo com um infecção real, elas costumam ser os melhores estimulantes para a produção de anticorpos pelo sistema imune. Este tipo de vacina costuma requerer apenas uma ou duas doses e produz uma imunização por muitos anos, às vezes para o resto da vida.

 

Vacinas com vírus vivos atenuados são mais fáceis de serem produzidas do que com bactérias, que são germes bem mais complexos e difíceis de serem manipulados.

 

Exemplos de vacinas com bactérias ou vírus vivos atenuados:

 

Catapora (leia: CATAPORA (VARICELA) | Sintomas e tratamento).

Rubéola (leia: RUBÉOLA | Sintomas e vacina).

Caxumba (leia: CAXUMBA | Sintomas e complicações).

Varíola.

Sarampo (leia: SARAMPO | Sintomas e vacina).

Febre amarela.

POR QUE NÃO EXISTEM VACINAS CONTRA HIV E OUTRAS INFECÇÕES?

 

Nem sempre conseguimos manipular o nosso sistema imune adequadamente. Há vários germes que naturalmente são menos estimulantes ao nosso sistema imunológico. Alguns vírus rapidamente se “escondem” dentro de pontos do nosso organismo, impedindo que o sistema imune os reconheça.

 

No caso da vacina contra o HIV há alguns pontos importantes. O vírus morto não parece ser capaz de estimular o sistema imune. Por outro lado, a vacinação com vírus vivo é perigosa, pois não se trata de uma infecção benigna, como a catapora ou rubéola. Para se ter uma vacina com o vírus HIV vivo é preciso antes ter plena certeza que não iremos infectar o paciente em vez de ajudá-lo a criar anticorpos. Temos que descobrir um modo de atenuar o HIV de modo que este seja incapaz de causar doença, mas capaz de induzir a criação de anticorpos. A maioria das pequisas hoje não são feitas com o HIV vivo.

 

O modo que o vírus HIV age também dificulta a produção de vacinas. O vírus se esconde dentro das próprias células do sistema imune, tornando difícil para o organismo produzir anticorpos efetivos contra o mesmo. Além disso, o HIV sofre mutação de modo muito rápido, podendo o vírus ter proteínas diferentes entre duas pessoas infectadas. É preciso identificar uma proteína que seja comum a todos os vírus e que também consiga estimular a produção de anticorpos pelo sistema imune.

 

TOMAR A MESMA VACINA MAIS DE UMA VEZ FAZ MAL?

 

Muitas pessoas ficam confusas quando perdem o cartão de vacinação, pois têm medo de tomar uma vacina que já tenha sido administrada no passado. Não há nenhum problema em repetir vacinas. Muitas delas, aliás, precisam ser reforçadas de tempos em tempos, como as vacinas para tétano, febre amarela e difteria, que perdem efeito após 10 anos.

 

Se houver dúvida quanto a imunização prévia em relação a uma doença, o melhor é vacinar. Se o paciente já tiver tomado a vacina anteriormente, isso não fará mal. Pior é deixar o paciente não imunizado e exposto à infecção.

 

O único cuidado que se deve ter é não administrar a mesma vacina com intervalos de poucos dias, principalmente se for vacina com germes vivos, pois não há aumento da eficácia e o risco de efeitos colaterais fica muito elevado.

 

 

 

 

 

VACINAS NA GRAVIDEZ

 

Autor: PEDRO PINHEIRO 27 COMENTÁRIOS - Atualizado em 18 de janeiro de 2015

 

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As vacinas agem estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos, que podem combater infecções, impedindo o indivíduo de ficar doente. Algumas vacinas são seguras durante a gravidez, outras não.

 

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A imunização através de vacinas protege tanto a mãe quanto o feto contra diversas doenças. Idealmente, todas as vacinas devem ser dadas antes da gravidez, mas a administração destas durante a gestação pode estar indicada em algumas situações.

 

Neste texto vamos abordar as seguintes questões sobre vacinação na gravidez:

 

Como funciona uma vacina.

Quais são os tipos de vacinas existentes.

Vacinas indicadas para quem quer engravidar.

Vacinas permitidas na gravidez

Vacinas contraindicadas na gravidez.

COMO FUNCIONAM AS IMUNIZAÇÕES

 

Toda vez que entramos em contato com algum germe, nosso sistema imune cria anticorpos contra os mesmos para ajudar no seu combate. Em muitas doenças, a presença destes anticorpos é suficiente para impedir que o germe volte a nos atacar no futuro. Infecções como catapora, rubéola, caxumba, mononucleose, toxoplasmose, etc. só ocorrem uma única vez durante toda a vida graças a produção de anticorpos específicos.

 

A lógica da vacina é tentar estimular o organismo a produzir estes anticorpos sem que tenhamos que ficar previamente doentes. A vacina apresenta ao sistema imune uma bactéria ou vírus de tal forma que haja estímulo para produção de anticorpos específicos, mas não haja desenvolvimento da doença.

 

Um vacina só age contra um único germe. Por exemplo, a vacina contra rubéola só cria anticorpos contra a própria rubéola. Há casos, porém, em que é possível misturar mais de uma vacina em uma única injeção, como na vacina tríplice viral (MMR), que é uma vacina contra sarampo, rubéola e caxumba.

 

TIPOS DE VACINAS E IMUNIZAÇÕES

 

A grande dificuldade na hora de desenvolver uma vacina é criá-la de modo que a bactéria ou vírus consigam estimular o sistema imunológico a criar anticorpos, mas não sejam capazes de provocar doença. Às vezes, basta expor o organismo à bactéria ou ao vírus mortos para haver produção de anticorpos e tornar o paciente imune a este germe. Porém, nem todo os vírus ou bactérias mortos são capazes de estimular o sistema imune, fazendo com que tenhamos que buscar outras soluções para imunizar o paciente.

 

Existem basicamente 4 tipos de imunizações:

 

a. Vacinas com germes vivos atenuados.

b. Vacinas com fragmentos de germes (germes mortos).

c. Toxoides.

d. Imunoglobulinas.

 

Na gravidez, as três últimas opções costumam ser seguras, enquanto que vacinas com vírus ou bactérias vivas são contraindicadas.

 

Para saber mais detalhes sobre os 4 tipos de vacinas citadas acima, leia os textos:

– COMO FUNCIONAM AS VACINAS

– VACINAS | Calendário, efeitos colaterais e contraindicações

 

VACINAS INDICADAS PARA QUEM QUER ENGRAVIDAR

 

Toda mulher em idade fértil que pretende ter filhos deve se informar sobre as vacinas indicadas antes de uma gravidez. Existem doenças potencialmente muito graves durante uma gestação que podem ser evitadas com uma simples vacina.

 

Se você pretende engravidar a curto prazo é importante conhecer o seu estado de imunização contra as seguintes doenças:

 

– Rubéola (leia: RUBÉOLA | Sintomas e vacina).

– Caxumba (leia: CAXUMBA | Sintomas e complicações).

– Catapora (leia: CATAPORA (VARICELA) | Sintomas e tratamento).

– Sarampo.

 

As vacinas para essas 4 doenças são feitas com vírus vivo atenuados, sendo contraindicada durante a gravidez. Por isso, se a paciente não estiver imunizada contra qualquer uma das quatro, a vacinação deve ser feita pelo menos 28 dias antes do início de uma gravidez.

 

Se você perdeu seu cartão de vacinação e não se lembra se já teve estas doenças, é possível realizar exames de sangue, chamados sorologia, para pesquisar a presença de anticorpos contra essas quatro doenças. Quem já teve as doenças ou foi vacinado contra as mesmas na infância costuma ter anticorpos e não corre o risco de contraí-las durante a gestação.

 

É importante que a futura gestante esteja imunizada contra cada uma das quatro infecções antes de engravidar, já que uma vez grávida, a paciente poderá mais se vacinar, tendo que torcer para não se infectar durante a gestação.

 

Mulheres que moram em áreas endêmicas da febre amarela também devem ser vacinadas, caso a última dose tenha sido aplicada há mais de 10 anos. A vacina não pode ser usada em grávidas, por isso é importante já estar devidamente imunizada quando a gravidez surgir.

 

Idealmente, as mulheres devem ser vacinadas contra as doenças evitáveis antes da gravidez. Quando se opta por vacinar uma grávida, os benefícios para a mãe e feto devem sempre ser maiores que os potenciais riscos. Não há nenhuma evidência de danos para as mulheres grávidas ou fetos a partir da administração de vacinas com germes mortos. Por outro lado, vacinas com germes vivos podem ser prejudiciais ao feto em desenvolvimento.

 

VACINAS PERMITIDAS DURANTE A GRAVIDEZ

 

Para evitar complicações para o feto, a maioria das vacinas deve ser dada somente antes ou depois da gestação. Porém, há situações em que a administração de vacinas pode estar indicada durante a gravidez. Em geral, as vacinas permitidas são aquelas feitas com germes mortos ou toxoides (toxinas inativadas). Vamos falar um pouquinho sobre algumas das vacinas que podem ser aplicadas durante a gestação.

 

a. Gripe (Influenza)

 

As mulheres grávidas correm o risco particularmente elevado de desenvolver complicações da gripe. Portanto, as vacinas contra a gripe sazonal e gripe A (H1N1) são recomendadas para todas as mulheres grávidas durante a temporada de gripe, independentemente do seu trimestre de gravidez.

 

A vacina contra o Influenza protege não só a mãe, mas também o bebê durante os seus primeiros 5 meses de vida. As mulheres podem amamentar depois de receber essas vacinas.

 

b. Tétano, difteria e coqueluche

 

A vacina tríplice contra tétano, difteria e coqueluche é rotineiramente administrada durante a infância e uma vacina de reforço é recomendada a cada 10 anos durante a vida adulta. Como as três vacinas não possuem bactérias vivas, elas podem ser administradas na gravidez com segurança.

 

O tétano é uma causa comum de morte neonatal, principalmente nos países mais pobres, onde os cuidados obstétricos apresentam problemas. Todas as mulheres não vacinadas, ou que a última dose de reforço tenha sido há mais de 10 anos, devem receber a vacina contra tétano após a 20ª semana de gestação. Se a vacina tríplice do adulto, com tétano, difteria e coqueluche, estiver disponível, melhor ainda.

 

c. Hepatite A

 

A hepatite A é uma infecção transmitida habitualmente por águas contaminas (leia: HEPATITE A | Sintomas, tratamento e vacina) e pode causar parto prematuro e problemas para o feto. A vacina contra hepatite A também é feita com vírus morto, por isso apresenta baixo risco na gestação. Entretanto, ainda não há muita experiência do seu uso na gravidez, e alguns efeitos colaterais podem ainda ser desconhecidos. Em geral, não se indica esta vacinação durante a gravidez, mas ela pode ser usada em casos especiais, como em mulheres grávidas que vivem em áreas com falta de saneamento básico, ou seja, gestantes sob alto risco de contaminação.

 

Mulheres que já tenham tido hepatite A em algum momento da vida estão imunes e não precisam se vacinar. A sorologia serve para identificar os pacientes já imunizados previamente.

 

d. Hepatite B

 

A hepatite B é uma infecção transmitida pela via sexual ou pelo sangue (leia: HEPATITE B | Sintomas e vacina). A vacina contra hepatite B é feita com vírus morto e é segura durante a gravidez. Sua administração é feita com 3 doses em um intervalo de 6 meses. A vacina está indicada para todas gestantes que apresentam alto risco de contaminação, como profissionais de saúde que lidam com sangue ou agulhas, mulheres cujo o parceiro seja portador do vírus, profissionais do sexo, usuários de drogas endovenosas, etc. Caso necessária, a imunoglobulina contra hepatite B também pode ser administrada na gravidez.

 

Gestantes que já tenham tido hepatite B em algum momento da vida estão imunes e não precisam se vacinar. A sorologia serve para identificar os pacientes já imunizados previamente.

 

e. Pneumococo

 

O pneumococo é uma bactéria que costuma causar infecções como pneumonia, meningite, sinusite, otite… A sua vacinação está indicada em pessoas acima de 19 anos que apresentam grande risco de infecção por esta bactéria, como diabéticos, imunossuprimidos, fumantes, alcoólatras, pacientes que retiraram o baço, pacientes com asma ou bronquite crônica, pessoas que trabalham em asilos, etc. O fato da mulher engravidar não impede que a mesma tome a vacina, caso apresente alguma das indicações acima. Obviamente, o ideal sempre é tomá-la antes da gravidez, mas muitas vezes isso acaba não ocorrendo. Na grávida, a vacina contra o pneumococo costuma ser administrada a partir do 2º trimestre de gestação.

 

f. Meningite

 

A vacina contra a meningite é feita com bactérias mortas e pode ser administrada na gravidez  caso haja indicação. Porém, como quase todas as outras vacinas, o ideal é administrá-la antes ou após a gravidez.

Leia: MENINGITE | Sintomas e vacina.

 

g. Raiva

 

A vacina contra a raiva é feita com vírus morto e pode ser aplicada durante a gestação, caso a grávida venha a apresentar algum fator de risco, como ser mordida por cão ou morcego (leia: RAIVA HUMANA | Transmissão, sintomas e vacina). A gestante pode tomar tanto a vacina como a imunoglobulina contra a raiva caso o médico ache necessário. O tratamento nas grávidas é igual ao de não gestantes.

 

VACINAS PROIBIDAS NA GRAVIDEZ

 

As vacinas feitas com germes vivos não devem ser aplicadas na gravidez. Quando necessárias, o ideal é dar um intervalo de pelo menos um mês entre a vacinação e o início da gravidez, para que não haja riscos para o feto. Se a paciente estiver em idade fértil e tiver possibilidade de estar grávida, e isso inclui ter tido relações sem métodos contraceptivos nos últimos 2 ou 3 meses, as vacinas com germes vivos deve ser evitada até que se tenha comprovação de que a paciente não está grávida. Um simples teste de gravidez de farmácia ajuda a identificar gestações ainda não conhecidas. (leia: TESTE DE GRAVIDEZ DE FARMÁCIA).

 

Febre amarela

 

A febre amarela é uma doença viral transmitida por um mosquito. A doença é endêmica em algumas área da África e América do Sul, incluindo a região Norte e Centro-Oeste do Brasil (leia: FEBRE AMARELA | Vacina e sintomas).

 

Mulheres grávidas devem evitar viagens para regiões onde haja casos de febre amarela. A vacina contra esta doença é feita com vírus vivo e não pode ser administrada em grávidas.

 

Se a paciente estiver grávida em local onde esteja havendo uma epidemia de febre amarela, a vacinação pode ser indicada se um infectologista achar que o risco de contágio é maior que o risco de efeitos colaterais na gravidez. É uma caso especial que deve ser avaliado individualmente por um especialista. Em 99% dos casos, a vacina contra a febre amarela é contraindicada na gravidez.

 

Outras vacinas contraindicadas na gravidez são:

 

Rubéola

Caxumba

Catapora

Sarampo

Tuberculose (BCG)

Rotavírus

Varíola

HPV